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FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
Há menos de seis meses no cargo, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), enfrenta protestos de tradicionais aliados, uma ameaça de greve e até um levante de magistrados.
Miguel Rojo/AFP |
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), quer aumentar contribuições à Previdência |
A resistência decorre de um pacote que Tarso tenta aprovar na Assembleia Legislativa para aumentar contribuições à Previdência de uma parte do funcionalismo.
Chamada de "pacotarso" pelos opositores e de "Plano de Sustentabilidade Financeira" pelo governo, a proposta desagrada a sindicatos tradicionalmente alinhados ao PT, que a classificam de "privatização" do sistema previdenciário.
Os professores da rede estadual, liderados por uma petista, suspenderam as aulas por um dia na semana passada e vão paralisar as atividades novamente nos dias de votação do projeto na Assembleia.
Os juízes do Estado também podem ter mudanças na contribuição e se mobilizam. Anteontem, se reuniram com deputados de oposição.
O centro de Porto Alegre está tomado por cartazes e outdoors com críticas ao governador, assinados por sindicatos e por partidos como o PSTU. Um dos lemas dos cartazes é "retire o pacote ou o Estado vai parar".
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia ainda analisa a proposta, que pode ser votada em plenário já na semana que vem.
O pacote inclui ainda alterações nas regras de pagamento de dívidas originadas de processos na Justiça e institui a cobrança por inspeção veicular no Estado.
Na quarta-feira (22), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Associação do Ministério Público Estadual e a dos delegados da Polícia Civil do Estado divulgaram nota criticando o plano do governo.
Os opositores afirmam que o plano é inconstitucional porque cria diferentes patamares de contribuição previdenciária, de acordo com o salário recebido.
O governo afirma que a capacidade financeira do Estado depende do pacote.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, nega que os protestos representem uma perda de apoio ao governador e afirma que os projetos têm ampla aceitação da sociedade e na Assembleia.
Para ele, as manifestações contrárias partem somente de quem acabará atingido pelas mudanças.
'Se Battisti recebeu visto é porque merece', diz Tarso
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ANA FLOR
DE BRASÍLIA
O governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, comentou no início da tarde desta quarta-feira a concessão de visto de permanência no Brasil dado ao italiano Cesare Battisti.
"[Se concederam] Então é porque merece, né?"
Governo concede visto de permanência a Cesare Battisti
Tarso, que era titular da pasta da Justiça quando o governo concedeu refúgio ao italiano --e um dos principais defensores da permanência de Battisti no Brasil no governo Lula--, também falou da decisão recente do STF (Supremo Tribunal Federal), que validou a decisão de Lula de permitir a estada dele no país.
"STF agiu corretamente em outorgar ao presidente da República a última instância sobre o assunto", disse.
No final da manhã, o Conselho Nacional de Imigração concedeu o visto de permanência.
O governo italiano afirmou que vai levar o caso ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda.
Na semana passada, o ministro das relações exteriores da Itália, Franco Frattini, disse que até 25 de junho será apresentada a demanda ao comitê de conciliação com o Brasil.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando militava no grupo de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Ele nega as acusações e afirma sofrer perseguição política. Ele estava preso no Brasil desde 2007.
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