As regiões Sul e Sudeste, as que concentram a maior frota circulante de veículos do Brasil, poderão ser as mais afetadas por um eventual agravamento do roubo e furto de carros, caso o governo da Bolívia leve adiante a intenção de legalizar todos os veículos que estiveram circulando sem documentação em seu território boliviano. A suposição é do presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Jayme Brasil Garfinkel, ao afirmar que a medida do governo vizinho pode estimular o roubo e furto no Brasil por parte das quadrilhas especializadas em atravessar carros pelas fronteiras.
A FenSeg encaminhou ofício ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Aguiar Patriota, pedindo medidas urgentes no sentido de proteger os interesses da sociedade brasileira, tendo em vista a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de legalizar todos os carros que estiveram circulando sem documentação no território boliviano, sem que seja verificada sua procedência.[3]
A medida, divulgada nesta quinta-feira, passa a vigorar nos próximos 15 dias, de acordo com o decreto assinado pelo presidente daquele país. Pelas regras, em 90 dias, todo o processo de regularização estará concluído. Cálculos extraoficiais dão conta de que a regularização geraria uma receita equivalente a R$ 200 milhões aos cofres do governo da Bolívia. Já no lado brasileiro, há o risco de os segurados de auto terem o preço elevado, dependendo do efetivo aumento de roubo e furto "estimulado pelo salvo conduto dado para o acolhimento de veículos roubados em outros países, especialmente no Brasil". O presidente da Fenseg, Jayme Garfinkel, declarou-se surpreso com a decisão da Bolívia, mas tem esperanças de que a regularização de carros roubados seja revista, a partir de tratativas do governo brasileiro.
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