Vítima de uma parada cardíaca, o jornalista Reali Júnior morreu aos 71 anos, por volta das 9h deste sábado (9/4), dentro de sua residência em São Paulo. Realinho, como também era conhecido, foi por mais de 30 anos correspondente da Rádio Jovem Pan em Paris. O profissional voltou ao Brasil em 2008 para o tratamento de um câncer no fígado. Emocionados, jornalistas lamentaram a morte do companheiro de profissão.
Além da Jovem Pan, Reali Júnior trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, TV Record, Diários Associados, Correio da Manhã e O Globo. Durante a época de correspondente internacional, foi lançado, em 2007, o livro Às Margens do Rio Senna, escrito com depoimentos de Reali ao também jornalista Gianni Carta.
“O Reali não vai mais falar”
“Você ai na sua casa deve estar feliz, né? Porque quando a gente coloca isso no ar é porque o nosso querido Reali Júnior vai entrar e falar, mas o Reali não vai mais falar, não. Nosso querido Reali Júnior acaba de morrer aqui em São Paulo e eu não tenho a menor condição de dar essa informação, nenhuma”, disse, chorando, Flávio Prado, durante a apresentação do Jovem Pan no Mundo da Bola, após entrar no ar a vinheta e o hino nacional francês, que identificavam a participação de Reali.
Emocionado, Flávio relembrou que a primeira edição do Jovem Pan no Mundo da Bola, que está a 21 anos sendo transmitido pela emissora, foi apresentado juntamente com Reali. “No dia oito de setembro de 1990 ele abria, ao meu lado, esse programa”, disse.
Bom caráter
Em entrevista à própria Jovem Pan, o apresentador da Globo Willian Waack também chegou a chorar no ar e pediu desculpas aos ouvintes por se emocionar, mas informou que não conseguia segurar a emoção após saber da morte de Reali. O comandante do Jornal da Globo relembrou momentos da carreira ao lado do jornalista. “O Reali é um pai pra mim”, declarou.
“O Reali era um ser humano único. O que eu acho que aprendi com ele foi ser homem de verdade. E o que mais sempre me impressionou no Reali foi o caráter, que é uma coisa que falta no nosso jornalismo”, comentou Waack, que completou: “Em uma profissão que há tanta vaidade, traição e mesquinharia, é difícil encontrar alguém que, durante todas essas décadas, conseguiu manter esse bom caráter. O Reali é uma luz”.
Lamentação
Autoridades e outros jornalistas também lamentaram a morte de Reali Júnior. Companheiros de Jovem Pan - como os repórteres Luís Carlos Quartarollo, Israel Gimpo e Wanderley Nogueira – comentaram o falecimento do colega de trabalho. O prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a Presidente da República, Dilma Rousseff, exaltaram a carreira de Realinho.
“A imprensa brasileira perdeu um de seus nomes mais emblemáticos com a morte de Elpídio Reali Jr. Seus anos como correspondente de veículos de comunicação brasileiros em Paris foram marcados por grandes reportagens. Mais do que um repórter talentoso, o país perde um ilustre brasileiro. A seus parentes, amigos e admiradores, envio meu sentimento de pesar e meu abraço fraternal”, declarou Dilma, em nota divulgada neste sábado.
Despedida
O corpo de Reali está sendo velado no Funeral Home (Rua São Carlos do Pinhal, 376, no bairro da Bela Vista, região central da capital paulista). O corpo do jornalista será cremado domingo, no Crematório da Vila Alpina (Rua Francisco Falconi, 437, Jardim Avelino, zona sudeste de São Paulo).
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domingo, 10 de abril de 2011
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