BRASÍLIA (Reuters) - Em queixa formal apresentada na quinta-feira à Procuradoria da República em São Paulo, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz afirmou ter sido afastado do comando da operação Satiagraha.
O delegado reclamou ainda de supostas obstruções às investigações, como a falta de recursos humanos e materiais para o trabalho. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pelo Ministério Público em seu site.
Com base na queixa, os procuradores Anamara Osório Silva e Rodrigo de Grandis pediram a abertura, pela Procuradoria da República em São Paulo, de procedimento administrativo. A representação foi distribuída ao procurador Roberto Antonio Dassié Diana, que irá apura a denúncia.
Desde o início da semana o governo tem tentado rebater os rumores de que o delegado teria sido afastado por motivos políticos. A operação Satiagraha levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Citou também o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado de Dantas.
A Polícia Federal chegou a divulgar trechos editados de uma gravação feita durante a reunião em que ficou decidida a saída de Queiroz do comando das investigações para tentar comprovar que o delegado não fora pressionado.
No áudio divulgado, o delegado fala textualmente que pretende deixar a operação. Segundo a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, um dos elementos que poderão ser usados no procedimento administrativo será justamente a íntegra dessa gravação. (Reportagem de Fernando Exman)
Nenhum comentário:
Postar um comentário