Declaração de Bens de Lula "Copperfield" Mágico!
Bens e aplicações:
Apartamento 102, no Edifício Kentuchy, em São Bernardo do Campo — R$ 38.334,67 mil
Apartamento 122, no Prédio Green Hill, em São Bernardo do Campo — R$ 189.142,50 mil
Apartamento 92, no Edifício Kentuchy, em São Bernardo do Campo — R$ 38.334, 67
Aplicação financeira no Banco do Brasil — R$ 86.794,73
Caderneta de Poupança na Caixa Econômica Federal — R$ 54.762,02
Caderneta de Poupança no Banco Bradesco — R$ 1.398,67
Caderneta de Poupança no Banco Bradesco — R$ 1.124,36
Six Especial Plus no Banco do Brasil — R$ 156.146,83
Fif Plus Di Banco Bradesco — R$ 111.055,40
Fundo de ações da Petrobras — R$ 1.866,39
Fundo de ações da Vale do Rio Doce — R$ 497,97
Fundo de ações do Banco do Brasil — R$ 1.108,87
Fundo de Investimentos no Bradesco — R$ 63.304,16
Participação em Cooperativa Habitacional (apartamento em construção no Guarujá, São Paulo) — R$ 47.695,38 — já pagos
S10 Cabine Dupla, diesel 98/99 — R$ 42 mil
Terreno no Sub-distrito de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo — R$ 5.466,90
Seu patrimônio é de R$ 800 e tantos mil reais. Está no topo da pirâmide social do Brasil. Terminado seu atual mandato será um milionário. Já é se tivesse declarado valores reais de seus imóveis. Parabéns e felicidades para ele e família.
Depois de eleito presidente, Lula (ou qualquer outro) não comprou nem um palito. Tudo o que ele gasta e consome pagamos nós. Desde a sagrada birita, passando por seus charutos cubanos até o mais trivial pão de queijo, peladas e churrascos, tudo, enfim, tudo mesmo, pagamos nós.
Portanto não é de estranhar que nos últimos três anos e meio tenha poupado integralmente sua discutível aposentadoria de cerca de R$ 4 mil mais sua remuneração de presidente de R$ 8 mil e pouco. Dá uma poupança de uns R$ 150 mil por ano. Até aí tudo bem.
O que me intriga mesmo é como conseguiu poupar os primeiros R$ 400 mil quando só recebia a tal aposentadoria e era dirigente do PT e tinha que pagar todas as suas contas.
Não só viveu às custas dos trabalhadores que diz representar como também amealhou uma pequena fortuna pela média do que ganham seus supostos representados, os verdadeiros trabalhadores do Brasil.
Quantos metalúrgicos brasileiros acumularam durante toda sua vida R$ 400 mil reais?
É intrigante ou não é? Fonte
Lula chama Tênis de ‘esporte de burguês’
por Alan Rafael Villaverde
09.agosto.2010 03:19:17
Tenistas não gostaram da declaração do presidente Lula. Fernando Meligeni, que foi um dos principais atletas brasileiros na modalidade, demonstrou seu descontentamento através do Twitter. “Sei que vai repercutir. Mas que baita declaração infeliz do nosso presidente. Tenis é de burguesia? Deprimente declaração”, disse o ex-tenista profissional.
Ainda inconformado com ao que assistiu no vídeo, Meligeni continuou: “Depois, quando os burgueses vencem torneios, eles políticos não acham isso e querem sair na foto do lado. Desculpem, mas defendo meu esporte”.
O brasileiro também utilizou o exemplo de dois outros tenistas que não vieram de famílias ricas. “Deixe o menino (que pediu pela quadra de tênis) sonhar. Muitos meninos que não são burgueses venceram no tênis. Guga não era rico. (Jaime) Oncins, seu pai era cabeleireiro”.
Amiga de Meligeni, a também ex-tenista Vanessa Menga deixou seu recado no Twitter sobre o assunto. “É para deixar qualquer um de mau humor com essa declaração! Será que ele quer que eu enterre meu instituto e pare com os projetos sociais?”
O negocião do Lulinha
Como o filho do presidente se tornou sócio de uma gigante
da telefonia sem tirar um único real do bolso
OPERAÇÃO INTRINCADA |
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Fábio Luís Lula da Silva, de 30 anos, um dos cinco filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego. Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos trabalhos na área (como uma monitoria no Zoológico de São Paulo, por exemplo), todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida, dava aulas de inglês e informática. Em dezembro de 2003, essa situação mudou. Fábio Luís começou uma carreira numa área que nada tem a ver com drosófilas ou pteridófitas: a do milionário mercado das agências de publicidade. Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de propaganda (pelo menos no papel), produzem um programa de games para TV. Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais. Individualmente, de acordo com sua participação societária, Fábio Luís tem 625.000 reais em ações – mais do que os 422.000 reais que seu pai presidente amealhou ao longo de toda a vida, segundo a declaração de bens que apresentou em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral. Melhor que tudo: nessa fulgurante trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país. Com base em documentos obtidos em cartórios de São Paulo, e em entrevistas com profissionais do setor, VEJA reconstituiu a história empresarial que segue.
No fim de 2003, Fábio Luís abriu em São Paulo a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital. Trata-se de uma companhia da área de publicidade e propaganda, que detém a licença para reproduzir o conteúdo do canal americano G4, especializado em games. O negócio foi feito em sociedade com os irmãos Kalil Bittar e Fernando Bittar, filhos de um velho amigo de Lula, Jacó Bittar. Para quem não se lembra, Bittar é um ex-prefeito de Campinas, no interior de São Paulo, que foi um, digamos, pioneiro no PT. Ele terminou o mandato em 1992 alvejado por denúncias de corrupção e atualmente responde a pelo menos oito processos na Justiça. A G4 nasceu pequena, com um capital social inicial de 100.000 reais. Fábio entrou com 50.000 reais e os Bittar, que já atuavam no mercado havia doze anos, com 25.000 reais cada um. Mas nenhum deles precisou tirar dinheiro do bolso para montar a sociedade. "Esse capital será integralizado ao longo do ano", disse Kalil Bittar a VEJA. Fábio, apesar de ser o sócio majoritário da G4, preferiu não dar entrevista. Bittar, perguntado sobre a função do sócio na empreitada, respondeu: "O Fábio detona nos games, conhece todos".
O que se viu a partir da criação da G4 foi uma surpreendente ascensão. Em outubro do ano passado, no espaço de dez meses, a G4 – associada a outra empresa que atua no setor de propaganda, a Espaço Digital – montou uma nova firma, a BR4, bem mais robusta e ambiciosa que a primeira. Descrita no contrato social como uma holding (ou seja, uma companhia que tem por finalidade deter participação acionária em outras empresas), a BR4 possui um capital de 2,7 milhões de reais. Esse valor foi integralizado, em moeda corrente, menos de dois meses após a formação da companhia. E com quem os sócios da G4 e da Espaço Digital conseguiram essa bolada para montar o negócio? Com a Telemar, que, embora a essa altura ainda não participasse da sociedade, brindou Fábio e sua turma com a dinheirama, a título de "exclusividade no fechamento do contrato", como explica Leonardo Badra Eid, da Espaço Digital.
O ânimo empreendedor do biólogo Fábio, do químico Kalil Bittar e do empresário Fernando Bittar (nenhum dos três estudou publicidade) não parou por aí. Em outubro do ano passado, o grupo criou uma outra empresa a partir da BR4, a Gamecorp Sociedade Anônima. Foi seu grande salto. Ao capital de 2,7 milhões de reais (o montante injetado pela Telemar, acrescido de 1 000 reais), o grupo colocou outros 2,5 milhões de reais, obtidos por meio de uma operação de emissão de debêntures. Esse tipo de operação é uma espécie de empréstimo que a companhia toma no mercado. Ela oferece os papéis com a promessa de pagamento de juros, após o resgate dos títulos, e investidores que considerarem o negócio interessante os adquirem (existe ainda a possibilidade de ninguém se interessar pelo negócio e os papéis encalharem). As debêntures podem ser de dois tipos: conversíveis em ações e não conversíveis. A diferença entre as duas é que as primeiras possibilitam àqueles que as adquirem ter, no futuro, participação acionária na empresa que emitiu os papéis. Foi o tipo escolhido pela companhia do filho de Lula. Em todo o processo, a Gamecorp contou com a assessoria do escritório de auditoria Trevisan Service – dirigido pelo consultor Antoninho Marmo Trevisan, amigão do presidente Lula.
Ao contrário do que se poderia esperar no caso de uma empresa recentemente constituída e desconhecida no mercado, a receptividade aos papéis da Gamecorp foi mais do que boa: foi sensacional. Segundo afirmam os sócios da companhia, pelo menos dois gigantes da telefonia disputaram as debêntures. No dia 6 de janeiro, elas foram adquiridas pela Telemar. No dia 31 do mesmo mês, ou seja, apenas 25 dias depois da aquisição das debêntures, a Telemar converteu os papéis em ações. Ou seja, tornou-se, dessa maneira, sócia da empresa do filho de Lula. Isso não é uma prática usual no mercado. Em geral, o período entre a emissão das debêntures e a decisão de convertê-las em ações é muito maior. O processo indica que a Telemar, desde o início, não tinha a intenção de "emprestar" dinheiro à Gamecorp, e sim tornar-se sua sócia. Ocorre que a empresa poderia ter obtido o mesmo resultado por meio de um caminho muitíssimo mais simples: comprando diretamente ações da Gamecorp. E por que não fez isso? Para responder a essa pergunta, VEJA ouviu três profissionais habituados a lidar com operações societárias de alta complexidade. Os três afirmaram a mesma coisa: o único motivo que explicaria a adoção de um processo tão intrincado seria a intenção de manter em sigilo o nome da Telemar na sociedade com a Gamecorp.
Alguns detalhes reforçam essa tese. O primeiro é o fato de que, embora toda a documentação referente à criação das empresas de Fábio seja pública e esteja registrada em cartório, justamente os papéis relativos à subscrição das debêntures – que tornariam possível a identificação do comprador dos títulos – estavam indisponíveis. Ficaram arquivados na sede da companhia. O segundo detalhe é mais curioso. Toda assinatura de contrato requer testemunhas. Por questões práticas, elas, muito freqüentemente, são arregimentadas ou entre pessoas que estão casualmente no local ou entre os próprios advogados das partes. No caso da assinatura do contrato que tornou a Telemar sócia da empresa do filho do presidente Lula, é evidente que houve um cuidado especial na escolha das testemunhas. Os escolhidos para presenciar o evento não foram nem desconhecidos nem advogados, mas duas funcionárias de extrema confiança do Eskenazi Pernidji Advogados, o escritório com sede no Rio de Janeiro que representou a Telemar. Simone de Oliveira Neto e Fabini Martins Bussi vieram do Rio para São Paulo especialmente para cumprir a tarefa. Fabini goza de tamanha confiança da parte de seus chefes que – embora sem posses aparentes e morando na cidade de Duque de Caxias, uma das mais pobres da região metropolitana do Rio de Janeiro – chegou a constar como diretora de uma off-shore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, representada no Brasil por Sérgio Isidoro Eskenazi Pernidji, titular do escritório. É, sem dúvida, pessoa discretíssima.
Todos esses detalhes corroboram a tese dos especialistas ouvidos por VEJA: a de que não interessava nem à Gamecorp nem à Telemar que a nova sociedade fosse de conhecimento público. E por que razão quereriam os sócios manter a participação da telefonia em sigilo? Simples: a Telemar é uma companhia de mercado, mas tem dinheiro público na composição de seu capital – e não teria sido fácil explicar o investimento na empresa de um filho do presidente da República. Um dos principais acionistas da Telemar é o BNDES, com 25% do capital. Outros 19% pertencem a fundos de pensão, alguns deles de empresas públicas, como a Previ (caixa previdenciária dos funcionários do Banco do Brasil) e a Petros (ligada à Petrobras). Há ainda participação da Brasilcap e da Brasilveículos, companhias ligadas ao Banco do Brasil. Outro fator complica ainda mais a negociação: a Telemar é uma empresa concessionária de serviços públicos. Ou seja, suas operações dependem de concessão do governo federal. Companhias nessa condição têm sua relação com o governo regida por severas restrições. Elas também não podem fazer doações para campanhas de partidos políticos. Isso serve para evitar que futuros servidores públicos se sintam em dívida com elas. Sendo Lula o principal servidor público do país, configura, no mínimo, uma impropriedade que uma empresa concessionária de serviços públicos injete uma bolada de dinheiro na empresa de seu filho.
A Telemar, por meio de um executivo que pediu para não ser identificado, diz que só tomou conhecimento de que a Gamecorp pertencia ao filho do presidente "no dia da assinatura do contrato". A assessoria de imprensa da companhia de telefonia informa que, a exemplo do investimento feito na empresa de Fábio, realizou diversos outros em áreas afins, como a compra das rádios Oi. Reconhece, no entanto, que nenhum desses outros investimentos foi revestido de segredo ou envolveu subscrição de debêntures resultando em participação societária. Reconhece também que o negócio com a Gamecorp foi uma "operação diferenciada". É compreensível que uma empresa de telefonia se interesse em fazer investimentos que tragam como retorno a produção de conteúdo na área digital. Não é a especialidade da Gamecorp. A companhia não produz tecnologia, não cria jogos nem tem experiência nessa área.
Outra questão intrigante ronda as empresas ligadas a Fábio. Até dois anos atrás, a Espaço Digital – que formalmente não tem Fábio entre seus diretores, mas está associada à G4 na Gamecorp – ocupava o mesmo andar da agência de publicidade Matisse em um prédio de escritórios no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A Matisse, que originalmente é de Campinas, terra dos irmãos Bittar, era uma empresa de pequeno porte até conquistar, para surpresa do mercado publicitário, a milionária conta da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom), ligada à Presidência da República. Só no ano passado, a Matisse recebeu 10,3 milhões de reais do governo federal. "Foi uma vizinhança meramente casual", diz Luiz Flávio Guimarães, diretor de produção da Matisse, denotando nervosismo. Ele afirma que, à exceção "de um trabalhinho insignificante para uma empresa privada", a Matisse nunca usou os serviços da Espaço Digital.
Não é a primeira vez que o envolvimento de filhos de presidentes da República com empresas públicas e privadas causa constrangimento. Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2000, chegou a ser investigado pela Abin em virtude de denúncias de que teria usado a influência do pai para beneficiar a empresa de gás industrial White Martins. A acusação se mostrou infundada, mas os hábitos de vida do filho de FHC – considerados incompatíveis com seus rendimentos –, sua passagem como diretor de uma ONG sustentada por empresas públicas e privadas e seu trânsito fácil por Brasília deixaram um mal-estar no ar. Em 2003, os americanos experimentaram sensação semelhante diante da notícia de que Chelsea Clinton, filha do já ex-presidente Bill Clinton, havia sido contratada pelo escritório McKinsey, especializado em consultoria econômica para empresas, por um salário anual inicial de 100.000 dólares.
Fábio Luís e os irmãos Bittar são amigos de infância. Pessoas próximas ao grupo contam que quem comanda de fato os negócios das empresas é Kalil Bittar. Com 43 anos, Kalil é visto freqüentemente na ponte aérea São Paulo–Brasília. O filho de Lula tem o perfil discreto. Torcedor do Corinthians, aficionado de histórias em quadrinhos e videogames, ele tem dois programas prediletos no fim de semana: passear no shopping com a namorada e jogar futebol. A essa rotina banal somam-se agora as tarefas de um empresário bem-sucedido, sócio de uma empresa do porte da Telemar, que, com um faturamento de 18 bilhões de reais no ano passado, possui bala suficiente para patrocinar para seus sócios mirins viagens para os Estados Unidos, a Coréia e o Japão. Em 2005, Fábio e o sócio Kalil Bittar visitaram esses países com as despesas pagas pela companhia de telefonia. A viagem ocorreu no mesmo período em que o presidente Lula estava em viagem oficial ao Japão e à Coréia. O objetivo era levar Fábio e Kalil para conhecer companhias que trabalham com a produção de games para celular e ainda a tecnologia de celulares de terceira geração.
Histórias de sucesso instantâneo no mercado eletrônico não são raras. Em 1996, o jovem Marcos de Moraes – filho do ex-rei da soja Olacyr de Moraes – criou o portal de internet Zip.Net. O negócio deu tão certo que, quatro anos depois, Moraes vendeu o portal por 365 milhões de dólares a uma empresa do grupo Portugal Telecom. Foi uma das maiores transações da internet brasileira. Sempre se pode dizer que o sucesso de Fábio e seus amigos é mais um desses milagres produzidos pela era digital. É possível. O fato de essa história ter tido uma mãozinha – ou melhor, uma mãozona – de uma empresa movida (inclusive) a dinheiro público, no entanto, é suficiente para arranhar o talento que, ninguém duvida, tanto Fábio quanto seus amigos têm de sobra.
Veja também: Quadro - A Telemar é uma mãe para o filho de Lula Compadre de Lula transfere bens a filhas
SÃO PAULO - Convocado para depor na CPI dos Bingos e respondendo na Justiça por dívidas que superam R$ 650 mil, o advogado Roberto Teixeira - compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - registrou, em novembro, quatro propriedades rurais, pouco mais de 50 mil m², como "bem de família". As informações são da "Folha de S.Paulo" deste domingo.
Leia abaixo o texto
Com o registro, a propriedade - com valor estimado em R$ 519.202,68 - fica imune à penhora para pagamentos das dívidas de Teixeira.
De acordo com certidões do Cartório de Amparo, Teixeira e sua família residem na propriedade, em Monte Alegre do Sul. O advogado e genro de Teixeira, Cristiano Martins, no entanto, diz que o sogro recorreu a um instituto "absolutamento lícito e regular" para proteger seu patrimônio.
Padrinho de um dos filhos de Lula, Teixeira foi convocado pela CPI dos Bingos sob acusação de operar o caixa 2 do PT nas eleições municipais de 1996. Como não compareceu à primeira convocação, foi reconvocado em janeiro, sem data definida.
De acordo com a Justiça, Teixeira e sua empresa, a Mito Participalções, devem do condomínio de propriedades a instituições bancárias - totalizando quase R$ 650 mil.
Teixeira é também um dos sócios-administrativos da Transbrasil, empresa que declarou estado de falência ao acumular dívidas de R$ 1,5 bilhão.
O incorporador imobiliário
O advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula,
é acusado de desviar bens de uma empreiteira
paulista para engordar seu patrimônio pessoal
Felipe Patury
Celso Junior/AE |
Teixeira: a promotoria paulista investiga a participação do melhor amigo do presidente em crime de fraude falimentar |
O caso de falência de uma pequena construtora paulista ameaça manchar a reputação do advogado Roberto Teixeira, compadre e melhor amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No processo, que corre na 2ª Vara de Falências de São Paulo, os sócios da FGS Engenharia e Construções Ltda. acusam Roberto Teixeira de ter-se apropriado ilegalmente do patrimônio imobiliário da empreiteira. Segundo eles, Teixeira se aproveitou de sua condição de advogado da FGS para desviar os bens da construtora para outra empresa, a Triza Consultoria e Empreendimentos Imobiliários Ltda. Hoje, a Triza pertence às duas filhas de Teixeira, Valeska e Larissa, e é presidida por sua mulher, Elvira. Os sócios da FGS alegam ainda que os bens em poder da Triza seriam mais do que suficientes para pagar as dívidas que eles deixaram na praça. Na sua avaliação, esses imóveis poderiam render uma soma superior a 16 milhões de reais, duas vezes mais que o valor do calote. As denúncias feitas pelos sócios da FGS à Justiça levaram o Ministério Público paulista a investigar o envolvimento de Roberto Teixeira em crime de fraude falimentar. A promotora encarregada do caso, Maria Cristina Viegas, analisa também um pedido de bloqueio dos bens da Triza e até a possibilidade de pedir a decretação de sua falência. Se isso ocorrer, o patrimônio pessoal da mulher e o das filhas do advogado ficarão indisponíveis até que as dívidas da FGS sejam quitadas.
O desvio dos bens da FGS teria sido arquitetado no fim de 2001. O sócio majoritário da construtora, Arnaldo Carvalho, resolveu adquirir a Triza, até então de propriedade de um ex-diretor do Bradesco, João Zacari. Comprou a empresa com a assistência jurídica de Roberto Teixeira. Nesse meio tempo, a FGS entrou em colapso. Em sessenta dias, Carvalho transferiu secretamente para a Triza todos os bens valiosos da FGS. As dívidas da empreiteira se acumularam e os títulos protestados idem. A FGS não tinha mais caixa nem bens para pagar seus compromissos. Os dois sócios de Arnaldo Carvalho, Cesário Soubihe e Francisco Cezário, começaram a suspeitar de seu parceiro. Ainda assim, concordaram em pedir a concordata da FGS, sugerida por Roberto Teixeira. Como era o dono da Triza, Carvalho continuou sendo proprietário dos bens mais valiosos da FGS. Mas só pagou a Zacari a primeira prestação da compra da Triza. Por isso, meses depois, o ex-diretor do Bradesco tomou sua empresa de volta. Só então Zacari soube que a companhia havia sido usada como receptadora dos imóveis da FGS. Três anos depois, Zacari foi contatado por um corretor de imóveis que queria comprar a empresa para si. No momento em que foi assinar o contrato de transferência, descobriu que Roberto Teixeira advogava para esse corretor. "Todo mundo que apareceu para comprar a empresa tinha o Roberto Teixeira como advogado", disse Zacari. Em 2006, finalmente, a Triza deixou de ser propriedade do corretor para passar a ser uma empresa registrada no nome de Valeska e Larissa, as filhas de Teixeira.
Trechos do processo de falência da FGS: Cesário Soubihe, sócio da empresa, diz que seus bens foram transferidos para o nome das filhas de Teixeira |
Em entrevista a VEJA, Roberto Teixeira reconheceu o óbvio: a Triza, na verdade, pertence a ele mesmo. "É uma extensão da minha pessoa física, assim como a Mito, outra empresa que eu tenho", explicou. Ele conta que havia muito tempo queria comprar a Triza, apenas para se tornar proprietário de seu bem mais vistoso. Teixeira cobiçava um terreno de 7 300 metros quadrados situado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A história desse imóvel lança luz sobre outro aspecto obscuro dos negócios do compadre de Lula: sua relação com o empresário Antônio Celso Cipriani, o dono da TransBrasil. Amigo e patrão de Roberto Teixeira desde os anos 80, Cipriani era proprietário do terreno de São Bernardo. Quando a TransBrasil entrou em parafuso, Teixeira intermediou a venda da área para a FGS. A compra foi efetivada apenas 38 dias antes de a TransBrasil parar de voar. Três meses depois, o imóvel foi repassado à Triza. Teixeira nega que a operação tenha sido feita para evitar que o terreno fosse arrolado para cobrir as perdas dos credores da companhia aérea, que faliria em seguida. "Quando isso aconteceu, ninguém poderia imaginar que a TransBrasil iria quebrar", assegurou o advogado. Ninguém a não ser os credores, é claro.
Há outras curiosidades sobre essa transação. O terreno entrou e saiu da contabilidade da FGS pelo mesmo valor: 1,8 milhão de reais. Corretores experientes asseguram, no entanto, que o imóvel pode ser negociado por, no mínimo, 12 milhões de reais. Segundo Roberto Teixeira, apesar de ser tão valioso, o terreno passou pela FGS e pela Triza sem que nenhuma das duas desembolsasse 1 real por ele. Cipriani só teria recebido seu dinheiro em 2006, depois que Teixeira passou a Triza para o nome de suas filhas. Se isso de fato aconteceu, toda a documentação de venda do imóvel de Cipriani para a FGS e, posteriormente, para a Triza é falsa, já que os documentos registrados em cartório mostram que o pagamento do imóvel foi feito quatro anos antes. Aqui, é preciso lembrar que o papelório foi elaborado pelo próprio Teixeira.
Ricardo Beniccio |
Arnaldo Carvalho: ele afirma que pagou até o imóvel onde Teixeira mora |
O advogado intermediou outras operações imobiliárias entre Cipriani e a FGS. Em uma delas, chegou a envolver no rolo até o seu compadre presidente. Em março de 2001, Teixeira pediu à FGS que comprasse quatro apartamentos de Cipriani no Edifício Kentucky, em São Bernardo. A operação parece estranha para uma construtora cujo negócio é vender apartamentos. Ainda assim, foi efetuada. Os documentos da FGS revelam outras incongruências nessa transação. Por um contrato de gaveta da Mito Participações, aquela que o advogado considera como extensão de sua pessoa física, constata-se que ele negociava esses imóveis como se fosse seu verdadeiro dono. Por orientação de Teixeira, a FGS vendeu dois dos apartamentos a terceiros por 78.000 reais cada um. Também a seu pedido, a construtora trocou os outros dois imóveis por um sobrado da periferia de São Bernardo, cujos proprietários, até então, eram o futuro presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia. Os apartamentos constam das declarações de bens que Lula apresentou à Justiça Eleitoral em 2002 e 2006. Lá, aparecem avaliados por somente 38.000 reais cada um. "Quando o meu sócio Arnaldo me pediu para fazer essa permuta, eu perguntei: ‘Isso é lavagem de imóveis?’. Mas fiquei sem resposta", relatou Cesário Soubihe a VEJA. Foi ele quem assinou o contrato entre o casal Lula da Silva e a FGS. Curiosamente, a construtora ainda é a proprietária do sobrado que pertenceu ao presidente.
O relacionamento de Roberto Teixeira com a FGS foi breve, mas íntimo. Uma confissão de obrigação arquivada pela FGS revela que, em 2000, o advogado pretendia comprar uma casa na Rua Estados Unidos, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, para lá instalar seu escritório. A FGS "prontificou-se a (...) adiantar o numerário necessário para honrar os pagamentos" das prestações. Em depoimento à Justiça na semana passada, Arnaldo Carvalho deu mais um exemplo da camaradagem entre o advogado e seus antigos clientes. "A FGS pagou vinte prestações de 22.000 reais cada uma da cobertura em que Roberto Teixeira mora", disse o empresário. Depois de saber do depoimento dado por seu ex-cliente à Justiça e do andamento do processo de falência da FGS, Roberto Teixeira se disse arrependido por ter mantido relações comerciais e profissionais com Carvalho. Lamenta-se Teixeira: "O Arnaldo foi o maior erro de avaliação que cometi em meus 64 anos de vida".
O patrimônio do compadre O processo de falência da FGS mostra que, enquanto as finanças da construtora iam para o brejo, o advogado Roberto Teixeira, que trabalhava para a empresa, via seu patrimônio aumentar. Depois que a FGS quebrou, os antigos sócios ficaram com as dívidas e o advogado, com os bens Imóveis da FGS que, hoje, estão em • Terreno de 7 300 metros quadrados em São Bernardo • 68 lotes em um condomínio em Embu • Terreno na Zona Norte de São Paulo
Bens de Teixeira que teriam sido pagos
• Casa no bairro dos Jardins, em São Paulo • Vinte prestações da cobertura onde Teixeira mora, em São Paulo
Total |
Com reportagem de Fábio Portela
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