No caso da charge do post anterior, é preciso entender por que o PT está furioso: seria por causa da crítica ao fato de que o partido vai fazendo programa ao gosto do freguês ou por causa da metáfora, num surto de moralismo que nem fica bem aos companheiros? O Ministério do Trabalho catalogou tal função como profissão, com código na burocracia e tudo. Se for pelo segundo motivo, então não tem por que estrilar com esta outra, que é, com efeito, genial. Entrei no site do artista. Há charges ali em que ele, nitidamente, assume um ponto de vista que não é o meu. Mas eu convivo bem com a diferença e acho que a função do chargista é mesmo desconstruir discursos arranjados. Humor não pode ter agenda, não tem de se subordinar a partido ou ideologia, não pode ser assassinado pelo politicamente correto. É por isso que charge a favor, ou que apela à educação moral e cívica, costuma ser coisa muito chata. E é por isso também que não existem chargistas de respeito nas ditaduras. Se é para concordar, convenham, ninguém precisa… desenhar! Basta uma palavrinha: “Sim”.
O site de Nani está aqui.