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sexta-feira, 27 de maio de 2011

MPF abre investigação contra Palocci





Procuradores querem saber se o enriquecimento do ministro da Casa Civil entre 2006 e 2010 se deu forma ilícita
Redação Época

O Ministério Público Federal abriu nesta sexta-feira (27) uma investigação para apurar a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 15 de maio, o ministro fez seu patrimônio crescer 20 vezes entre 2006 e 2010, período no qual era deputado federal. Agora, a Procuradoria-Geral da República no Distrito Federal quer saber se esse enriquecimento se deu de forma ilícita.

Segundo o MPF, a investigação está em um estágio inicial anterior à abertura de um inquérito civil. A base da apuração, a cargo do procurador Paulo José Rocha, serão as declarações de imposto de renda da Projeto, a consultoria de Palocci, já solicitadas para a Receita Federal, e os contratos que a Projeto mantinha com seus clientes. O conteúdo desses contratos não será divulgado, uma vez que há uma cláusula de confidencialidade em cada um deles. É justamente este o argumento usado por Palocci para não divulgar detalhes de suas atividades no período em que era deputado federal. Segundo o MPF, foi justamente a incapacidade de Palocci de justificar publicamente "a compatibilidade dos serviços prestados com vultuosos valores recebidos" que motivou a investigação. O MPF tem até 180 dias para concluir a investigação e, depois desse período, o processo cível, caso seja aberto, pode durar até dois anos.

Na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff se manifestou pela primeira sobre o caso e afirmou que Palocci estava prestando todos os esclarecimentos aos órgãos de regulação do governo. Como se vê, e como já se imaginava, as explicações dadas em sigilo não foram suficientes para conter o desgaste provocado pela desconfiança de que o principal ministro do novo governo teria praticado irregularidades como tráfico de influência.

Também na quinta-feira, Palocci participou, ao lado de Dilma, de uma reunião com a bancada do PT no Senado. Ao final do encontro, Palocci pediu a palavra para dar explicações sobre sua evolução patrimonial. De acordo com líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Palocci adiantou aos colegas de partido as explicações que dará ao questionamento feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que pode abrir um processo criminal contra Palocci, diferente do civil que também o MPF pode instaurar. "As suas respostas à Procuradoria-Geral da República serão as mesmas que ele nos deu. Nos sentimos contemplados porque as respostas foram consistentes. Nada do que foi colocado ao público é consistente e com provas contra Palocci", declarou Humberto Costa ao sair do encontro.






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