27 de maio de 2011 • 11h09 • atualizado às 11h31
Enriquecimento de ministro motivou série de denúncias
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, declarou na manhã desta sexta-feira, em São Paulo, não ter ficado convencido com as explicações dadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre o crescimento no seu patrimônio. Para o deputado, o melhor seria que Palocci "saísse do governo" da presidente Dilma Rousseff. "Acho que ele deveria sair. Como teve um problema com ele e deveria sair para responder. Este desgaste que ele está levando para a Dilma não é bom em início de governo", disse.
A declaração de Paulinho precedeu encontro entre as centrais sindicais e o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no Instituto da Cidadania, fundado pelo antigo ocupante do Palácio do Planalto no bairro do Ipiranga, na zona sul da capital paulista. Na pauta do encontro, segundo o sindicalista, a diminuição da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e a regularização de terceirizados.
Com tom irônico, Paulinho ainda disse que Lula deveria ser o ministro da Casa Civil e apoiou o envolvimento do ex-presidente na crise. "O Lula tinha que ser o ministro da Casa Civil, aí sim a coisa andava. Lula tem que agir, é uma pessoa que todo mundo respeita", afirmou. Sem detalhar, Paulinho levantou dúvida em relação às explicações dadas por Palocci ontem no Planalto. "A mim não convenceu. Ainda não consegui entender como alguém enriquece tão rápido", disse.
Além de Paulinho da Força, participaram da reunião com Lula os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Fernandes dos Santos Neto, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Calixto, e do Instituto da Cidadania, Luiz Dulci, além de um representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Enriquecimento
Palocci é alvo de acusações desde 15 de maio, quando uma matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo afirmou que o ministro aumentou seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010. Segundo a reportagem, o faturamento da empresa do ministro, a Projeto, superou R$ 10 milhões entre novembro e dezembro de 2010, quando ele coordenava a equipe de transição de governo.
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