- 11 de junho de 2011 |
- 23h52 |
José Maria Tomazela
A cada minuto, cinco veículos são multados por radares que flagram excesso de velocidade nas estradas paulistas. No ano passado, os 543 equipamentos instalados em rodovias estaduais e federais aplicaram 2,43 milhões de multas por esse tipo de infração ao Código de Trânsito Brasileiro.
Neste ano, o total de multas deve chegar a 2,8 milhões, um aumento de 15%. A frota total do Estado, em abril, era de 21,9 milhões de veículos, incluindo motos. O valor mínimo de cada multa por transitar acima da velocidade permitida é de R$ 85,13.
Nos três primeiros meses deste ano, apenas nas rodovias estaduais 674.331 motoristas foram flagrados em velocidade acima do limite, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A média, que foi de 190 mil multas por mês no ano passado, subiu para 215,7 mil.
As rodovias estaduais têm 512 radares em operação, entre fixos, móveis e portáteis. Desses, 255 estão em estradas sob concessão. No ano passado, equipamentos flagraram 2.299.712 veículos em excesso de velocidade, segundo o DER. Outros 31 radares, responsáveis por 130 mil multas em 2010, ficam em rodovias federais que cortam o Estado.
Além de novos radares terem entrado em operação, o cerco aos motoristas infratores aumentou com as novas tecnologias adotadas pelos fabricantes. Agentes de fiscalização passaram a contar com equipamentos mais eficientes, como, por exemplo, os radares tipo OCR (com reconhecimento óptico de caracteres), também chamados de radares inteligentes ou “dedo-duro”.
Seus sensores indicam a velocidade do veículo com mais precisão e também fazem a leitura da placa, possibilitando identificar veículos com licenciamento vencido. Os 42 radares desse tipo em operação nas rodovias estaduais paulistas aplicaram, entre janeiro e março deste ano, 114.277 multas por excesso de velocidade.
A nova geração de radares fixos e estáticos dispõe ainda de flashes infravermelhos para multar à noite, câmeras digitais, fibra óptica e conexões para envio de dados por wireless, o que reduz o número de autuações descartadas pela má qualidade da foto ou por dúvida quanto ao veículo infrator. Caso dois veículos passem ao mesmo tempo pelo sistema de medição, o equipamento consegue identificar aquele que ultrapassou o limite de velocidade.
Mas usuários reclamam do uso de radares como “armadilhas” contra os motoristas. O engenheiro Mauro Segamarchi, morador de Itu, foi autuado na Rodovia Washington Luís a 98 km/hora, quando a velocidade máxima é de 110 km/h. “No local da multa, as placas baixam a velocidade de repente para 80 km/h e os motoristas freiam, aumentando o risco de acidente”, conta ele.
De acordo com o DER, a velocidade de cada trecho rodoviário é definida segundo critérios técnicos, com o objetivo de aumentar a segurança. A sinalização segue normas definidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Os radares são instalados em locais em que a velocidade excessiva pode resultar em acidentes. Os pontos são definidos por técnicos do próprio DER ou pelas concessionárias.
FOTO: JOSE PATRICIO/AE
Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário