A combinação explosiva que muitas vezes ocorre nas relações entre jogadores de futebol, suas mulheres, amantes e afins é assunto corriqueiro para Renato Gaúcho, especialista no assunto. Ídolo de milhões de torcedores nos anos 80 e 90 pelo que fez com a bola nos pés, o hoje técnico do Bahia colecionou também inúmeros títulos e namoradas. Em 1988, em entrevista ao escritor Ruy Castro publicada pela “Playboy”, o então jogador afirmou que já havia transado com mais de mil mulheres.
Hoje, mais experiente, Renato se recusa a atualizar a contagem, mas, a convite do EXTRA, Renato traçou um perfil desta relação complicada que há entre jogadores e suas mulheres, normalmente envolvendo ameaças, extorsões, ofensas e que, agora, chegou ao limite extremo, com o Caso Bruno.
EXTRA: O que você pensa sobre este caso envolvendo o Bruno?
Renato Gaúcho: Não quero falar sobre isso. Prefiro ficar quieto. É uma situação muito complicada, muito chocante e não tenho muita coisa a dizer sobre isso.
Mas você é um ícone de uma geração de jogadores que sempre se deu muito bem com as mulheres. Pode falar como funciona esta relação, que você conhece como poucos.
Ah, sim. Sobre isso, tudo bem. A mulher que procura o jogador de futebol está atrás de tudo. Ela quer carinho, afeto e conforto? Quer um pouco de tudo isso, sim, mas quer, principalmente, status e casamento. De preferência, com filhos. E não as condeno, não. Estão no papel delas. O jogador é que tem que saber onde está se metendo. Uma coisa é ter relações com uma porção de mulheres, viver na gandaia. Outra é a mulher que você vai colocar dentro da sua casa. Dentro de casa você tem que colocar uma mulher de verdade, não um bagaço, uma que seja só uma aventura.
Bagaço é o termo que os jogadores usam para se referir às amantes, não é? Que dica você dá aos atletas para lidar com todo este assédio?
O nome é Maria Chuteira, mas dentro do vestiário eles chamam de bagaço. E vai desfilar com um bagaço? Tirar foto com bagaço em lugar público? É tudo o que elas querem para deitar e rolar em cima do cara. Jogador tem que ser malandro, sempre digo isso a eles. O bagaço sai de casa todo dia doido para pegar um otário. Se você for otário, já era.
E as orgias? Agora acontecem mais do que antes?
Orgia é algo que faz parte do universo do futebol. Tinha na minha época, antes de mim, tem agora e vai existir para sempre. Não tem jeito. E jogador tem que se relacionar com elas mesmo, não recrimino ninguém por isso, não. Para falar a verdade, até apoio. Quem é que não gosta de sexo? É a hora deles, também. Mas tem que ser mais malandro do que elas. Tem que usar camisinha sempre, mas sempre mesmo. Não estou falando isso da boca para fora. E nem digo por causa de filho, do perigo de engravidar a parceira, mas por causa de doença mesmo. Jogador de futebol precisa do corpo para ganhar dinheiro e vai colocar isso em risco por causa de um bagaço? Vai pegar doença por causa de bagaço? Fala sério, né?
Você participou de muita orgia ao longo da carreira?
Passa a pergunta, vai. Deixa essa para outros.
Ok (risos). Mas há casos em que o rendimento do jogador é prejudicado por causa desse comportamento? O treino da madrugada atrapalha?
O que mais acontece é aparecer jogador para treinar sem cabeça para fazer isso, porque está preocupado com o bagaço que ele se relacionou sem camisinha na festinha do dia anterior. Aí, fica doido, esperando vinte dias, um mês para saber se a mulher engravidou ou não. Mas o pior nem é isso. O pior é jogador se apaixonar por bagaço. A quantidade de jogador que eu vejo que é inocente, que é inexperiente... é uma coisa inacreditável.
Mas deve ser difícil resistir. As mulheres, normalmente, são lindíssimas.
Mas não pode. Eu falo sempre, sempre mesmo para todos eles, mas nem todo mundo escuta: “Você acha que é bonito? Meu querido, bonita é a camisa que você está usando”. Se a camisa for do Flamengo, do Fluminense, do Bahia, enfim, de qualquer time grande, claro. Quero ver se a mulher continua com o cara se ele trocar a camisa pela do Olaria. É ruim, hein! Aliás, ela continua, sim, mas não com ele, e sim com a camisa. Não importa quem estiver vestindo. Jogador é bicho burro. Olha uma mulher bonita e gostosa e cai dentro, emburaca mesmo. Mal sabe ele que ela o procura, mas está se relacionando com um monte ao mesmo tempo. E diz para ele e para todos os outros que está apaixonada. E o cara cai. Não dá, né? Mas eu falo isso aos meus jogadores. Acho que também é papel do treinador alertá-los para este tipo de situação, que é muito comum.
A sua teoria é interessante, mas você também já agiu desta forma, sem pensar muito. A Carol (filha de Renato) é fruto de uma relação extraconjugal. Esqueceu disso?
Não dá nem para comparar uma coisa com a outra. Eu cometi um erro, sim, que foi essa relação extraconjugal, mas não foi com uma mulher qualquer, foi com uma pessoa séria, que era independente, conhecida, apresentadora de televisão (a jornalista Carla Cavalcanti). Todo mundo está sujeito a erros desse tipo, mas eu assumi o que fiz, banquei e tenho uma ótima relação com ela e com a Carol até hoje. À medida que a profissão permite, sou um pai presente e cumpridor dos meus deveres.
Uma legião de tietes com as mais variadas intenções corre
atrás do dinheiro e do sucesso dos jogadores de futebol
Sérgio Ruiz Luz
Susana Werner (namorada de Ronaldo): azar no jogo, sorte no amor | |
Foto: Alexandre Sant'anna |
Em sua versão mais inocente, elas montam guarda na porta dos clubes vestidas de top e calça justa preta, uniforme oficial da categoria. Diante do primeiro homem de chuteiras, têm ataques de histeria e tentam ganhar um autógrafo no grito. O outro grupo é mais organizado. Vai mais fundo no assédio. De cabelos oxigenados e vestidos decotados, elas fazem marcação em churrascarias, choperias, casas de pagode ou qualquer outro lugar freqüentado por atletas. Representantes da amplíssima categoria das atrizes-e-modelos, algumas fazem um gol de placa e casam com o artilheiro do momento. Às vezes, porém, a bola vai para fora. Nesse caso, a partida termina nos tribunais, onde somente o tira-teima dos exames de DNA é capaz de comprovar paternidades duvidosas. Essa galeria de mulheres, que entram em campo dispostas a tirar uma casquinha da fama e do sucesso conquistados pelos jogadores, já faz parte do cenário do futebol: são as "marias-chuteiras".
Foto: Lailson Santos Mari Alexandre com Juninho: rolo rápido antes da viagem | Foto: Alexandre Battibugli |
"Os jogadores sempre foram assediados, mas hoje as mocinhas estão muito agressivas", afirma o ex-técnico da seleção Telê Santana, que costumava ser implacável na marcação das bolas divididas entre tietes e boleiros. Telê é de um tempo em que o preconceito em relação ao futebol era tamanho que os namorados escondiam sua condição de jogador. Ao iniciar o namoro com sua mulher, Alcina, nos anos 50, o técnico Zagallo, então um promissor ponta-esquerda do Flamengo, dizia para a família da noiva que trabalhava com o pai e estudava datilografia. O quadro mudou. Hoje, qualquer candidato a craque que se preze aplica boa parte de seu patrimônio para ficar parecendo um jogador de futebol. Investe em jóias, roupas de grife, carros importados e outros sinais exteriores de riqueza. "Jovens, saudáveis, com ótima situação financeira, os jogadores sentem-se poderosos e acabam virando alvo das oportunistas", diagnostica Regina Brandão, psicóloga dos times do Grêmio e do Internacional.
"Já me atirei na frente de um carro só para o jogador parar e me dar um autógrafo", conta Catarina de Albuquerque Souza, 16 anos, torcedora do São Paulo e representante típica da "turma do alambrado" (veja quadro na pág. 94), que curte uma paixão sincera, age em bando, faz muito barulho, mas não machuca ninguém. "Recebo fotos, jóias, ursinhos de pelúcia e até cartas com a inscrição 'Quero esse corpo'", afirma o atacante Caio, do Flamengo. O lateral Russo, do Vitória, da Bahia, chegou a ficar noivo de uma fã paulista que o assediou com uma torrente de cartas apaixonadas. "A distância acabou com o relacionamento", conta. O romance da opulenta modelo Mari Alexandre com o meia Juninho, depois da transferência do craque para a Inglaterra, em 1995, também esfriou com o tempo e a distância. "Foi só um 'rolo' e hoje nem gosto de falar desse assunto, pois estou comprometida", diz Mari, que está noiva do cantor Vavá, do grupo de pagode Karametade. Os pagodeiros, por sinal, formam a classe emergente com poder de fogo para desafiar a preferência nacional pelos jogadores de futebol.
Foto: Álbum de família | Foto: Paulo Giandalia / Folha Imagem |
Nádia França, com o ex-namorado e com o atual, Alex Alves: ex-Ronaldinha e futura Alexinha |
Até juvenil do Fluminense, time rebaixado para a terceira divisão do futebol brasileiro, posa de superastro diante de uma tiete apaixonada. Mas o campeonato que todas sonham vencer é Ronaldinho, o craque número 2 do mundo. Quem teve a sorte de aparecer uma vez de braço dado com o jogador do Internazionale de Milão mudou de vida, a começar pela atual primeira-dama, Susana Werner. Antes de gostar de jogador, Susana gostava mesmo de futebol. Calçava chuteiras e vestia a camisa do time feminino do Fluminense quando conheceu o craque num restaurante da Barra, no Rio de Janeiro, em 1996. Naquela época, já era atriz da série Malhação. Depois estrelou até filme na Itália. A mineira Nádia França foi a primeira modelo a cair nos braços do craque, em 1994. Quando o namoro engatou, trancou a faculdade de psicologia e largou tudo para acompanhar de perto a carreira de Ronaldinho, contratado para jogar no PSV, da Holanda. Nádia não teve dúvida de sua escalação para o altar quando descobriu que estava grávida. Chegou a posar para fotos, feliz da vida, exibindo o exame de gravidez com resultado positivo. Ronaldinho pulou fora, disse que não era o pai da criança, e o amor acabou. Pouco tempo depois, Nádia anunciou que havia sofrido um aborto espontâneo.
As Ronaldinhas — Foi sucedida por Viviane Brunieri, outra modelo platinada que ocupou o trono por pouco tempo. Dispensada, juntou-se à antiga rival Nádia e não deixou a bola cair na área. Depois de posar nua para a revista Playboy, a dupla fundou a banda As Ronaldinhas. O grupo continua até hoje, mas perdeu a participação de Nádia quando a loira amarrou um namoro com outro jogador cobiçado, o atacante Alex Alves, do Cruzeiro. Mesmo na reserva, Alex é um fenômeno de popularidade. "Certa vez, uma torcedora me pediu de presente a cueca que eu estava usando", lembra. Alex não gosta do passado de Nádia e a proibiu de falar em público do ex-namorado famoso. Ela procura obedecer. "Não quero viver na sombra do Ronaldinho a vida toda", afirma. Sua ex-parceira de banda acha estranho. "Ela fala que não quer a sombra do Ronaldinho, mas agora vive na do Alex Alves", diz Viviane. "Só espero que ela não forme o grupo As Alexinhas."
Mortágua: mãe do primeiro filho de Edmundo | |
Foto: Paulo Jares |
Namorar um jogador famoso significa sair do anonimato, o que pode incomodar, principalmente no caso de reincidência. A modelo Carla Daniele Pavarini, 23 anos, por exemplo, diz que "enrolou" um bom tempo até decidir "ficar" com o volante Vampeta, do Corinthians, no final do ano passado. Durante a Copa do Mundo, em julho, Carla apareceu nos jornais e na TV aos beijos com o atacante Denílson, seu namorado na época. "Terminei com ele uma semana depois do Mundial e não queria me envolver com outro jogador, pois as pessoas ficam falando", conta. E falam mesmo. As orelhas da modelo gaúcha Karen Matzenbacher ficaram queimando um bom tempo. Ela se expôs muito mostrando seu talento na capa da Playboy como a namorada do zagueiro tetracampeão Márcio Santos. Hoje, Karen vive muito bem ao lado de Jardel, atacante do Porto, de Portugal, com quem teve um casal de filhos. Difícil este jogo. Algumas atacantes mais afoitas são pilhadas em impedimento. A exuberante Cristina Mortágua foi obrigada a ir aos tribunais para reconhecer o pai de seu filho. Diante da comprovação irrefutável do DNA, o "Animal" Edmundo assumiu o rebento. Mas não casou.
"O jogador tem de saber a hora certa para fazer sexo, caso contrário pode complicar a carreira", afirma Telê Santana. Em seu período como treinador da seleção brasileira, Telê dispensou o lateral Leandro e o atacante Renato Gaúcho por causa de uma escapada noturna da concentração às vésperas da Copa do Mundo de 1986. Renato, hoje com 36 anos e preparando-se para estrear no time suburbano do Bangu, no Rio, adora falar sobre suas façanhas amorosas fora dos campos, que aconteceram sempre sob as vistas complacentes de sua mulher, Maristela. "Eu podia escolher", gaba-se o jogador, que paga pensão alimentícia de 4.480 reais para a filha que teve com a jornalista Carla Cavalcanti. Não precisou nem fazer exame de paternidade.
Com reportagens de Ronaldo França, do Rio de Janeiro,
e Daniella Camargos, de Belo Horizonte
As belas que dão bola
10/01/2008 - 16h00m - Atualizado em 10/01/2008 - 20h32m
Carol entrevista Renato Gaúcho
Filha quis saber a fundo parte da intimidade do técnico do Fluzão
Filha de Renato Gaúcho com a jornalista Carla Cavalcanti poderia dar em quê? Numa garota esperta, que sabe o que diz, apesar da meninice natural de seus 13 anos. Mas Carol, a filha que tira o sono do pai e de muito marmanjo por aí, topou fazer como a mãe fez um dia e colocou Renato na parede. Dando uma de "Repórter por um dia", ela entrevistou o ídolo e pai pela primeira vez. Uma entrevista diferente! A adolescente determinou as questões e o GLOBOESPORTE.COM repassou para o técnico tricolor. A idéia era não deixar que nenhum dos dois ficasse inibido.
Sem enrolação e timidez alguma, Carol foi direta e fez perguntas de filha e também de fã. A primeira, logo de cara, é a que Renato mais escuta, mas que até agora não encontrou as palavras certas para responder. Carol quis saber do pai a sensação exata, a transcrição do momento em que ele fez o famoso gol de barriga:
- É a pergunta que eu mais respondo há quase 13 anos. Tem gente que pergunta se foi sem querer, se eu quis fazer o gol. Ora, se eu quis! Tão de brincadeira, né? Eu tento, mas não dá para responder direito porque me faltam palavras. Sei lá, cara, é muita loucura. Parece que você está dentro de um sonho, é o gol do título, sobre o Flamengo, com o estádio lotado. Passa tudo na cabeça. É praticamente um orgasmo. É bom demais. Na hora que a bola entrou, eu vejo o bandeirinha. Ele correu para o meio. Aí, malandro, arruma uma palavra para eu descrever o resto, porque não sei. É loucura - lembra.
A segunda pergunta é uma pulga que está atrás da orelha de Carol faz tempo. Renato, um dos jogadores mais famosos e mulherengos da história do futebol brasileiro, teve logo uma filha. E só ela. Carol foi na canela: "Quero saber se ele queria que eu fosse menino para jogar futebol e se ele quer ter um filho homem."
- Que ela fosse homem? Pô, claro que não. A gente, quando vai ser pai, quer que venha com saúde, só isso. O sexo não importa. Menina é mais carinhosa com o pai, eu adoro. Você que é pai de uma menina sabe disso. Mas agora, sim, eu quero um filho homem para tomar conta da Carol (risos). Falando sério, eu queria ter um filho homem, sim. Mas se o primeiro fosse homem, agora eu ia querer menina. Quero ter um filho porque se ele nascer com o talento que Deus me deu, eu já garanto a aposentadoria (mais risos).
Apaixonada pelo paizão coruja, Carol quis saber se há chance de Renato "abandoná-la" num futuro próximo para trabalhar no exterior.
- Nenhuma. Agora mesmo tive proposta para ir para Dubai, outra para o Japão, e não aceitei. Não quero, não gosto e não é a minha hora. Tenho um amigo, Jonas, que é super experiente - ah, e é tricolor, bota aí - que sempre fala "Renato, você vai para Dubai para quê? Você já tem dinheiro para fazer o que quiser. Você vai comer sete vezes por dia? Vai dormir mais do que você dorme? Tem alguma coisa por lá que você vai fazer mais do que por aqui? Então, vai fazer o quê lá?" - conta.
No fim, para não facilitar a vida do pai e já ir amolecendo o coração do "velho", Carol emendou de primeira um "como é que um cara tão conquistador lida com o fato de a filha levar cantada todo dia?"
- Mulher, por si só, já recebe cantada todo dia. Menina bonita e famosinha, então, mais ainda. Mas eu confio na Carol, filha de peixe, peixe é. Uma vez, num restaurante, estava rolando esse papo de ser freira, o garçom se meteu na brincadeira, disse que era uma boa para ela, que respondeu na lata: "Pergunta para ele se ele queria ser padre?" (risos). A vida é isso aí. Minha filha é assim - responde, feliz da vida.
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