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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

'Bellini e o demônio' marca volta de Fábio Assunção ao cinema


Ator reencarna detetive criado pelo músico e escritor Tony Bellotto.
Segundo o diretor, filme é inspirado em David Lynch e David Cronenberg.

Henrique Porto Do G1, no Rio


O diretor Marcelo Galvão (o segundo, da dir. para a esq.), e parte do elenco durante entrevista coletiva (Foto: Henrique Porto/G1)

O detetive Remo Bellini, criado pelo músico e escritor Tony Bellotto, em 1995, está de volta à telona. Dirigido por Marcelo Galvão, “Bellini e o demônio” marca o retorno de Fábio Assunção ao papel principal da trama, que será exibida nesta segunda (28), às 21h45, no Cine Odeon, dentro da mostra competitiva da Première Brasil, do Festival do Rio.

“Acredito que esta seja a melhor performance do Fábio nos últimos tempos. Ele deixou a barba crescer, não pôde pegar sol por um tempo... Fez um trabalho bastante profundo de desconstrução do personagem e, por tabela, de sua imagem de galã de TV”, disse o diretor sobre o ator, que não compareceu à coletiva de imprensa realizada nesta tarde, em um hotel da Zona Sul do Rio. Além de Assunção, o elenco conta ainda com Marilia Gabriela, Rosanne Mulholland, Nill Marcondes e Luiza Curvo, entre outros.






Lynch, Cronenberg e Crowley

Na nova aventura, o detetive — que foi adaptado para o cinema pela primeira vez, em 2001, em “Bellini e a esfinge” — enfrenta rituais, seitas satânicas e assassinatos brutais para desvendar o sumiço de um livro. Para criar essa atmosfera macabra, o diretor se inspirou em referências “perturbadoras”, o que pode, segundo ele, tornar o filme de “difícil digestão”.


“Busquei referências cinematográficas principalmente nas obras de David Lynch e David Cronenberg. As influências religiosas, como os rituais de quimbanda, de magia negra, também estão bem presentes no filme”, contou Galvão, que também destacou o mago e ocultista inglês Aleister Crowley como referência para a história.

“Suas ligações com magia negra e misticismo fizeram de Crowley, que viveu no século 19, uma figura controversa. Ele era admirado por gente como Raul Seixas e a banda de rock ‘n’ roll Black Sabbath”, disse o diretor.



Acontecimentos estranhos

O clima de mistério da história também fez parte dos bastidores da produção, como conta o ator Nill Marcondes.

"Estávamos gravando uma cena de ritual, e a produção fez um círculo de fogo no chão. De repente, uma labareda subiu e todo mundo se assutou. Como não ouvi ninguém gritar 'corta', continuamos a cena, mas nem sei como saiu. Ainda vou conferir no filme", relatou o ator.

O produtor Theodoro Fontes contou outro caso ainda mais bizarro. "A palavra 'demônio' simplesmente desapareceu de algumas cópias do roteiro. A Malu [Mader, atriz e esposa de Tony Bellotto] recebeu uma dessas. Ninguém, até agora, soube explicar como isso aconteceu".






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