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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Noiva diz que amigos esportistas pagariam soltura do goleiro Bruno


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Belo Horizonte (MG) - O deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, disse nesta quarta-feira que Ingrid Calheiros, noiva do goleiro Bruno, relatou no depoimento que deu à comissão que "amigos esportistas" do Rio de Janeiro já teriam levantado todo dinheiro que seria para pagar o serviço do advogado Robson Pinheiro para tirar o jogador da cadeia. A quantia, R$ 1,5 mi, teria sido pedida por Pinheiro em um suposto acordo que contaria com a participação da juíza da cidade de Esmeraldas (MG), Maria José Starling.

A iniciativa dessas pessoas ligadas ao esporte carioca, segundo o deputado, surgiu depois de uma reunião na capital fluminense entre eles e Robson Pinheiro: "No depoimento, ela disse que o advogado teria se encontrado com os amigos esportistas do Bruno, que estariam dispostos a pagar o dinheiro. Mas precisamos dos nomes dessas pessoas para confirmar se essa reunião aconteceu¿, disse.

A suposta tentativa de extorsão foi relatada pela noiva do jogador à Comissão de Direitos Humanos e à Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG). Ingrid afirmou que foi procurada pelo advogado e pela magistrada, que em outubro do ano passado, depois de uma audiência do caso, disse que não havia motivo de o goleiro estar preso.

Conforme cópia do depoimento, ela, acompanhada da avó de Bruno, Stela Trigueiro, encontrou a juíza na casa da magistrada, tomou um chá e foi apresentada ao advogado Robson Pinheiro. Ingrid ouviu da juíza que era "um absurdo a prisão de Bruno e que ela gostaria muito de ajudar e estaria colocando naquele momento seu advogado pessoal à disposição". Ingrid disse ainda que, após o encontro, recebeu o contrato que tinha como cláusula exclusiva a impetração de um habeas-corpus no valor de R$ 1,5 mi, cujo pagamento deveria ocorrer em 48 horas após a libertação de Bruno.

Ingrid disse ainda que na semana em que o advogado deveria entrar com o pedido no TJ, teriam lhe cobrado o dinheiro adiantado. De acordo com Durval Ângelo, o advogado Robson Pinheiro teria percebido, depois da reunião com os amigos de Bruno, que conseguiria o dinheiro de forma mais fácil, e, "por isso, teria pedido à Ingrid que adiantasse o pagamento".

A Comissão de Direitos Humanos na Assembleia de Minas Gerais irá realizar uma audiência na sexta-feira com a presença de Ingrid e do advogado de Bruno, Claudio Dalledone Junior, para que mais detalhes e os nomes dos esportistas possam ser revelados. "Temos que ouvir essas pessoas, se não em alguma audiência aqui, mas por carta precatória do Rio de Janeiro", afirmou o deputado.

O advogado Robson Pinheiro disse que sua conduta sempre obedeceu "às normas éticas, legais e contratuais" e que rescindiu o contrato em fevereiro deste ano, quando o pedido de habeas-corpus estava prestes a ser impetrado no TJ-MG. O advogado da juíza Maria José Starling, Getúlio Barbosa Queiroz, negou que sua cliente tenha tido qualquer participação no contrato. E disse que a responsabilidade do caso é exclusiva do advogado Robson Pinheiro.

O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.







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