Luciana Cristo e agências
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José Fernando, presidente da AMP. |
O antiviral Tamiflu, usado no combate ao vírus H1N1, causador da gripe suína, vai poder ser usado no Paraná para não deixar que a doença se agrave, podendo ser prescrito nas primeiras 48 horas de aparecimento dos sintomas, quando o medicamento tem sua eficácia máxima.
Até agora, o medicamento só era receitado para pacientes de grupos de risco (que tivessem outras doenças, fossem crianças ou idosos) ou para quem apresentasse todos os sintomas da doença, e não apenas alguns deles.
A decisão, que vai contra o protocolo do Ministério da Saúde, foi tomada depois que os profissionais da Associação Médica do Paraná (AMP), do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e das sociedades paranaenses de Pneumologia, de Pediatria e de Infectologia fizeram o pedido ontem ao secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin. Decisão semelhante já havia sido anunciada na semana passada por Foz do Iguaçu.
De acordo com o presidente da AMP, José Fernando Macedo, os profissionais da saúde estavam preocupados com o aumento do número dos casos de pacientes jovens que pudessem evoluir para quadros mais graves. “Estamos formando uma gestão de médicos paranaenses para pedir ao Ministério que o protocolo seja revisto nesse aspecto”, afirmou.
No entendimento de Martin, o novo procedimento é deixar as normas mais flexíveis na prescrição no medicamento, e não quebrar o protocolo. “Não vamos romper, de maneira alguma, o protocolo do Ministério da Saúde. Temos que ter uma avaliação rigorosa do quadro clínico de cada paciente para que não falte medicamento a ninguém que precise”, garantiu.
A distribuição do Tamiflu continua centralizada na Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No Rio de Janeiro, o ministro da Saúde José Gomes Temporão condenou a distribuição indiscriminada do Tamiflu e voltou a defender que os órgãos públicos sigam com rigor o protocolo do Ministério.
O ministro criticou especialistas que incentivam a distribuição do remédio por hospitais, explicou que a distribuição sem controle estimula a automedicação e pode provocar a resistência do vírus. Ontem, o Teatro Positivo, em Curitiba, anunciou que estão suspensos todos os eventos programados para esse mês.
Mortes
No Hospital de Clínicas de Curitiba subiu para dez o número de mortes suspeitas de terem sido causadas pela nova gripe. Até agora, nenhuma foi confirmada. No Brasil, mais 20 mortes por gripe suína foram confirmadas pelas secretarias municipais e estaduais de saúde de cinco estados desde a última sexta-feira, elevando o total de óbitos para 96.
Rio de Janeiro registrou o maior número de mortes: sete divulgadas ontem. Entre as vítimas, estão três grávidas e três crianças. Duas delas tinham problemas neurológicos e uma delas doença pré-existente.
As gestantes tinham 16, 22 e 28 anos. São Paulo e Rio Grande do Sul tiveram mais quatro mortes cada um e, na Bahia e em Pernambuco ocorreram as primeiras mortes pela doença. Santa Catarina também anunciou as primeiras três mortes, entre elas uma grávida de 22 anos.
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