Plantão | Publicada em 10/04/2011 às 09h40m
Thaís BrittoRIO - Eles são amigos há tanto tempo que sequer lembram direito como se conheceram. Débora Bloch diz ser fã de Luiz Fernando Guimarães desde os 14 anos, quando ainda nem atuava. Afirma ter assistido, repetidas vezes, ao espetáculo "Trate-me leão", da companhia Asdrúbal Trouxe o Trombone, da qual o ator fazia parte. Há mais de 10 anos, os dois moram no mesmo prédio no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, com apenas um andar de diferença entre seus apartamentos. Segundo Débora, eles têm se cruzado muito mais no elevador nos últimos tempos. A culpa deve ser de "Cordel encantado", nova novela das 18h da Globo, na qual a dupla vai reeditar a bem-sucedida parceria que marcou a carreira de ambos, tanto na TV quanto no teatro.
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Na trama, eles serão Úrsula e Nicolau: ela, uma duquesa que não se conforma em ter sido trocada pelo rei e faz de tudo pelo poder; ele, seu mordomo, cúmplice e amante. Longe das novelas desde 2000, quando fez uma participação em "Uga uga", Guimarães admite que não estava mais acostumado ao ritmo de gravações de um folhetim, mas aceitou o convite numa espécie de impulso.
- Eu achei que aquele convite veio num astral bom. Sou muito de astral. Não havia lido nada e já aceitei. E, quando falaram da Débora, achei que seria bom porque juntos nós temos um público e uma outra imagem que pode ficar gozada dentro de uma novela. Também é legal fazer este horário das 18h, porque eu nunca assisto! Será que as pessoas que viam meus programas, às 23h30m, vão me ver na novela das seis? Ou outro público vai me conhecer? Pensei em tudo isso - conta o ator.
Já Débora diz ter se encantado com o texto de Duca Rachid e Thelma Guedes:
- Adorei a ideia de fazer uma vilã nesse clima de conto de fadas. A isso se juntou o fato de eles terem chamado o Luiz e ele ter topado. Normalmente, o que te faz escolher um trabalho é o texto e os companheiros. Isso já é metade do caminho. E o elenco é todo legal. A novela está ficando linda, com direção de arte e figurino incríveis.
Apesar do trabalho árduo, Guimarães afirma estar vivendo uma experiência prazerosa, muito por causa do grupo de atores que, nas palavras dele, já "virou uma família":
- Estou numa fase de conhecer gente diferente, de sair para passear, para ir num bar. Esse momento ainda não aconteceu porque estamos trabalhando igual a umas mulas. Mas as viagens para gravar foram divertidas. Para a França e para o Sergipe. Estou suportando bem a ralação de uma novela. E gostando de conhecer as pessoas. Ficamos muito tempo gravando juntos e formamos uma turma boa. A ficção e a realidade estão vindo bem juntas.
O fato de estarem unidos em cena facilita o trabalho. Para Guimarães, ambos já têm a intimidade que seus personagens precisam ter. E uma falta de cerimônia que é necessária na hora de "pegar aqui e pegar lá". Débora, por sua vez, se sente uma atriz melhor ao lado do amigo:
- Quando ele disse que ia fazer, me deu segurança porque a gente se ajuda em cena. Mas é claro que ainda não encontramos o tom completamente. Novela é capítulo a capítulo.
Guimarães concorda:
- Formatar o personagem é difícil porque você não sabe onde ele vai estar amanhã. Tudo depende do espectador embarcar na sua. Estou um pouco à mercê disso, né? Comecei a novela achando que meu público poderia me abandonar. Falava para a Débora que não é bom a gente ser mau!
A amiga tranquiliza o ator, em tom de brincadeira:
- Ninguém vai te abandonar. Você é superamado por todos! E a trama tem uma leveza...
Ele logo emenda.
- É uma novela de príncipes, né? De vez em quando acho que vão surgir os três porquinhos, a gata borralheira... É uma mistureba - brinca, sobre a trama dirigida por Amora Mautner.
Os dois caem na gargalhada e dizem que, é claro, seus personagens têm muito humor. Os amigos são conhecidos pela atuação em comédias, do televisivo "TV Pirata", passando pelas peças "Fica comigo esta noite" e "5 X comédia", à série "Vida ao vivo show", apenas para citar alguns exemplos. Mas eles deixam claro que só utilizam o recurso do riso quando o texto pede, para evitar a caricatura.
- Talvez, eles tenham trazido de propósito dois comediantes para os vilões - opina o ator.
No fim da entrevista, na casa de Guimarães, Débora simplesmente pega o elevador para ir embora. Eles contam que não se encontravam muito antes de começar a gravar o folhetim. "Somos tão amigos que é igual família: fica um tempão sem se ver para não cansar", justifica Débora. Guimarães diz que não existe esse mito de bater na porta do outro:
- Esse negócio de xícara de açúcar não existe. A gente não vai na casa do outro para pedir ajuda. Na verdade, teve uma vez em que eu me tranquei no banheiro e tentei chamar a Débora pelo basculante. Minha empregada só ia chegar às 6h.
Ela interrompe:
- Luiz, não conta essas coisas...
E ele continua.
- Pensei em sair pela janela e chegar na casa dela, mas poderia cair no poço. Gritei, mas ela não ouviu. Tive que pegar uma toalhinha, colocar no chão e dormir no banheiro - ri.
Débora entrega que a amizade entre os dois inspirou uma outra, a de suas empregadas:
- A Aíra e a Lenira são amicíssimas. Até trocam receitas. Hoje mesmo a Lenira ligou lá para casa pedindo a Aíra uma de lula recheada.
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