23 de fevereiro de 2012 | 22h 02
MARIÂNGELA GALLUCCI - Agência Estado
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deu hoje a partida
para tentar resolver o problema da falta de pagamento dos R$ 20 bilhões
em precatórios devidos pelo Estado de São Paulo e por municípios. Em
reunião da qual participaram a corregedora do CNJ, Eliana Calmon, e
representantes do Tribunal de Justiça (TJ) paulista e da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), ficou acertado que a partir no dia 5 uma
equipe do conselho vai iniciar no TJ o trabalho de ajuda à organização
do setor de precatórios. Amanhã, segundo o representante do TJ na reunião, o presidente do tribunal, Ivan Sartori, deverá se reunir com o governador Geraldo Alckmin. Conforme o estabelecido na reunião de hoje, na semana de 5 a 9 de março, a equipe do CNJ vai fazer um diagnóstico da situação dos precatórios paulistas. Em seguida, deverá ser iniciado o trabalho de reestruturação do setor.
O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou hoje que a situação dos precatórios em São Paulo virou "um caso de polícia". "Precatório em São Paulo não é mais caso de Justiça, é caso de polícia. O que se está cometendo em São Paulo é um atentado aos direitos humanos, é um atentado à dignidade do ser humano", disse Cavalcante.
Cavalcante participou hoje da reunião no CNJ para discutir soluções para o problema da falta de pagamento das dívidas judiciais. Em São Paulo, os precatórios ultrapassam R$ 20 bilhões. Representante do TJ na reunião, o desembargador José Joaquim dos Santos reconheceu que o setor de precatórios está desorganizado. Isso ocorre, segundo ele, devido à falta de servidores e recursos.
"O tribunal está aberto a propostas. O tribunal só não trabalhou dentro da linha de ação desejada por todos porque, como eu disse, depende de recursos que provêm do Executivo. Os tribunais de Justiça, de um modo geral, são carentes do ponto de vista financeiro e estão enfrentando carência funcional", afirmou o desembargador. De acordo com ele, o presidente do TJ, Ivan Sartori, deverá se reunir amanhã com o governador Geraldo Alckmin.
A corregedora do CNJ, Eliana Calmon, informou que o órgão está empenhado em ajudar o TJ paulista a resolver o problema de organização do setor de precatórios. "Nós estamos fazendo uma primeira reunião para sairmos daqui com algumas proposições. Cada um sairá com o seu dever de casa para nós darmos uma solução. A solução será dada, mas nós vamos passo a passo para conseguirmos chegar a um denominador comum. Qual é? Vamos solucionar o problema dos precatórios no Tribunal de Justiça de São Paulo", disse a ministra.
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