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terça-feira, 24 de agosto de 2010

O terno de Lula


Leonardo Attuch - Leonardo Attuch
Isto é - 23/08/2010

Eike Batista pagou R$ 500 mil por ele. Depois, embolsou mais alguns milhões do generoso BNDES


Alô, alô, Eike? Aqui quem fala
é o Wanderley Nunes, o cabeleireiro da primeira-dama. Vou promover um leilão beneficente para as crianças da favela de Paraisópolis, em São Paulo,
e quero que você compareça.
O Lula vai?
Vem sim.
Se ele for, eu também vou.
Horas depois, o telefone toca de novo na casa do bilionário carioca.
Alô, Eike? Aqui é a Marisa Letícia, a primeira-dama. Espero você no leilão do Wanderley.
Com certeza, estarei lá.

Lula não foi. Mas, no ponto alto da noite da última terça-feira, o leiloeiro exibe a principal atração do evento:
o terno usado pelo presidente Lula na sua primeira posse, em 2003. Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... e a peça de roupa é comprada por Eike por R$ 500 mil, que serão destinados à Escola do Povo Dona Marisa Letícia.

Dono de uma fortuna de US$ 30 bilhões, Eike Batista já não fala mais em ser o homem mais rico do mundo. Repaginado e com uma volumosa franja, fruto de um implante ou de uma nova peruca, ele agora quer ser lembrado como o homem mais generoso do planeta. Uma missão difícil, pois quem tem sido bem mais mão aberta do que ele nos últimos tempos é o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. No dia do leilão beneficente, ele liberou um empréstimo de R$ 146,5 milhões para que o empresário carioca reforme o Hotel Glória, palco dos grandes encontros do high society de outrora. Como o dinheiro subsidiado do banco custa 6% ao ano, bastaria aplicar durante 12 meses num título do próprio governo, que paga 10,75%, para lucrar R$ 7 milhões o suficiente para a compra de 14 ternos usados por Lula.

E considerando que Eike já levantou R$ 4 bilhões no BNDES nos últimos dois anos, daria até para construir um gigantesco guarda-roupa refrigerado, com 800 peças presidenciais.

O terno de Lula, na verdade, é o espelho dos tempos atuais. Um tempo em que o povão anda feliz com a nova onda de prosperidade e a elite perdeu de vez as estribeiras como no último baile da Ilha Fiscal, os ricos andam degustando faisões, bebendo litros de champanhe e fumando charutos enrolados em notas de dólares. Nesse novo Brasil, a filantropia já não se pratica de forma discreta. É um esporte exibicionista, que não respeita nem mesmo o preceito bíblico de que a esmola não deve ser trombeteada. Ou, ainda, de que a mão direita não deve saber o que faz a esquerda. Pode-se até ouvir o som dos violinos da orquestra do Titanic. Não se sabe se há um iceberg diante do navio. Mas a imagem do terno de Lula boiando no oceano talvez seja o símbolo do fim de uma era.


Terno usado por Lula em posse é arrematado por R$ 500 mil em leilão

Evento beneficente ocorreu em bar da Zona Sul de SP.
Traje do presidente foi comprado por Eike Batista.

Carolina Iskandarian Do G1 SP


Guitarra Mick JaggerFuncionário do leilão mostra a guitarra do Mick Jagger comprada por um empresário (Foto: Daigo Oliva/ G1)

A expectativa ficou para o final e deixou todos surpresos. Depois de quase três horas, saiu a última e mais cara das peças de um leilão beneficente que reuniu artistas e empresários em um bar da Zona Sul de São Paulo, na noite desta segunda-feira (16) : o terno que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou na primeira posse, em 2003. O empresário Eike Batista arrematou o traje por R$ 500 mil – o lance inicial era de R$ 100 mil. A roupa não foi exposta.

Em um rápido discurso, Eike foi além. Anunciou que dobraria em doações todo o valor arrecadado no leilão, cujo objetivo é ajudar um projeto de alfabetização na favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo. “Minha obrigação é provocar os outros empresários. Dobro tudo o que foi colocado aqui hoje”, afirmou o empresário do ramo de mineração.



De acordo com assessores do evento, as informações preliminares eram de que o leilão tinha arrecadado cerca de R$ 2 milhões. Se a promessa de Eike se cumprir, o valor sobe para R$ 4 milhões. Os recursos irão para a Escola do Povo, que tem por meta alfabetizar 15 mil jovens e adultos de Paraisópolis. O catálogo mostrava que pelo menos 80 peças foram ofertadas aos cerca de 300 convidados que pagaram R$ 500 (o casal) e foram ao bar da Vila Olímpia. O preço incluía um jantar.

Uma das atrações do leilão, que começou por volta de 21h30, foi a guitarra autografada por Mick Jagger. O empresário Renato de Magalhães, que não posou para fotos, bancou o primeiro lance, de R$ 50 mil. Disputou com outro concorrente, mas acabou ficando com a peça por R$ 70 mil. “Eu sou fã do Mick Jagger”, contou ele, discreto em sua mesa. Mesmo tocando só violão, admitiu estar intencionado a levar o instrumento para a casa “desde o início” do evento. “Ela vai ficar guardadinha.”

Influência

O principal organizador do leilão foi o cabeleireiro Wanderley Nunes, que usou sua influência entre as celebridades nacionais e internacionais em prol da causa. “É muito difícil estar aqui. Enterrei meu pai hoje, às 17h. Ele tinha 95 anos e foi meu grande inspirador”, contou ele, logo no começo do encontro.

Madrinha do leilão e amiga de Wanderley Nunes, a primeira-dama Marisa Letícia optou pela discrição. Chegou com o cabeleireiro às 20h40 e só saiu da mesa do canto – ela jantou ao lado de Eike Batista – no fim do evento, quando anunciaram o lote 54, com o terno do presidente. Marisa brincou com Nunes, afirmando que a roupa “valia mais” do que os R$ 100 mil iniciais. Foi aí que Eike subiu a oferta para R$ 200 mil e lançou em seguida os R$ 500 mil.

Antes de ir embora a primeira-dama agradeceu a contribuição de todos. Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores de Paraisópolis, sugeriu que o terno ficasse exposto dentro da favela. Naquele momento, ninguém se opôs.

Lance a lance

Estavam entre os itens, um capacete do piloto Emerson Fittipaldi, comprado por R$ 30 mil, uma jaqueta e camiseta do modelo Jesus Luz, levados por R$ 8.500, e um DVD e o livro do seriado americano Sex and the City, arrematados por R$ 7 mil. Esta doação foi feita pela protagonista Sarah Jessica Parker, como informou a organização da festa. Um dos lotes mais disputados, lance a lance, foi o de número 9, que continha um uniforme completo, além de uma camisa, do jogador Kaká e três camisas, doadas por Alexandre Pato, Pelé e Ronaldo. Tudo saiu por R$ 55 mil.

Bono Vox

Boné Bono VoxA empresária Cristina Proença levou o boné doado
pelo cantor Bono Vox (Foto: Daigo Oliva/ G1)

Quem ficou feliz da vida foi Cristina Proença, uma das sócias do Buddha Bar, onde ocorreu o leilão. Sem concorrentes, ela ficou, por R$ 10 mil, com o boné autografado por Bono Vox. “Sempre fui muito fã dele. Quando o Wanderley falou que teria esse boné no leilão, eu disse que ia levar, mas não acreditava nisso”, disse a moça.

Eike Batista também arrematou outra peça valiosa: o Rolex de ouro doado pelo apresentador Fausto Silva. Sem dificuldades, levou o acessório por R$ 80 mil. Ainda foram ofertados vestidos, joias, bolsas, sapatos e até um conjunto de cozinha com panelas, uma cafeteira de luxo, talheres, fogão e batedeira. O prefeito da cidade, Gilberto Kassab, que não estava presente, doou um quadro com a imagem do Vale do Anhangabaú. O comprador pagou R$ 6.500.

Muitos itens não comprados foram automaticamente colocados na internet para um possível lance posterior. Um deles foi a guitarra doada pela banda Scorpions. Outro foi o quadro que Jay Milder pintou há 36 anos. O artista estava no bar. Mesmo com a insistência de Wanderley Nunes, a peça não saiu. O leiloeiro Luiz Fernando Dutra, da Dutra Leilões, admitiu que é mais difícil trabalhar em um evento beneficente. “Sem sombra de dúvida. Você tem que usar todo o apelo porque a generosidade tem que ser tocada.”

Tanto que o começo do evento foi meio frio. Dutra chamou Wanderley Nunes e até o humorista Tom Cavalcante para ajudar a “tocar” os convidados e incentivá-los a erguer o braço.



Vanessa Barbosa, de EXAME.com
A primeira-dama Marisa Letícia e o empresário Eike Batista durante evento beneficente promovido pelo cabelereiro Wanderley Nunes.

São Paulo - Famosos, personalidades públicas, socialites e empresários milionários se reuniram na noite desta segunda para um leilão beneficente organizado pelo badalado cabeleleiro Wanderley Nunes. Entre os arremates de objetos doados por famosos, um roubou a cena: a compra, pelo empresário Eike Batista, de um terno de Lula pela bagatela de meio milhão de reais.




Segundo a assessoria de imprensa de Wanderley Nunes, Eike ainda arrematou outras peças do leilão: um vestido usado pela modelo Gisele Bündchen em um desfile da Colcci em 2007 (que ele doou de volta para o leilão); um relógio do apresentador da Globo, Fausto Silva, por R$ 50 mil; um capacete de fórmula 1; uma garrafa de vinho branco de R$100 mil; e até um lote com cafeteira de luxo, talheres, fogão e batedeira (que ele também doou de volta).

Não satisfeito com suas "compras", Eike - um dos homens mais ricos do Brasil -, ao final do evento, se comprometeu a dobrar toda a quantia arrecadada pelo leilão - que chegou a R$2 milhões. Entre os objetos de celebridades arrematados pelos convidados, constam uma guitarra de Mick Jagger, vestidos de Sandy e Hebe Camargo, a camisa da seleção brasileira assinada por Ronaldo e um capacete de Emerson Fittipaldi. O dinheiro arrecadado será investido no programa Escola do Povo, que promove a alfabetização de jovens e adultos na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.

Em seu twitter, Wanderley Nunes comenta o sucesso do evento e a participação de Eike. "Obrigado pela sua presença e ajuda na nossa causa tão nobre!", diz ele em mensagem direcionada ao empresário. Eike respondeu: "Você mostrou o caminho aí em São Paulo, eu só dei uma turbinada! Rsrs".


O terno usado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua posse em 2003 foi leiloado nesta segunda-feira (16).

O empresário Eike Batista pagou R$ 500 mil para ter a peça usada pelo presidente em seu primeiro dia de mandato. O lance inicial era de R$ 100 mil.

O evento foi organizado por Wanderley Nunes, cabeleireiro do presidente e de dona Marisa. O dinheiro arrecadado será utilizado em um projeto de alfabetização na favela Paraisópolis, em São Paulo.


Mastrangelo Reino/Folhapress
Empresário Eike Batista pagou R$ 500 mil para ter a peça usada pelo presidente em seu 1º dia de mandato
Empresário Eike Batista pagou R$ 500 mil para ter a peça usada pelo presidente em seu 1º dia de mandato

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