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sexta-feira, 2 de abril de 2010

DINHEIRO PARA CULPAR OS NARDONI :


"O promotor atuou, conseguiu o seu desiderato. Mas, uma coisa passou desapercebido do povão e da mídia que evidentemente ficara silente. Na fundamentação de sua tese, o promotor usou uma maquete avaliada em R$ 50 mil reais. Duas questões nos assombram: a primeira é quem pagou pela maquete, ou seja, quem pagou por um artifício para ajudar a condenar alguém. A segunda questão é, porque tais artifícios não são usados com mais rotina... Se quem pagou a conta foi o MP, então nós temos que admitir que foi com dinheiro público. Nesse caso haveria que haver licitação, etc. O promotor desconversou. Em seguida nos ocorre a pergunta. Se o MP tem verba para pagar por este artifício, porque não o usa com mais frequência? Ou só usa tais artifícios quando o caso dá muita mídia. Em terceiro lugar, se houve a doação - seria legítimo o MP aceitar uma doação que visa ajudar a condenar uma pessoa? Seria moral, seria legal? O promotor tem o dever de explicar a origem, a forma de aquisição desse artifício."





DINHEIRO PARA PROMOTOR CASO NARDONI : O criador da estrela do júri


Fábio Fogassa, de 31 anos, fez a maquete do Edifício London que provocou alvoroço durante o julgamento e foi até danificada por testemunha

25 de março de 2010 | 0h 00
Paulo Sampaio - O Estadao de S.Paulo

Por enquanto, a maquete que virou estrela no julgamento dos Nardonis não rendeu novos clientes ao autor. "Só me ligaram amigos, para dar parabéns", conta Fábio Fogassa, que fez um precinho especial para o Instituto de Criminalística São Paulo. Diz ele que pensou no investimento, não no lucro.

Por uma maquete como a do Edifício London (1,30m de altura, 1,70m de largura e 1,50m de profundidade) e a do apartamento onde o réus moravam (1m de altura por 1m de largura), Fogassa cobraria algo entre R$ 20 mil e R$ 60 mil. Então, as duas maquetes do caso podem ter saído por uns R$ 40 mil?

"Quem disse que o valor está dentro desse limite? Eu posso ter cobrado abaixo disso; posso até ter pago, em vez de ter cobrado...", diz.

Críticas. Estrela no meio da constelação de magistrados, a maquete foi criticada, chegou a ser agredida involuntariamente por uma testemunha e até acusada de promover o atraso no segundo dia de julgamento.

"Mentira!" reage Fogassa, de 31 anos. "Começamos a montagem por volta das 8h15 e não levamos mais de 10 minutos." A Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça afirma que, por volta de 9h, horário marcado para o início da sessão, ainda havia gente mexendo na maquete. O julgamento começou às 10h15.

Ao oferecer um abatimento no preço para o Instituto de Criminalística, Fogassa não pensou apenas na publicidade indireta, mas no ineditismo da situação. "Não existe na história recente o registro do uso de maquetes em julgamentos. Queríamos ser os primeiros", diz o maquetista (não é "maqueteiro").

De fato, a perita Carla Campos, que trabalha na superintendência da Polícia Científica (da qual o IC é subordinado), diz que o pedido do promotor Francisco Cembranelli foi uma surpresa. "Não tínhamos recursos técnicos para a execução da maquete. O próprio doutor Cembranelli teve de nos indicar uma empresa especializada", diz.

Em seus 30 anos de experiência, o desembargador Nélson Calandra, ex-presidente da Associação Paulista dos Magistrados, diz que não se lembra de ter visto um recurso técnico tão apurado. "Já vi até simulação, mas, maquete, não me recordo. Em um caso desses, em que não há prova testemunhal, o aparato técnico é importantíssimo. Se não fosse por ele, precisaríamos supor uma porção de situações e, ao fim, os réus seriam absolvidos por falta de provas."

Três funcionários de Fogassa estiveram no Edifício London para "tirar as medidas". Como o apartamento dos Nardonis está judicialmente lacrado, eles usaram como modelo uma unidade idêntica, em outro andar.

Dubai. Festejada no mundo, a Adhemir Fogassa tem em seu currículo trabalhos como a maquete da vila olímpica de 2016 (R$ 230 mil), do Shopping Cidade Jardim (R$ 800mil) e a do World Trade Center paulistano (R$ 140 mil). Adhemir, de 56 anos, pai de Fábio, começou a montar maquetes em 1973 e se aposentou em 2008.

O site da empresa oferece quatro opões de línguas, entre elas o árabe. Sim, Fogassa chegou a Dubai. A Ferrari encomendou a maquete de um parque temático de 80milm².

Até o irmão de Osama Bin Laden, o xeque Tarek Mohamed Bin Laden, tornou-se cliente. Em 2008, ele encomendou a maquete de um prédio misto, com 1,5m por 1,5m. Custaria R$ 50 mil, mas Fogassa, de olho no mercado árabe, despachou a obra por R$ 35 mil.


CASO ISABELLA NARDONI e dinheiro :Boneca de US$ 2,5 mil não será jogada, diz polícia


Policiais afirmaram que reconstituição não terá cena da queda da menina.
Por volta das 12h eles instalaram tela que será cortada para simular queda.

Juliana Cardilli Do G1, em São Paulo


A secretaria de Segurança Pública informou que a boneca usada na reconstituição da morte da menina Isabella Nardoni não será jogada pela janela. O motivo é contenção de gastos: a boneca custou US$ 2,5 mil. ( atenção é em dolar !!!!! não confunda !) O manequim não foi comprado exclusivamente para esse caso.


Segundo a polícia, a boneca já foi utilizada anteriormente para simular vítimas infantis masculinas e femininas. Após a simulação da morte de Isabella, ela será utilizada novamente em eventuais novos casos. De acordo com a polícia, a boneca é útil porque pode ser recheada e simular peso.

Perícia

Peritos que participam da reconstituição retiraram por volta das 11h30 a tela de proteção de um dos quartos do apartamento para instalá-la no outro quarto, onde fica a janela de onde Isabella foi atirada. A nova tela vai substituir a anterior, retirada pelos peritos após o crime. Os policiais querem cortar a tela substituída para reproduzir o momento em que Isabella foi atirada. Por volta das 11h10, uma policial surgiu na janela segurando a boneca.


Às 11h40 policiais realizavam a reconstituição dentro do apartamento, após terminarem os trabalhos iniciados na garagem, às 9h40. Curiosos acompanham a movimentação da janela.

Morte

Isabella morreu após ser espancada, asfixiada e jogada do 6º andar do edifício, onde moravam o pai e a madrasta dela, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, considerados pela polícia suspeitos do crime. Eles não participam da reconstituição porque, segundo a defesa, a polícia lida apenas com uma hipótese para o crime e tem versões que divergem com a do casal.


Reconstituição

Fundamental para o andamento das investigações sobre o caso, a reconstituição é realizada por quatro peritos, dois médicos legistas, dois desenhistas, dois fotógrafos. Estão também no local os delegados titular e auxiliar do 9º Distrito Policial (do Carandiru), Calixto Calil Filho e Renata Pontes, que conduzem as investigações, além do promotor do Ministério Público Francisco Cembranelli e da delegada seccional da Zona Norte de São Paulo, Elizabete Sato.

Duração

A previsão inicial divulgada pela polícia era que o trabalho duraria dez horas. Mas como o casal suspeito não participa do procedimento, ele deve terminar antes desse prazo - em cinco horas, segundo previsão da secretaria de Segurança Pública.


Segundo a polícia, a maior parte do procedimento deve ser feita dentro prédio e do apartamento, que fica no 6º andar. Em apenas dois momentos a ação deve acontecer no lado externo. Um deles será no jardim, onde o corpo da menina caiu após ser jogado da janela, e o outro será em um prédio vizinho.

A polícia quer saber se haveria tempo hábil para uma terceira pessoa ter cometido o crime sem ser visto por Alexandre ou Anna Carolina. A perícia revelou que entre o desligamento do aparelho GPS do Ford Ka do casal e a primeira ligação para os bombeiros se passaram 13 minutos e 46 segundos.

Esquema de segurança

Assim como na ocasião em que os dois suspeitos do crime foram prestar depoimento no 9º Distrito Policial, onde as investigações são concentradas, foi montado um esquema de segurança para garantir o trabalho dos peritos, a circulação dos moradores e a movimentação da imprensa.

A Rua Santa Leocádia, onde fica o prédio, está fechada desde o fim da noite de sábado (26). Só é permitida a entrada dos moradores, que foram cadastrados pela polícia, além de jornalistas e policiais.

O espaço aéreo acima do edifício está fechado em um raio de 1,5 km, conforme autorização judicial. Isso porque o barulho dos helicópteros pode comprometer a reconstituição quando forem comparadas as versões de testemunhas que afirmam ter ouvido gritos na noite do crime.


O Dr. Cembranelli abordou de forma clara e técnica os detalhes mais importantes, demonstrando ser a pessoa certa para atuar no caso Isabella.


Depoimentos

Considerei a palestra muito proveitosa, pois foi possível ouvir o promotor que trabalha diretamente em um caso tão polêmico e difundido pela mídia. As informações que eu tinha até então eram apenas de fontes não jurídicas, como jornais e revistas. O Dr. Cembranelli abordou de forma clara e técnica os detalhes mais importantes, demonstrando ser a pessoa certa para atuar no caso Isabella.
Eventos dessa natureza promovidos pela FMP são muito importantes para os alunos estabelecerem contato com situações práticas, além de conhecerem o trabalho de profissionais da área jurídica. O fato de a palestra ter se dado num sábado possibilitou a participação de estudantes que, como eu, trabalham durante a semana. Como aluna do 4º semestre do curso de Direito da FMP, iniciando a primeira disciplina de processo penal, considero que esse tipo de experiência enriquece ainda mais o curso, que é da mais alta qualidade.
Cristina Mayer - Estudante do 4º semestre de Direito FMP

"O Promotor de Justiça Cembranelli é um sujeito centrado, que em nenhum momento demonstrou ter algum tipo de envolvimento emocional com o caso. A palestra foi bastante esclarecedora. Eventos como esse sempre acrescentam no processo de aprendizagem, principalmente quando neles se analisam a atuação profissional em um caso real e recente. Por acreditar nisso é que parabenizo a Fundação Escola Supeiro do Ministério Público pela iniciativa de proporcionar a seus alunos a possibilidade de entender melhor os motivos que levaram Cembrabelli a concluir que os culpados pela morte da menina Isabella eram realmente o pai e a madrasta".
Artus James Lampert Dressler - Estudante do 1º Semestre de Direito FMP

“A palestra foi proveitosa, pois à medida que o Dr. Cembranelli explicava com detalhes cada uma das etapas do caso Isabella o meu conhecimento sobre Direito Processual Penal só aumentava. Ouvir um profissional como o Cembranelli falar sobre o intrigante assassinato da menina Isabella é importante para estudantes de qualquer área, sobretudo para quem tem a pretensão de fazer justiça, como eu. Que bom seria se a FMP trouxesse outros especialistas para falar sobre as outras áreas do Direito".
Marina Abichequer Sangalli – Estudante do 2º Semestre de Direito FMP

Gostei da palestra “O Caso Isabella na Visão do Ministério Público”, proferida pelo promotor de Justiça Francisco Cembranelli. No encontro, tivemos a oportunidade de conhecer todos os detalhes referentes às investigações, bem como a expectativa de Cembranelli quanto ao desfecho do Caso, de repercussão internacional. A visão pessoal e profissional do palestrante também pôde ser observada, pois o Promotor confidenciou todas as suas impressões, desde o momento em que soube da morte da menina. Acho de suma importância termos acesso a eventos deste nível, pois assim podemos compatibilizar o nosso conhecimento, mesclando a teoria com a prática.
Raphael Eckert Nunes – Estudante do 4 º Semestre de Direito FMP

Fundação Escola Superior do Ministério Público - RS




A bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, 24 anos, mãe de Isabella, 5, vai atuar oficialmente ao lado do Ministério Público na acusação contra o estagiário de direito Alexandre Alves Nardoni, 29 anos, e a dona-de-casa Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24 anos, réus no processo do assassinato da menina.

O juiz do 2º Tribunal do Júri de Santana (zona norte de SP) Maurício Fossen autorizou a participação da advogada da mãe de Isabella como assistente de acusação na ação penal, na última sexta-feira.

A inclusão no processo criminal vai permitir que Cristina Christo Leite, advogada de Ana Oliveira, participe dos interrogatórios de réus e de testemunhas, peça a realização de novos laudos e fale aos jurados em um eventual julgamento por um júri popular.


Segundo o promotor de Justiça Francisco José Taddei Cembranelli, responsável pela denúncia contra os réus, a decisão de Ana Oliveira de participar ativamente na acusação foi tomada cerca de 15 dias após o crime, ocorrido no dia 29 de março.

Cembranelli disse que à época foi procurado pela mãe de Isabella e a advogada, e as aconselhou a esperar pela conclusão do inquérito do assassinato para atuar oficialmente no caso. Elas seguiram a orientação e, discretamente, passaram a realizar contatos freqüentes com o Ministério Público sobre as investigações, segundo o promotor.

"Disse à Ana Oliveira e à advogada dela que o ideal seria aguardar o fim do inquérito, para evitar uma exposição exagerada e desnecessária delas durante as investigações", afirmou Cembranelli.

A participação de advogada de Ana Oliveira na acusação pode provocar um efeito psicológico nos eventuais jurados do caso, segundo Cembranelli. Em um júri, a advogada ficaria durante todo o julgamento ao lado do promotor, no campo de visão dos jurados.

A advogada de Ana Oliveira já poderá fazer perguntas aos réus no interrogatório do processo criminal marcado para o próximo dia 28 no Fórum de Santana (zona norte).

Para o Ministério Público, Nardoni e Anna Jatobá, pai e madrasta de Isabella, foram responsáveis pelos asfixiamento e arremesso da menina do sexto andar do edifício onde morava o casal.

Os advogados dos réus dizem que eles são inocentes e que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que entrou no apartamento.

LAST





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