O médico Francisco Vanin Pascalicchi foi o convidado do programa O Povo Quer Saber
Viviane Gonçalves
vivi@opovo.com.br
12 Set 2009 - 01h08min
O projeto O Povo Quer Saber encerrou a edição 2009 esclarecendo dúvidas sobre a gripe suína. O médico Francisco Vanin Pascalicchi, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi o convidado do programa, transmitido na manhã de ontem pelo portal O POVO online e pela rádio O POVO/CBN. O último boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), divulgado ontem, registra 68 casos da gripe suína no Ceará e 82 em processo de investigação.
Segundo Vanin, o monitoramento do vírus H1N1 está sendo permanente. A boa notícia é que as últimas pesquisas apontam que o vírus não tem apresentado mutações e continua estável. “O vírus pode sofrer alteração genética com outros vírus e ficar ainda mais resistente. Por isso o monitoramento é tão importante. Até agora, o H1N1 está se mostrando dominante“, avalia.
Ele explica que as pandemias costumam se dividir em duas ou três grandes ondas de surto. “A primeira já está passando e a próxima deve surgir no início de 2010. Estamos monitorando o vírus, mas não dá para prever como o vírus vai se comportar“, afirma. O temor é que a nova onda conte com um vírus mais poderoso e o tratamento não seja tão eficaz. Por isso, o alerta deve continuar.
O Ministério da Saúde encomendou 18 milhões de vacinas, que devem chegar até novembro. “Ainda não foi definido como será a distribuição. Mas os grupos de risco e profissionais de saúde deverão ter prioridade“.
A preocupação ainda é com a auto-medicação. “Acho que o Ministério da Saúde fez certo em restringir o acesso ao medicamento. O uso incorreto pode provocar resistência ao vírus“, alerta. Por isso, a prevenção é a maior estratégia de controle da doença. Durante a entrevista, Vanin alertou para a importância de não compartilhar objetos pessoais, cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar e lavar as mãos frequentemente. Ele explica que o uso de máscaras deve ser restrito aos casos suspeitos de gripe suína e profissionais de saúde.
O médico sanitarista avaliou como positiva o acompanhamento, a contagem e a divulgação dos casos da nova gripe. “Acho que não provocou pânico e sim esclarecimento à população sobre a doença. Muitas pessoas queriam entender a gripe suína“
Desde que surgiu o primeiro caso de gripe suína no Brasil, as unidades de saúde ficaram ainda mais lotadas. Para Vanin, os gestores municipais, estaduais e federais devem atuar em conjunto para minimizar o problema. “Esse não é um problema específico do Brasil, os Estados Unidos e outros países também tiveram superlotação nas unidades de saúde. A população tem que estar bem orientada para procurar atendimento médico quando necessário“, alerta. E acrescenta que muitos casos de Influenza A podem ser tratados em casa e sem o uso de medicação específica. “Devem ir ao hospital as pessoas que sejam do grupo de risco ou quando houver sinais de agravamento da doença, como febre e alteração respiratória“, alerta.
NO DEBATE
>Erick Guimarães, editor-chefe executivo do O POVO
>Larissa Lima, repórter do núcleo Cotidiano do O POVO
> Lidiane Pereira, Produtora da TV O POVO
> Fernando Graziani, Jornalista do Grupo de Comunicação O POVO
> Dalviane Pires, repórter do O POVO e apresentadora do Debates do O POVO
PERFIL
FRANCISCO VANIN PASCALICCHIO
> Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo/EPM em 1978. Realizou Mestrado em Saúde Coletiva pela Unicamp em 2002. Atualmente é médico e fiscal sanitário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, lotado na Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras de São Paulo e médico sanitarista do Núcleo de Epidemiologia Hospitalar do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
> Vanin tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, saúde e trabalho, planejamento e gestão.
SAIBA MAIS
>É preciso estar atento para que ambientes fechados não se transformem em um propagador da gripe A.
> A orientação é para que portas e janelas fiquem abertas por pelo menos uma hora por dia.
> O filtro de ar-condicionado deve ser limpo a cada 15 dias.
> Caso o ambiente seja completamente fechado, o ideal é que sejam instalados exaustores.
> Os principais sintomas da gripe A são: febre alta repentina, maior que 38 graus, e tosse, acompanhadas ou não de dor de cabeça, musculares, nas articulações ou dificuldade respiratória.
> Cubra a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
> Não esqueça de lavar as mãos com água e sabão líquido, especialmente depois de tossir ou espirrar. Uma alternativa é usar produtos à base de álcool em gel para limpar as mãos.
> Evite tocar os olhos, boca e nariz, porque os germes se espalham desse modo. Não compartilhe objetos de uso pessoal, como copos e talheres.
> Fazem parte do grupo de risco: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com deficiência imunológica, hemoglobinopatias, diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica e obesidade mórbida.
> Para tirar dúvidas sobre a gripe A basta ligar 0800 280 0808.
E-Mais
>Vanin acredita que o Brasil tem se comportado bem diante da pandemia. Ele afirma que o País soube adotar estratégias para a contenção da doença.
> Sobre o atendimento nas unidades de saúde, ele afirma que é preciso evitar a superlotação e avaliar o número de leitos de UTI em cada região.
> Não há registros de contaminação do vírus H1N1em animais.
> O consumo de carne suína está liberado.
> De acordo com Vanin, algumas estratégias adotadas logo quando surgiram os primeiros casos de gripe suína não apresentaram grandes efeitos.
> Desde 2000, o Brasil tem um projeto de vigilância de doenças, do Ministério da Saúde, que realiza coleta sistemática de vírus de gripe.
> Segundo Vanin, viagens internacionais estão liberadas. “É só seguir as recomendações básicas, como lavar as mãos frequentemente e evitar aglomerações“, afirma.
Segundo Vanin, o monitoramento do vírus H1N1 está sendo permanente. A boa notícia é que as últimas pesquisas apontam que o vírus não tem apresentado mutações e continua estável. “O vírus pode sofrer alteração genética com outros vírus e ficar ainda mais resistente. Por isso o monitoramento é tão importante. Até agora, o H1N1 está se mostrando dominante“, avalia.
Ele explica que as pandemias costumam se dividir em duas ou três grandes ondas de surto. “A primeira já está passando e a próxima deve surgir no início de 2010. Estamos monitorando o vírus, mas não dá para prever como o vírus vai se comportar“, afirma. O temor é que a nova onda conte com um vírus mais poderoso e o tratamento não seja tão eficaz. Por isso, o alerta deve continuar.
O Ministério da Saúde encomendou 18 milhões de vacinas, que devem chegar até novembro. “Ainda não foi definido como será a distribuição. Mas os grupos de risco e profissionais de saúde deverão ter prioridade“.
A preocupação ainda é com a auto-medicação. “Acho que o Ministério da Saúde fez certo em restringir o acesso ao medicamento. O uso incorreto pode provocar resistência ao vírus“, alerta. Por isso, a prevenção é a maior estratégia de controle da doença. Durante a entrevista, Vanin alertou para a importância de não compartilhar objetos pessoais, cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar e lavar as mãos frequentemente. Ele explica que o uso de máscaras deve ser restrito aos casos suspeitos de gripe suína e profissionais de saúde.
O médico sanitarista avaliou como positiva o acompanhamento, a contagem e a divulgação dos casos da nova gripe. “Acho que não provocou pânico e sim esclarecimento à população sobre a doença. Muitas pessoas queriam entender a gripe suína“
Desde que surgiu o primeiro caso de gripe suína no Brasil, as unidades de saúde ficaram ainda mais lotadas. Para Vanin, os gestores municipais, estaduais e federais devem atuar em conjunto para minimizar o problema. “Esse não é um problema específico do Brasil, os Estados Unidos e outros países também tiveram superlotação nas unidades de saúde. A população tem que estar bem orientada para procurar atendimento médico quando necessário“, alerta. E acrescenta que muitos casos de Influenza A podem ser tratados em casa e sem o uso de medicação específica. “Devem ir ao hospital as pessoas que sejam do grupo de risco ou quando houver sinais de agravamento da doença, como febre e alteração respiratória“, alerta.
NO DEBATE
>Erick Guimarães, editor-chefe executivo do O POVO
>Larissa Lima, repórter do núcleo Cotidiano do O POVO
> Lidiane Pereira, Produtora da TV O POVO
> Fernando Graziani, Jornalista do Grupo de Comunicação O POVO
> Dalviane Pires, repórter do O POVO e apresentadora do Debates do O POVO
PERFIL
FRANCISCO VANIN PASCALICCHIO
> Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo/EPM em 1978. Realizou Mestrado em Saúde Coletiva pela Unicamp em 2002. Atualmente é médico e fiscal sanitário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, lotado na Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras de São Paulo e médico sanitarista do Núcleo de Epidemiologia Hospitalar do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
> Vanin tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, saúde e trabalho, planejamento e gestão.
SAIBA MAIS
>É preciso estar atento para que ambientes fechados não se transformem em um propagador da gripe A.
> A orientação é para que portas e janelas fiquem abertas por pelo menos uma hora por dia.
> O filtro de ar-condicionado deve ser limpo a cada 15 dias.
> Caso o ambiente seja completamente fechado, o ideal é que sejam instalados exaustores.
> Os principais sintomas da gripe A são: febre alta repentina, maior que 38 graus, e tosse, acompanhadas ou não de dor de cabeça, musculares, nas articulações ou dificuldade respiratória.
> Cubra a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
> Não esqueça de lavar as mãos com água e sabão líquido, especialmente depois de tossir ou espirrar. Uma alternativa é usar produtos à base de álcool em gel para limpar as mãos.
> Evite tocar os olhos, boca e nariz, porque os germes se espalham desse modo. Não compartilhe objetos de uso pessoal, como copos e talheres.
> Fazem parte do grupo de risco: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com deficiência imunológica, hemoglobinopatias, diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica e obesidade mórbida.
> Para tirar dúvidas sobre a gripe A basta ligar 0800 280 0808.
E-Mais
>Vanin acredita que o Brasil tem se comportado bem diante da pandemia. Ele afirma que o País soube adotar estratégias para a contenção da doença.
> Sobre o atendimento nas unidades de saúde, ele afirma que é preciso evitar a superlotação e avaliar o número de leitos de UTI em cada região.
> Não há registros de contaminação do vírus H1N1em animais.
> O consumo de carne suína está liberado.
> De acordo com Vanin, algumas estratégias adotadas logo quando surgiram os primeiros casos de gripe suína não apresentaram grandes efeitos.
> Desde 2000, o Brasil tem um projeto de vigilância de doenças, do Ministério da Saúde, que realiza coleta sistemática de vírus de gripe.
> Segundo Vanin, viagens internacionais estão liberadas. “É só seguir as recomendações básicas, como lavar as mãos frequentemente e evitar aglomerações“, afirma.
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