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sábado, 25 de junho de 2011

Abreu Sodré analisa nova drogra contra lúpus


  • 24 de junho de 2011 |
  • 22h02 |

VERÔNICA DANTAS

Depois de participar das pesquisas que resultaram na criação do belimumabe (Benlysta®), a primeira droga injetável para tratamento de lúpus nos últimos 56 anos, o Hospital Abreu Sodré iniciou um estudo para analisar a eficácia do remédio – que já começou a ser comercializado nos EUA e deve ser vendido no Brasil até o fim do ano a um custo ainda não definido, mas elevado.

Aprovado em março pela agência americana Food and Drug Administration (FDA), o remédio é considerado inovador para quem tem a doença que atinge uma em cada mil mulheres no mundo, 65 mil pessoas no Brasil e pelo menos 6 mil só em São Paulo, de acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Reconhecido como o maior polo de recrutamento de pacientes e pesquisa clínica no País envolvendo o tratamento da doença, o Abreu Sodré – hospital vinculado à Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD) – vai acompanhar como se comportam 20 pacientes submetidos à nova droga.

A pesquisa, que deve durar 12 meses e tem o objetivo de conseguir a aprovação de órgãos oficiais para uso clínico do medicamento, está sendo realizada simultaneamente nos EUA e conta com a parceria de serviços de reumatologia de outros hospitais e universidades no País.

Provavelmente uma das principais enfermidades autoimunes de que se tem notícia, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é a forma mais comum da doença reconhecida por causar dores nas juntas, nas articulações, alterações na pele, fadiga, febre, mal-estar e comprometimento de alguns órgãos (rim, pulmão, cérebro e coração). “Não em sequência, mas em prazos variados”, diz o diretor do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital Abreu Sodré e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Morton Scheinberg.

PhD em medicina pela Universidade de Boston (EUA), o reumatologista explica que desde que o lúpus foi identificado pela primeira vez, há mais de 50 anos, o tratamento da doença tem sido feito à base de corticoides e anti-inflamatórios. A vantagem do Benlysta e de outros medicamentos imunossupressores já adotados para tratar a doença, diz ele, é que a droga é baseada na terapia-alvo. “Interfere somente na produção de anticorpos pelo organismo e provoca menos efeitos colaterais.”

Coordenador da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o médico Evandro Klumb reconhece a nova droga como inovadora, mas faz algumas ressalvas. “O remédio só foi testado em pessoas com lúpus leve. Esses estudos não incluíram pessoas com as formas mais graves do lúpus”, compara.

A diferença com relação às outras drogas para tratamento da doença, diz Klumb, é que o Benlysta foi desenvolvido especificamente para o tratamento de lúpus. “Mas isso não é um demérito para os outros imunossupressores já utilizados.”








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