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quinta-feira, 8 de julho de 2010

#Bruno: detalhes impressionantes sobre a execução de Eliza Samudio




Sentado em uma cadeira preta, com as mãos em uma mesa de mármore, o chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (DI-MG), Edson Moreira, confirmou: "Bruno Fernandes das Dores Souza, ídolo e monstro". O delegado apontou que o goleiro planejou e presenciou a morte da ex-namorada. Segundo a polícia, Marcos Aparecido dos Santos — o Paulista, Nenem, Bola ou Negão — executou e desapareceu com os restos mortais de Eliza Samudio, de 25 anos, que era mãe de um filho que seria de Bruno. De acordo com a investigação, também tiveram participação no homicídio Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales Camelo, amigo de Bruno; Elenilson Vitor da Silva, caseiro do sítio; e Jota, o menor de 17 anos, primo do jogador, que confessou e forneceu detalhes do crime.

Moreira contou que, entre a decisão pela morte de Samudio e as suas últimas palavras, o grupo cometeu atos cruéis. Ferida devido a coronhadas desferidas por Jota, quando era transportada na Land Rover, com seu bebê, do Rio de Janeiro para Minas Gerais, no dia 4 de junho, Eliza foi levada para a Casa de Campo Família Souza, sítio de Bruno, em Esmeraldas. Ali, foi espancada e torturada até às 21h do dia 9. Um pouco antes, às 19h, Bruno reuniu Macarrão, Jota e Sérgio, explicando o que seria feito. Eles levaram a modelo, em uma picape Ecosport, para a casa de Marcos Paulista, na Rua Araruama, em Santa Clara, bairro de Vespasiano. No meio do caminho, deixaram o bebê de quatro meses com outra pessoa, que seria Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher de Bruno.

A polícia aponta que, trazida pelo bando, Eliza teve as mãos amarradas. Gritou: "Não aguento mais apanhar". Marcos Paulista respondeu: "Você não vai apanhar. Você vai morrer." Então, torceu o braço da modelo em volta de seu próprio pescoço, estrangulando Samudio até a morte. Depois, ficou com a responsabilidade de sumir com o corpo. Sua carne teria sido devorada por cães da raça Rottweiler, criados por Paulista, e os restos mortais descartados em local ainda desconhecido. Bruno, Sérgio e Jota teriam presenciado tudo. Em seguida, retornaram ao sítio e, às 3h do dia 10, queimaram a mala vermelha, com os pertences de Eliza, ao lado da cisterna. Os investigadores confirmaram, com depoimentos e exames, que as roupas encontradas no local eram dela. De acordo com Jota, Bruno foi o único a não demonstrar nervosismo, após todo esse processo. O goleiro sentou na área de lazer da propriedade para tomar cerveja.

— No dia 8, enquanto acontecia uma pelada, a caixa de som foi levada da área de churrasco para o quarto. Assim, ninguém poderia escutar gritos. Enquanto Eliza estava no quarto, ferida, eles batiam nela e a obrigavam a falar o que eles queriam. Na ligação do dia 9, para uma amiga de São Paulo, foi forçada a dizer que estava tudo bem — revelou Edson Moreira.

Dois momentos fundamentais para essas afirmações da polícia ocorreram nesta quarta-feira. Primeiro, o depoimento de Sérgio Rosa Camelo, que disse ter visto Eliza com a "cabeça estourada", no sítio, confirmando que ela foi levada do local no Ecosport. Bruno teria dito à modelo que ela e a criança seriam levados para um apartamento alugado para eles, em Belo Horizonte. Sérgio disse que não foi à casa de Marcos Paulista, mas foi contrariado por Jota, responsável pelo segundo momento-chave. Apreendido após uma denúncia de seu tio, foi ele quem levou agentes da Divisão de Homicídios do Rio e da Delegacia de Homicídios de Contagem ao local do crime. Antes, Jota havia feito uma planta da área, que bateu com o que foi visto. Chocado, descreveu o que havia ocorrido ali, na noite de 9 de junho.

— Grande parte é verdadeira. Posso dizer que 80% da narrativa é verídica e casou com as investigações que existiam até então. Estou chocado com a monstruosidade desse crime — destacou Moreira, com os olhos marejados.

Nos outros 20% que seriam falsos, Jota evitou citar o nome de Bruno. Segundo Edson, o menor teria sido, rapidamente, orientado pelo goleiro, enquanto ficou em sua casa, no Recreio, Zona Oeste do Rio. O DI encaminhou representação à Vara do Tribunal do Júri de Contagem, pedindo a prisão de Marcos Aparecido. Dentro de sua casa, não foram encontrados os restos mortais de Eliza. No porta-malas do carro Citroen ZX, de Marcos, foram identificados, com o uso de luminol, vestígios de substância que pode ser sangue. O veículo foi levado para o Instituto de Criminalística, onde será periciado.

No fim da manhã de quarta-feira, quando os policiais chegaram à casa de Marcos, ele estaria dentro do imóvel, mas viu a movimentação pelo monitor de retorno da câmera de monitoramento e fugiu por uma saída secreta. O chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida (DCCV), Wagner Pinto, observou elementos que demonstravam presença recente, como janelas abertas e pia molhada, mesmo sem goteiras. Wagner, que vai se casar no próximo sábado, demonstrou emoção e alívio: "A família de Eliza poderá ficar em paz".



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