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21 de agosto de 2011 | |
Em guerra para retomar o controle do Partido Progressista (PP), o ministro das Cidades, Mário Negromonte ofereceu pagamentos de 30.000 reais a parlamentares da legenda. As denúncias foram encaminhadas à ministra Ideli Salvatti por correligionários de Negromonte e estão sendo apuradas pelo Governo. As informações estão na edição da revista Veja que chegas às bancas de todo o país esta semana. Acompanhe os principais trechos abaixo. Depois dos escândalos que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto está apontado desde a semana passada para o gabinete do ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades. A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado traz informações levadas à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por um grupo de parlamentares do PP. Cooptação
Na formação do governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas. Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de cinco anos no governo Lula. Há duas semanas, o grupo ligado ao ex-ministro conseguiu destituir da liderança do partido o deputado Nelson Meurer, aliado de Negromonte. Colocou no lugar dele Aguinaldo Ribeiro, aliado de Márcio Fortes. Mesada
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Na Câmara, ministro das Cidades nega favorecer empreiteiras
10 de agosto de 2011 • 17h16 • atualizado às 17h25
O ministro falou na comissão de Desenvolvimento Urbano
Foto: Pedro França/Agência Câmara
PP tem esquema de corrupção no Ministério das Cidades, diz revista
Segundo reportagem da ‘IstoÉ’, políticos favoreciam empreiteiras que contribuíram com campanhas eleitorais do partido no ano passado.
O tesoureiro do Partido Progressista (PP), Leodegar Tiscoski, e outros executivos ligados ao partido liberavam recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), algumas delas com recomendação de “retenção dos pagamentos”, segundo reportagem da edição desta semana da revista IstoÉ.
A reportagem afirma que, dos gabinetes do Ministério das Cidades, comandado pelo PP, os políticos favoreciam empreiteiras que contribuíram financeiramente com campanhas eleitorais do partido no ano passado.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, negou com veemência as acusações.
Segundo a revista, Tiscoski é secretário de saneamento do ministério desde 2007 e no ano passado atuou também na função de tesoureiro nacional do PP. Documentos do Tribunal Superior Eleitoral mostram que, em dezembro de 2010, Tiscoski assinou a prestação de contas do partido. Ele afirmou à revista que não assina mais cheques ou ordens bancárias como tesoureiro, mas admitiu que “encaminhou” a prestação de contas ao Tribunal. O PP informou que as finanças do partido estão a cargo do primeiro tesoureiro, o ex-deputado Feu Rosa, que, segundo a revista, é assessor especial da pasta, cuidando do relacionamento do ministério com o Congresso.
A reportagem diz que as empreiteiras contribuíram oficialmente com R$ 15 milhões nas campanhas do PP em 2010, sendo a maior parte (R$ 8,7 milhões) na forma de doações ocultas. “Isso significa que o dinheiro foi para a conta do partido, durante a campanha eleitoral, e imediatamente distribuído entre seus candidatos”, diz a publicação. A revista afirma que três grandes construtoras, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, repassaram legalmente um total de R$ 7,5 milhões para as campanhas do PP.
Entre as obras com suspeitas apontadas pela reportagem e questionadas pelo TCU estão às relacionadas aos trens urbanos de Salvador (BA), a cargo da Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez; aos trens urbanos de Fortaleza (CE), sob responsabilidade da Camargo Corrêa e Queiróz Galvão; à implementação da linha 3 do metrô do Rio de Janeiro, tocada pela Queiroz Galvão e Carioca Christiani-Nielsen; e o complexo viário Baquirivu-Guarulhos, em São Paulo, a cargo da construtora OAS.
Segundo a IstoÉ, apesar das investigações e dos alertas de irregularidades emitidos pelo TCU, os responsáveis pelo Ministério das Cidades liberaram recursos para essas obras no crédito suplementar que reforçou as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em julho do ano passado.
‘Doações foram legais’
Negromonte disse ter ficado “enojado” e “indignado” com as denúncias de aparelhamento político e cobrança de propina na pasta que comanda. Para ele, o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski, não cometeu qualquer ilegalidade, mesmo que, em algum momento, tenha acumulado a função com a de tesoureiro do PP.
“Ele não era ministro, não ordenava despesas, nem efetuava pagamentos no ministério”, afirmou Negromonte ao “Estado”. “Se há algum questionamento ético, cabe a ele (Tiscoski) e ao partido responderem, não a mim. Até porque não foi na minha gestão”. O ministro não abrirá sindicância nem mesmo processo disciplinar contra o secretário.
Deputado licenciado do PP, Negromonte também disse que o partido não cometeu ilegalidade ao receber doações de empreiteiras que realizam grandes obras na pasta. “As doações foram legais, tanto as declaradas como as ocultas, e informadas à Justiça Eleitoral”, insistiu.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no ano passado uma resolução impedindo “doações ocultas” aos partidos. Uma brecha no texto, porém, permitiu que os partidos repassassem aos candidatos recursos recebidos de grandes doadores sem identificá-los. Com a manobra, empresas ficaram protegidas e puderam contribuir com os candidatos sem ter os nomes associados diretamente a nenhum político.
Negromonte alegou que só há quatro indicados do PP ocupando cargos de primeiro escalão no ministério. Disse que apenas dois foram levados por ele: o secretário executivo, Roberto Munhoz, e o chefe de gabinete Cássio Ramos Peixoto. Os outros dois integrantes do PP – um deles é Tiscoski e o outro, o secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Carlos Bueno – já estavam no Ministério das Cidades desde o governo Lula. “Os mais de cem cargos de confiança da pasta estão nas mãos de técnicos de carreira, sem vínculos partidários”, disse Negromonte.
O ministro afirmou que está pronto a dar esclarecimentos à presidente Dilma Rousseff, caso ela solicite. Garantiu, ainda, que fará novo “pente fino” nas obras citadas pela revista Isto É, para verificar se houve ilegalidade nos pagamentos efetuados às empreiteiras ou afronta a determinações do TCU. “Pelo que vi até agora são ilações e mentiras”, comentou.
Rodrigo Petry, da Agência Estado
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Aeromóvel começa a ganhar forma na Capital
Ministro das Cidades deu início às obras que custarão R$ 30 milhões
Clarisse de Freitas
Por volta das 12h40min de ontem, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, acionou a primeira perfuratriz que vai trabalhar na construção da via elevada do aeromóvel. A expectativa é que até o final do ano a estrutura e a instalação dos trilhos estejam prontas, para que os primeiros testes possam ser feitos já no início de 2012.
O aeromóvel percorrerá uma distância de 998 metros, entre a estação Aeroporto do Trensurb e o terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, usando um sistema de veículos leves, não tripulados, que se moverão com propulsão pneumática. Neste sistema, o ar é soprado por ventiladores centrífugos industriais de alta eficiência energética através de um duto localizado dentro da via elevada. O vento empurra uma aleta e o trem se movimenta sobre rodas de aço, apoiadas em trilhos guia.
Em seu discurso, na solenidade que antecedeu o começo oficial da obra, Negromonte afirmou que o conjunto de soluções incluído no projeto de construção do aeromóvel foi decisivo para a aprovação e a liberação dos recursos que somam quase R$ 30 milhões. “Devemos comemorar o uso de uma tecnologia genuinamente gaúcha, que vai permitir que a integração com outros modais viários seja feita com uma tarifa baixa e não subsidiada”, destacou ele. O trajeto do aeromóvel deve ser feito em 90 segundos. Dois veículos irão operar o trecho, um com capacidade para 150 passageiros e outro com espaço para 300. Segundo os cálculos da Trensurb, o sistema atenderá a um fluxo de 7 mil passageiros por dia e não terá custo adicional para a integração com o trem metropolitano.
O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, ressaltou a economia de energia representada pela adoção do aeromóvel. Segundo ele, o veículo em construção demanda 32 watts por hora para transportar cada passageiro. Os ônibus usam 80 watts, os trens elétricos, 108 watts, e os automóveis, 198 watts. “Temos, ainda, o baixo custo de implantação, estimado em US$ 18 milhões por quilômetro, isso deve fazer com que a obra em Porto Alegre sirva de modelo para muitos outros lugares do mundo”, disse.
Kasper detalhou, ainda, que as obras dentro da estação Aeroporto já começaram e que os pilares pré-moldados também já estão prontos, o que tornará a execução muito rápida. “Provavelmente essa será a primeira obra do PAC relacionada à Copa do Mundo a ser concluída na Capital”, observou.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, ressaltou que a obra foi apontada, junto à construção do metrô, como fundamental para a preparação da cidade como sede da Copa do Mundo de 2014. A tecnologia que será usada no aeromóvel foi desenvolvida pela empresa gaúcha Coester, um aprimoramento da ideia que surgiu na década de 1960.
Dois veículos vão operar trecho entre estação Aeroporto do Trensurb e terminal 1 do Salgado Filho. TRENSURB/DIVULGAÇÃO/JCQuase R$ 2 milhões para Glória (BA)
O município de Glória, na Bahia, que tem como prefeita Ena Vilma, mulher do ministro das Cidades, Mario Negromonte (PP), anda com tudo junto ao governo federal. A prefeita recebeu, este mês, R$ 975 mil do Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito, da pasta do marido, para projetos no município.
Glória é um município de 15 mil habitantes na divisa com Pernambuco e Alagoas, longe do litoral, por onde circulam 425 carros, 858 motos e 43 caminhões, segundo o IBGE. Somados tratores, ônibus e camionetes, chegam a 1.500 o número total de veículos. Se a cada um corresponder um único motorista, o programa está custando, para os contribuintes, R$ 650 por condutor.
O Ministério das Cidades não explica que projeto da cidade baiana está sendo incentivado pela pasta. Informa apenas que Glória foi um dos 499 municípios contemplados, em 2009, para obter recursos e investir num programa que visa, entre outros objetivos, reduzir o número de acidentes de trânsito.
Como o Brasil tem 5.565 municípios, ficaram de fora 5.066.
O ministério informa também que os recursos do fundo foram empenhados antes da chegada de Mário Negromonte ao ministério. Mas o pagamento,via Caixa Econômica Federal, só saiu agora.
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