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domingo, 8 de maio de 2011

#PT O crime compensa : Volta de Delúbio ao PT é comemorada com churrasco e discurso


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PATRÍCIA BRINGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BURITI ALEGRE (GO)

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares afirmou neste sábado (7) que a presidente Dilma Rousseff vem dando "continuidade ao que ex-presidente Lula ensinou" e disse estar "cada vez mais admirado com o governo [petista]".

As declarações vieram num discurso de 15 minutos realizado em Buriti Alegre (GO), a 184 km de Goiânia, durante uma festa que comemorou sua reintegração ao PT, aprovada pelo Diretório Nacional do partido no dia 29 de abril.

O ex-tesoureiro, que é réu no processo que investiga o escândalo do mensalão, havia sido expulso da sigla em 2005 por estar no centro das denúncias.

A festa deste sábado foi organizada pelo diretório petista de Buriti Alegre, cidade natal de Delúbio. Aberto aos moradores da cidade, o evento ofereceu churrasco a cerca de 200 amigos e correligionários do ex-tesoureiro num ginásio da paróquia local.

Como colunista, Delúbio prefere Lula, mas fala até sobre Dia do Índio
Petistas defendem decisão de reintegrar Delúbio Soares
Diretório do PT aprova refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares


Wildes Barbosa/Jornal O Popular
Ex-tesoureiro Delúbio Soares, pivô do mensalão, foi recebido com festa pelo PT em Buriti Alegre, sua cidade natal
Ex-tesoureiro Delúbio Soares, pivô do mensalão, foi recebido com festa pelo PT em Buriti Alegre, sua cidade natal

Na entrada da cidade, que tem cerca de 10 mil habitantes, uma faixa foi estendida para saudar o "filho ilustre da terra". Cartazes com mensagens de apoio ao ex-tesoureiro, como "o bom filiado à casa torna", também foram espalhados pelas ruas.

Ao se pronunciar no evento, Delúbio citou a imprensa e disse que ela é "bem-vinda na cidade onde nasceu".

"As matérias negativas eu deixo para lá. Vamos fazer o nosso trabalho. E peço aos meus amigos que atendam muito bem os jornalistas, porque eu não estou dando entrevistas."

A despesa com a festa, segundo o PT local, foi de R$ 2.500, além das doações recebidas.

Segundo o ex-presidente do PT de Goiânia Ivanor Florêncio Mendonça, que discursou durante o churrasco, o ex-tesoureiro foi um "homem que emprestou a vida para construir o partido" e que "não cedeu à pressão da classe dominante para derrubar o presidente Lula".

Mendonça afirmou que a refiliação de Delúbio ao PT de Goiânia já está marcada para o dia 26 de maio, quando amigos devem organizar uma festa na capital do Estado.

Questionados sobre possíveis candidaturas de Delúbio em 2012, os amigos e dirigentes desconversaram e disseram ser "muito cedo" para tratar do tema.



14/05/2010

às 5:11

QUANDO O CRIME COMPENSA

As piadas no Brasil costumam nascer prontas, saídas mesmo da própria natureza dos fatos. Pouco mais de uma hora depois que a mais escandalosa afronta à Lei Eleitoral de que se tem notícia foi ao ar — o horário político do PT (ver posts de ontem) —, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu punir o PT pelo programa exibido em dezembro do ano passado: multa de R$ 20 mil para o partido, de R$ 5 mil para Dilma Rousseff e cassação do próximo horário semestral do partido, previsto para… 2011 — ano em que não haverá eleição!!!

Atenção! O programa de dezembro foi muito mais brando do que o de ontem. Se uma das punições era a cassação do horário seguinte a que o partido teria direito, por que, então, não se evitou a ilegalidade desta quinta? A resposta é de fazer corar as catedrais: porque o TSE não conseguiu julgar a tempo a representação das oposições! O PT escarnece das leis de caso pensado. O TSE… Bem, o TSE, eu não sei.

Este é o tribunal que cassou governadores de estado e que pôs em seu lugar opositores que não tinham sido eleitos por ninguém! Isso dá uma medida do seu poder. Pode muito! Só não pôde julgar a tempo uma representação que coibiria um crime anunciado.

Crime anunciado? Sim, senhores! O jornalismo já havia antecipado o espírito do programa do PT. Eu mesmo escrevi um longo texto na madrugada de ontem sobre o que chamei de “celebração de mentiras sobre o passado e sobre o presente”. Estava claro que o PT forçaria a mão no horário político para tentar mover a candidata Dilma Rousseff, que andou se atrapalhando, enroscada em seus próprios… méritos, digamos assim.

É evidente que eu não estou aqui a advogar que se aplicasse uma punição antecipada, por algo que nem mesmo tinha ido ainda ao ar. Ao contrário: estou afirmando que o partido deveria ter sido punido POR AQUILO QUE FOI AO AR EM DEZEMBRO. Só que o julgamento deveria ter ocorrido a tempo para que não estivéssemos agora diante do que se caracteriza como um prêmio ao crime.

O PT, então, vai pagar alguns tostões de multa — imaginem o que representam R$ 25 mil reais em meio aos milhões que circulam numa campanha — e vai perder o tempo a que teria direito no semestre que vem, que nem é ano eleitoral!? A conclusão é uma só: o crime compensa. Assim, ou se opta pelo erro ou se passa, então, por bobo. O programa do DEM será no dia 27 de maio; o do PPS, em 10 de junho, e o do PSDB, 17 do mesmo mês. O que deve fazer cada um desses partidos? Respeitar a lei e dar ao PT a vantagem comparativa de mandar a legislação às favas ou responder na mesma moeda, apostando numa multa irrisória e na perda do tempo em 2011, quando os programas serão mesmo irrelevantes? Não fazê-los será até medida de economia!

Civilizados, diremos todos: “Não! Há que se seguir a lei! Um erro não justifica o outro!” E assim segue, então, o PT, sempre confiando que a coerência é uma cruz que deve ser carregada apenas por seus adversários, nunca pelo próprio partido? Boa parte das facilidades que Lula encontrou para governar, diga-se, decorreu deste fato: as oposições votaram com seus princípios; o PT, com o oportunismo. A mini-reforma da Previdência que o partido fez, por exemplo, contou com apoio dos adversários — afinal, elas haviam defendido aquelas medidas quando governo. O PT é que as havia bombardeado quando oposição. Propostas que os petistas, como governistas, defendiam na esfera federal, eles rejeitavam em São Paulo como oposicionistas. Eis o PT: na oposição, sabota quem está no governo; no governo, sabe que não será sabotado. Lembro tais questões, de outra área, para evidenciar que o partido não tem compromisso com a civilidade política.

O programa foi um vale-tudo escancaradamente eleitoral. E já se sabe que há um instituto de pesquisa, o Sensus, encerrando seu campo justamente amanhã. Alguém poderá dizer: “Pô, Reinaldo, isso não caracteriza nenhuma forma de manipulação; afinal, reproduz o ambiente da campanha tão logo comece o horário eleitoral; Lula estará ao lado de Dilma na TV, afirmando aquelas mesmas coisas”. É verdade! Só que os adversários da petista também estarão na TV, com programas eleitorais.

Esse coquetel envolvendo ilegalidades e malandragem é um golpe de força que o PT aplica para tentar, nem que seja na porrada, empatar um jogo que, todos sabem, começou mal para Dilma Rousseff. E noto: pouca importa o efeito que a pantomima de ontem possa ter. Essa não é a questão mais importante. O que constrange é ver o presidente da República, em pessoa, a ser o mestre de cerimônias da mais descarada ilegalidade.

E não é a primeira vez. Sou obrigado a lembrar de novo que Jackson Lago, governador do Maranhão, acabou cassado porque seu antecessor e aliado fez numa solenidade rigorosamente o que Lula fez por Dilma Rousseff naqueles eventos ilegais de que ela participou e que custaram ao presidente não mais do que duas multas de R$ 5 mil. Em novo ato ilegal, ele fez chacota das punições.

O que se está aqui cobrando de tão formidável ao presidente e aos petistas? Que respeitem as regras do jogo. E que o TSE seja um pouco mais célere para sacar o cartão amarelo.

Por Reinaldo Azevedo

Ministra recebe diárias por fins de semana no Rio

Ana de Hollanda ganha ajuda de custo, mesmo tendo imóvel na cidade; agenda inclui eventos fora de Brasília nas sextas e segundas

07 de maio de 2011 | 16h 00
Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Desde que assumiu o cargo, em janeiro, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, recebe do governo diárias em fins de semana sem compromissos oficiais no Rio, cidade onde tem imóvel próprio. O Estado cruzou os dados do Portal da Transparência, que publica as despesas do governo, com a agenda oficial divulgada no site do Ministério da Cultura.

A análise das planilhas revela o hábito da ministra de marcar compromissos oficiais fora de Brasília, principalmente no Rio, às sextas e segundas-feiras, e receber a ajuda financeira não só pelos dias de trabalho fora da capital federal como pelos sábados e domingos não trabalhados.




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