Eu espero que reste um pingo de juízo na cabeça dos “estrategistas” de Obama e que a Casa Branca não divulgue as fotos de Osama Bin Laden morto. A morte iguala os santos e os canalhas. Todos os corpos, destituídos de alma e de biografia, são iguais e despertam compaixão mesmo nas pessoas neutras. O cadáver, antes de ser devidamente lavado e preparado, como supostamente se fez, não deve ser uma imagem agradável. Arrumado para o funeral, aí, então, a imagem ganha o apelo de um ícone.
Vejam esta imagem.
É Che Guevara, o “porco fedorento”. Quando havia alma nesse corpo, tratava-se de um canalha, de um facínora, de uma assassino frio, que fazia, confessadamente, do ódio uma profissão de fé. Morto, ele passou a ser associado a esta outra personagem.
Vocês sabem quem é. Criou-se uma espécie de iconografia associativa, de sorte que o assassino contumaz evocava a imagem do real profeta da não-violência. O filho do anti-humanismo esquerdopata se confundia com o filho de Deus até nos detalhes.
Osama Bin Laden, um militante do terrorismo, aspirava também à condição de chefe religioso. Já há quem ache que ele está no paraíso a essa hora, aproveitando-se das benesses dos rios de leite e mel — quando, de fato, o Corão reserva a gente como ele o mármore do inferno. Que a Casa Branca tenha um mínimo de juízo.
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