A política franco-colombiana Ingrid Betancourt, três americanos e onze militares colombianos foram resgatados das guerrilhas das Farc (Forças Armadas Revoluvionárias da Colômbia) por tropas colombianas, declarou o ministro da Defesa Juan Manuels Santos nesta quarta-feira.
Santos afirmou que todos os ex-reféns estão em estado de saúde razoavelmente bom após anos como reféns na selva colombiana.
"Essa foi uma ação sem precedentes", declarou Santos, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá. "Isso entrará na história por sua audácia e efetividade."
Betancourt, os três americanos, três políticos e dezenas de militares e policiais colombianos integravam o grupo de cerca de 40 reféns que a guerrilha propunha trocar por 500 rebeldes presos, após a criação de uma zona desmilitarizada no país.
AP |
Imagem de Betancourt retirada de vídeo divulgado em novembro do ano passado |
A franco-colombiana foi seqüestrada em 2002, quando fazia campanha eleitoral como candidata à Presidência. Ela foi vista pela última vez em um vídeo da guerrilha divulgado no ano passado, onde aparecia abatida e doente.
A imagem do vídeo e boatos de que ela estaria com uma série de doenças desencadearam uma pressão da comunidade internacional e do governo francês pela libertação de Betancourt.
O resgate foi realizado em uma zona de floresta do departamento de Guaviare, no sudoeste da Colômbia, de acordo com Santos.
"Seguiremos trabalhando na libertação dos demais seqüestrados. Fazemos um chamado aos atuais líderes das Farc para que não matem, liberem os outros seqüestrados e não sacrifiquem seus homens", declarou o ministro.
Farc
Os americanos --três funcionários do Departamento de Defesa dos EUA-- foram capturados em 2003, após o pequeno avião em que estavam caiu na floresta. Eles participavam de uma operação de erradicação de campos de cultivo de coca no país.
Arte Folha Online |
Em Paris, um assessor do presidente Nicolas Sarkozy, questionado sobre a notícia, disse que a Presidência não tinha comentários a fazer no momento.
As Farc, a mais antiga insurgência da América Latina, existente há cerca de 40 anos, pediu ao presidente Álvaro Uribe para retirar as tropas do tamanho da cidade de Nova York para facilitar as conversas.
Uribe, em seu segundo mandato seguido e popular no país por sua luta contra os rebeldes, se recusa a aceitar a pré-condição.
As Farc, antes uma força de 17 mil homens capaz de atacar cidades e realizar diversos seqüestros, foi confinada a áreas remotas e agora têm cerca de 9.000 homens. As guerrilhas também perderam três membros da sua cúpula, composta por sete pessoas, entre eles o número 1 e fundador do grupo, Manuel Tirofijo, e o número 2 Raul Reyes.
Considerado como um grupo terrorista pela União Européia e pelos EUA, as Farc usam a cocaína colombiana para financiar suas atividades.
Mais reféns
A advogada Clara Rojas, assessora de Betancourt, foi tomada refém na mesma ocasião. Rojas foi libertada em 10 de janeiro deste ano, junto à ex-congressista Consuelo González de Perdomo, graças a gestões humanitárias lideradas pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, e pela senadora opositora colombiana Piedad Córdoba.
Rojas tem um filho de três anos, fruto de uma relação com um guerrilheiro quando estava em cativeiro.
No último dia 27 de fevereiro, as Farc libertaram os ex-legisladores Luis Eladio Pérez, Jorge Eduardo Géchem, Gloria Polanco de Lozada e Orlando Beltrán.
Estima-se que na Colômbia há hoje pouco mais de 3.000 seqüestrados, sendo que alguns estão em cativeiro há mais de dez anos.
Com Agências Internacionais
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