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domingo, 1 de agosto de 2010

Cavalos monitorados com chip

Atração em Petrópolis, animais que transportam turistas terão carga horária, folga e tratamento controlados

POR FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Os cavalos de Petrópolis agora são monitorados por microchips eletrônicos. Uma das principais atrações na Região Serrana, as chamadas vitórias — réplicas de carruagens imperiais do século 19 — se tornaram a primeira oferta turística com animais controlada pelo mecanismo no País. Cinquenta cavalos mestiços e mangalargas, que se revezam em 16 charretes, já foram microchipados. O objetivo é monitorar a saúde eles, evitar maus-tratos e, no futuro,controlar até sua carga horária de trabalho.

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Ana Cristina usa uma leitora para identificar os cavalos. Dados ajudam a controlar a saúde dos animais | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Os equipamentos, de apenas 12 mm e 0,06 g, são inseridos sob a pele dos animais e contêm combinação de números que remete a uma ficha com dados como peso, raça, idade, estado de saúde, filiação, calendário de vacinas e identificação dos donos.

Foto: Arte O Dia
Foto: Arte O Dia


Futuramente, os equipamentos vão até dedurar se os donos estiverem obrigando os cavalos a trabalhar mais do que 8 horas por dia (de 9h às 17h), recomendada por veterinários. “É como um código de barras, que possibilita um acompanhamento permanente da tropa”, explica Ana Cristina Ribeiro, presidente da ONG Anima Vida. A tecnologia no equinos foi conquista da ONG, que, via Defensoria Pública, conseguiu que a prefeitura assinasse o Termo de Ajustamento de Conduta.

Até um ano de prisão

Se alguma doença for constatada e não tratada ou se houver maus-tratos e abandono, a prefeitura poderá cassar a licença do responsável, que corre o risco de ser enquadrado na Lei de Crimes Ambientais, que prevê multas e até prisão de um ano.

A microchipagem pede ainda controle da fiscalização da folga semanal dos animais; a contratação de veterinários; vedação de itinerários em locais íngremes; determinação de capacidade máxima de até 5 passageiros; colocação de placas nas vitórias e a instituição de baias longe do burburinho urbano, para que os cavalos descansem nos dias de folgas.

Previsão

As medidas agradaram aos turistas. “Os animais merecem melhores condições de trabalho”, defende Flávio Silveira. A recém-fundada Associação Petropolitana dos Condutores de Veículos de Tração Animal também fiscalizará os microchips. “Temos que preservar a tradição dos passeios, que começaram na década de 40”, afirma Roberto Borges, presidente da entidade, que já tem 16 charreteiros.

Outra iniciativa da associação é a adoção de sistema de eliminação de fezes dos animais desenvolvido em Londres. Um dispositivo armazenará os excrementos sob as charretes.

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