, mostra reportagem de VEJA
Petista Expedito Veloso quebra pacto de silêncio e revela quem foram os mentores e os arrecadadores do dinheiro que financiaria uma das maiores fraudes eleitorais da história brasileira
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e o senador falecido Oréstes Quércia: união para bancar o dossiê dos aloprados (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr e Ricardo Stuckert/PR)
Em 2006, às vésperas do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal prendeu em um hotel de São Paulo petistas carregando uma mala com 1,7 milhão de reais. O dinheiro seria usado para a compra de documentos falsos que ligariam o tucano José Serra, candidato ao governo paulista, a um esquema de fraudes no Ministério da Saúde. O episódio ficou conhecido com escândalo do Dossiê dos Aloprados.
18/06/2011
às 18:57Dr. Hélio praticamente exigiu apoio de Lula. E recebeu.
No dia em que se revelam os detalhes da tramóia do Dossiê dos Aloprados, Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu saem em defesa de Dr. Hélio, prefeito de Campinas. Como se sabe, um amigo seu, de infância, que ele importou do Mato Grosso do Sul estimulado pela delação premiada, denunciou uma porção de supostas falcatruas na Prefeitura, que seriam comandadas pela primeira-dama. Muito bem! A delação premiada foi o instrumento usado pela Polícia Federal, do qual os petistas nunca reclamaram, para acabar com José Roberto Arruda no Distrito Federal. O poder, hoje, está com o PT.
Bem, nem vou entrar no mérito das denúncias porque o objeto deste post é outro. Dr. Hélio deu uma estranhíssima entrevista ao Estadão, acompanhado de seus advogados, em que praticamente cobrou o apoio de Lula e de José Dirceu — indiretamente, pediu o de Dilma também. Eu li a coisa mais ou menos assim: “Vocês sabem que vocês me devem essa; tratem de sair em minha defesa”. Até então, Lula e Dirceu estavam calados.
No dia seguinte, o “consultor de empresas privadas” já fazia uma candente defesa do prefeito de Campinas em seu blog e endossava a tese de que tudo era uma conspiração tucana. Hoje, foi a vez de Lula. Leiam o que informa a Folha Online. Volto em seguida:
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Lula defende Dr. Hélio e diz que oposição ‘achincalha’ PT
Por Marina Carneiro:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou plateia de petistas para sair em defesa do prefeito de Campinas, Doutor Hélio (PDT), durante evento em Sumaré (SP), na manhã deste sábado (18). A mulher do político, Rosely Nassim, e o vice-prefeito Demétrio Vilagra, que é do PT, são acusados pelo Ministério Público de Campinas de fraude e desvio de verbas da prefeitura. “Não vamos esquecer: em 1989, tentaram colocar uma camisa do PT num dos sequestradores do Abílio Diniz. Não vamos esquecer: o vice de Campinas estava de férias com a mulher quando estamparam cartazes de procurado no aeroporto”, afirmou Lula.
O ex-presidente sugere que as acusações são de interesse dos opositores do partido. “Os adversários não brincam em serviço. Toda vez que o PT se fortalece, eles saem achincalhando o partido”, disse Lula. Prosseguiu em tom de desabafo: “Estou de saco cheio de ver companheiros serem acusados, terem a família destruída, e depois não ter prova [contra eles]“.
Dirceu
O ex-ministro José Dirceu também citou o prefeito de Campinas em seu discurso, durante o encontro das macrorregiões do PT. Segundo ele, começou um movimento para “desestabilizar as nossas prefeituras”. O ex-ministro da Casa Civil afirmou que as investigações contra o vice e a mulher de Doutor Hélio estão sendo usadas politicamente. “Eu não deveria assumir esse papel, vocês sabem da minha condição”, disse, referindo-se ao afastamento do cargo de ministro da Casa Civil, em 2005, após o escândalo do mensalão. “Mas quando fizeram o que fizeram comigo, Doutor Hélio teve a coragem de me defender publicamente”, justificou Dirceu.
Voltei
No fim das contas, Lula e Dirceu acabam sempre voltando à tese de que o mensalão foi mera tramóia das oposições. O chato é que, agora, até um relatório da Polícia Federal assegura que a falcatrua existiu — e, o que é pior, envolvendo dinheiro público.
Vai funcionar como estratégia de defesa? Sei lá! Se Lula e Dirceu afirmam que Dr. Hélio — que nem é formalmente acusado — é tão inocente como eles são, o efeito pode ser contraproducente.
Antônio da Costa Santos
Antônio da Costa Santos | |
Prefeito de Campinas | |
Mandato: | 1 de janeiro de 2001 até 11 de setembro de 2001 |
Precedido por: | Francisco Amaral |
Sucedido por: | Izalene Tiene |
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Nascimento: | 14 de junho de 1952 São Paulo, SP |
Falecimento: | 11 de setembro de 2001 (49 anos) Campinas, SP |
Partido: | PT |
Antônio da Costa Santos (São Paulo, 14 de junho de 1952 — Campinas, 11 de setembro de 2001), mais conhecido como Toninho do PT, foi um político brasileiro.
Filiado ao PT, exercia o cargo de prefeito de Campinas quando foi assassinado a tiros.
Toninho estava há apenas oito meses no cargo de prefeito de Campinas. Sua atuação contra o crime organizado e as reduções em até 40% nos valores pagos em contratos a empresas de serviços como merenda escolar e limpeza urbana, somadas à insistência do prefeito em desalojar casas para a ampliação do aeroporto de Viracopos lhe renderam várias ameaças – o que reforça a hipótese de crime político.
Um inquérito policial concluiu que o prefeito, durante uma viagem que fazia de automóvel, foi morto sem nenhum motivo além do fato de cruzar por acaso com um bando de criminosos que na ocasião passava pelo local. O carro do prefeito teria inadvertidamente fechado o veículo dos bandidos e por causa disso eles atiraram na direção do prefeito. A última das três balas atingiu Toninho na artéria aorta, matando-o instantaneamente. Minutos antes, ele passara em uma loja do Shopping Iguatemi para retirar ternos que havia comprado.
A família de Toninho não se conformou com o resultado do inquérito policial e pediu novas investigações. Os familiares do prefeito morto acreditam que o crime teve motivação política, bem como colegas de partido como José Genoíno, que declarou na ocasião que o assassinato de Toninho fora motivado por suas enérgicas ações contra o narcotráfico campineiro.
Curiosamente, Toninho teve um mau pressentimento pouco antes de sua morte. Num discurso no Palácio dos Jequitibás, a sede da Prefeitura de Campinas, ele reafirmou que, caso algo lhe acontecesse, a primeira pessoa a assumir o cargo seria sua vice-prefeita, Izalene Tiene. Outro detalhe é que a cobertura de sua morte foi quase completamente ofuscada pelos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos, ocorridos na mesma manhã de sua morte.
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