Gripe A: "Renato pode respirar sozinho"

por DIANA MENDES Hoje

Jovem de 29 anos internado em Faro deverá sair do coma induzido esta semana. Há três pessoas infectadas com o H1N1 em estado crítico no País.

Renato Pedro, de 29 anos, internado em estado grave no Hospital de Faro com gripe A, já "reúne condições para ser retirado do coma induzido", o que deverá acontecer esta semana, confirmou ontem ao DN o pai, Daniel Pedro. Além de Renato há mais dois doentes com gripe A em estado crítico nos hospitais do País.

O jovem está internado há 19 dias com uma infecção pulmonar na unidade hospitalar, tendo-lhe sido induzido um coma porque "não podia respirar por ele próprio", diz o pai. Neste momento, ao que tudo indica, "estão reunidas as condições, nomeadamente a nível da ventilação [para sair do coma]. Os médicos dizem que o Renato já poderá respirar sozinho".

Durante a tarde, Daniel Pedro não conseguiu obter mais informações do hospital, por ser feriado regional. "Amanhã, o meu filho vai fazer um electroencefalograma para se verificar se não haverá quaisquer lesões a nível cerebral", avança.

Dos três doentes infectados com H1N1 em estado crítico, dois fazem parte dos grupos de risco para a gripe A. As complicações de saúde de Renato Pedro estarão relacionadas com a obesidade, já que o jovem pesa 120 quilogramas. A família, porém, queixou-se que os resultados das análises demoraram cinco dias a serem comunicados, mas o hospital justificou que teve dificuldade em contactar o doente.

Também outro dos casos críticos envolve uma mulher que estava grávida e desenvolveu uma pneumonia grave. A criança acabou por nascer às 31 semanas, de cesariana, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. O bebé nasceu saudável.

Já o homem de 50 anos que está em estado crítico no Curry Cabral, de acordo com o administrador Manuel Delgado, "não sofria de qualquer patologia, sendo saudável", refere.

"Os dois casos estão neste momento estabilizados, apesar de serem críticos. De qualquer forma, apenas podemos ter esperança. Não podemos garantir que os dois doentes vão recuperar", frisa.

No hospital de referência da zona de Lisboa foram identificados cinco a seis casos graves, que tiveram alta, "quase todos sem patologias associadas".

Outros hospitais contactados pelo DN não têm internados doentes em estado crítico. Foi o caso do São João, no Porto, que deu alta à mulher de 30 anos que ali ingressou no início de Agosto.

No Hospital Santo António, na mesma cidade, nunca houve críticos, diz o director das urgências Humberto Machado. "Até agora, os casos graves tiveram alta num prazo de 24 a 48 horas."

Em Portugal foram identificados 5139 casos de gripe até à semana passada.

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