RAPHAEL VELEDA
DE BELO HORIZONTE
A juíza mineira Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), está sendo acusada pela noiva do goleiro Bruno Fernandes, Ingrid Oliveira, de ter cobrado propina de R$ 1,5 milhão para conceder um habeas corpus ao atleta em outubro do ano passado. A magistrada nega as acusações. O jogador é acusado de ordenar a morte de sua ex-namorada Eliza Samudio.
Ingrid procurou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para dizer que, como a quantia não foi paga, a juíza passou a ameaçá-la de morte com a ajuda de um policial civil.
O deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, disse que Ingrid apresentou provas testemunhais e físicas convincentes. Ele disse que iria enviar o material para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) nesta terça-feira.
"Ela teve uma relação não usual com a juíza. Ficou hospedada na casa dela e as duas se encontraram outras vezes", disse ele. "Além disso, ela tem folhas de fax em que a juíza fala com ela, dá um e-mail de contato, um telefone particular", completou o deputado.
A denúncia protocolada na assembleia cita o advogado Robson Pinheiro, que atuou na defesa de Bruno por dois meses no ano passado. Ele teria sido apresentado à família do goleiro pela própria juíza e seria o responsável por fazer o pedido de habeas corpus em um fim de semana que Maria José Starling estivesse de plantão, já que o processo corre em outra comarca, a de Contagem.
Segundo Ângelo, pessoas ligadas a Bruno tentaram conseguir o dinheiro com amigos do goleiro, mas não conseguiram.
OUTRO LADO
Por meio do advogado Getúlio de Queiroz, a juíza negou todas as acusações. "Minha cliente não conhece essa moça [Ingrid]. Nunca falou com ela e não sabe de onde surgiu essa denúncia", afirmou o advogado.
Queiroz ainda afirma que o deputado Durval Ângelo tem interesse na denúncia. "Ele acaba de ser condenado em um processo por injúria movido pela juíza", disse.
Já o advogado Robson Pinheiro divulgou uma nota em que diz que os serviços prestados a Bruno "sempre obedeceram às normas éticas, legais e contratuais". Ele afirma que o contrato com o goleiro foi firmado em dezembro de 2010 e rescindido em fevereiro de 2011. Ele não comentou se presta serviços para a juíza. A Folha não conseguiu localizar Ingrid Oliveira.
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