A interceptação telefônica com ordem judicial atingia, no início do mês de maio, ao menos 5.813 aparelhos fixos e celulares no país, de acordo com números entregues pela PF à CPI do Grampo, no Congresso. A informação é de Rubens Valente na Folha desta terça-feira.
A íntegra da reportagem está disponível somente para assinantes do UOL e do jornal.
Estimativa do relator da CPI, Nelson Pellegrino (PT-BA) --de que uma pessoa conversa rotineiramente por telefone com dez pessoas--, aponta que as conversas de 64 mil pessoas podem estar sendo gravadas apenas pela PF. O número seria suficiente para praticamente lotar o estádio do Morumbi, em São Paulo. A comissão não tem estimativa sobre o número de interceptações em andamento nas polícias estaduais.
A cada operação da PF que atinge um político, a suposta banalização das escutas telefônicas volta à discussão, agora vitaminada pela CPI do Grampo no Congresso. A escuta telefônica é o principal meio de investigação das grandes operações desencadeadas pela Polícia Federal entre 2003 e 2007.
"Alguns números alarmantes, dentro daquele contexto que os senhores colocaram há pouco: o crescimento de 2003, quando eu entrei na empresa, até 2007, foi assustador", disse, em depoimento, o executivo Delmar Nicoletti, representante da TIM Celular.
Hoje diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda foi o diretor-geral da PF entre janeiro de 2003 e setembro de 2007, e revelou à CPI que em algumas operações houve divergências internas na polícia: "Eu acho que não há outra maneira que não seja as pessoas que são vítimas se insurgirem contra isso, entrarem com representação. Eu mesmo tive inúmeras operações dentro da PF que eu não apoiei, não aprovei; achei, censurei, critiquei uma série de situações. Porque, às vezes, a gente não tem o controle. Às vezes, o delegado que está lá na ponta ou o agente que vai comandar aquela operação perde o controle. E, aí, alguém tem que tomar a iniciativa".
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