04/10/2011 - 14h03
RICARDO FELTRIN
EDITOR E COLUNISTA DO F5 *
A semana começou pior que a anterior, para o humorista Rafinha Bastos.
Não só pelo tsunami de críticas que vem sofrendo, por ter feito um
comentário grosseiro sobre Wanessa Camargo grávida ('Comeria ela e o
bebê', ironizou semanas atrás, ao vivo), mas também por estar perdendo
muito dinheiro.
EDITOR E COLUNISTA DO F5 *
Desde a última sexta-feira, Rafinha já teve cancelados ao menos sete eventos (entre palestras, apresentação e presença em festas). Dependendo do contrato, Bastos cobra até R$ 20 mil por duas horas de trabalho.
Na segunda, Rafinha foi suspenso por determinação da Band. Ele já havia se envolvido em outro problema, quando chamou a apresentadora Daniela Albuquerque, mulher do presidente da RedeTV!, de 'cadela'. Constrangido, foi obrigado a pedir desculpas.
Na semana passada, voltou a arranjar encrenca ao falar de Wanessa. O marido da cantora, Marcos Buaiz, e seu sócio Ronaldo Fenômeno, reagiram. O caso virou uma bola de neve na internet e a Band suspendeu Rafinha, indefinidamente.
Na segunda-feira, durante o "CQC" em que foi substituído por Mônica Iozzi, postou fotos (produzidas) em seu Twitter, nas quais aparecia com duas mulheres seminuas.
*Ricardo Feltrin, 48, também é colunista e apresentador do UOL Notícias
O que aconteceu com RAFINHA BASTOS?
Conheci o cara, meu vizinho, em palcos de stand-up, quando o gênero engatinhava.
Ele dividia bem as tarefas de entreter com DANILO GENTILI, MARCELO MANSFIELD, OSCAR FILHO e outros.
A produção do CQC fez um golaço quando o contratou para a bancada.
Regida pelo meu amigo e experiente MARCELO TAS.
Então, você conhece a cronologia dos eventos.
Estouro no TWITTER, reconhecimento do NYT, DVD entre os mais vendidos, teatros lotados.
Sucesso, ao ponto de ter o próprio teatro, numa Rua Augusta em alta.
E a mão começou a pesar na redação dos seus textos e dos 140 caracteres.
Piadas ofensivas, de mau gosto, rejeitadas amplamente.
O que causou um debate sobre os limites do humor.
Que se lembre, CHAPLIN nunca teve uma piada rejeitada.
Nem IRMÃOS MARX.
Nem 3 PATETAS.
Nem WOODY ALLEN.
Nem MONTY PYTHON.
Nem MILLOR, BARÃO DE ITARARÉ, JUO BANANERE.
Nem GLAUCO, ANGELI, LAERTE, ADÃO.
Nem CHICO ANYSIO.
Nem CASSETA & PLANETA.
Quem faz humor tem noção da fronteira.
RAFINHA perdeu.
Soberba?
Falta de background cultural ou político?
A desculpa da LIBERDADE DE EXPRESSÃO era uma afronta à História.
E o desdém contra o politicamente correto a munição que faltava.
Afastá-lo foi uma saída corajosa da BAND.
Sua conduta manchava o brilho do programa.
Na passeata PELA LIBERDADE, num domingo na Avenida Paulista, ouvi gritarem: “CQC, vai tomar no…” O que me surpreendeu, já que eu imaginava que o programa, com sua ironia política, seu combate à corrupção e descaso público, servisse de exemplo às novas gerações, especialmente aos militantes de causas diversas.
RAFINHA é vítima de uma era em que o meio é da mensagem.
Em que se tuitam as maiores bobagens, sem a censura de uma equipe ou de um editor.
Sem a ajuda de uma hierarquia jornalística, escola com que a maioria dos escritores aprendeu.
Na imprensa escrita, suas derrapadas jamais seriam publicadas.
Como na internet, redes sociais, blogs, somos nossos próprios patrões, cria-se o autor sem editor e controle, sem ética ou manuais de conduta empresarial.
Seu superego é seu dono.
A liberdade da rede pode se tornar danosa aos autores, que não trocam ideias em reuniões de pauta ou redações.
Para ele, a bancada de um programa aio vivo da TV aberta era seu twitter.
E pouco importava a voz da razão e o gosto da audiência.
Na matemática narcisista, quanto mais polêmica, mais seguidores.
Perdeu.
MÔNICA IOZZI foi uma ótima substituta, com sua risada maluca, sua cara distraída, seus olhos esbugalhados.
Além de possibilitar um contra peso às piadas machistas, criar jogo na guerra dos sexos, possibilitar a ironia feminina, abrir campo para o direito de resposta às provocações e cantadas dos colegas.
RAFINHA terá umas férias forçadas para repensar a vida.
E a discussão sobre os limites do humor amadurece.
O humorista mais polêmico da atualidade é capa do número 41 da revista MAD,
que chega às bancas na próxima semana. Rafinha Bastos explica como se
tornou uma divindade da internet, a @ mais influente do Twitter segundo o
New York Times, em entrevista ao repórter Raphael Salimena.
O editorial é assinado por Fí, novo editor-assistente, que também mostra, com arte de Freundt, Quando sua vida amorosa equivale a uma partida de futebol, onde os leitores vão descobrir por que sempre fecham o placar no 5x1. Inspirados pelo Rock in Rio, João Pedro Ramos e Rômulo avaliam o que se pode esperar nos próximos anos dos Festivais que Vão Mudar o Mundo, enquanto Jackson apresenta as lições que podemos tirar do lixo. E mais: Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho, Baraldi, Thiago Cruz, Spy vS Spy, Aragonés e os mesmos piadistas de sempre, que são tão engraçados quanto uma sessão de Stand-Up Comedy.
Ficha Técnica:
MAD nº 41
Periodicidade: mensal
Formatos: 20,5 X 27,5 cm
Páginas: 44
Preço: R$ 7,20
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Pedido pela volta de Rafinha chega ao topo dos TTs no Twitter
04 de outubro de 2011 • 01h05
• atualizado às 09h03
Usuários do microblog pedem a volta do humorista ao programa
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
A ausência de Rafinha Bastos da bancada do CQC,
afastado depois de ter feito declarações sobre a gravidez da cantora
Wanessa, dizendo que "comeria ela e o bebê", não passou despercebida nas
redes sociais. Após a exibição do programa, a hashtag #voltarafinha
logo foi parar no topo dos "Trending Topics" do Brasil no Twitter.
Muitos internautas afirmaram que o programa ficou "sem graça" sem a presença do humorista, substituído no programa desta segunda-feira pela colega Mônica Iozzi. Rafinha Bastos foi considerado em março pelo jornal New York Times como a personalidade mais influente do mundo no Twitter. Na época ele contava com cerca de 1,6 milhão de seguidores - hoje esse número já passa de 3 milhões.
Rafinha Bastos ironizou a sua ausência na atração. Durante a exibição do CQC, o humorista Rafinha postou fotos em seu Twitter ao lado de duas modelos, de lingerie, dizendo "que noite triste pra mim".
Muitos internautas afirmaram que o programa ficou "sem graça" sem a presença do humorista, substituído no programa desta segunda-feira pela colega Mônica Iozzi. Rafinha Bastos foi considerado em março pelo jornal New York Times como a personalidade mais influente do mundo no Twitter. Na época ele contava com cerca de 1,6 milhão de seguidores - hoje esse número já passa de 3 milhões.
Rafinha Bastos ironizou a sua ausência na atração. Durante a exibição do CQC, o humorista Rafinha postou fotos em seu Twitter ao lado de duas modelos, de lingerie, dizendo "que noite triste pra mim".
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