Tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sob o comando dos Estados Unidos, lançaram uma megaoperação contra o Talebã que está sendo considerada a maior ofensiva no país desde a queda do regime dos talebãs, em 2001, segundo autoridades americanas.
A operação, na cidade de Marja, na província de Helmand, a 600 km da capital, Cabul, conta com milhares de soldados americanos e afegãos com o apoio de forças britânicas e teve início na madrugada de sábado (tarde de sexta-feira em Brasília).O objetivo é reassumir o controle da cidade, considerada um reduto dos talebãs no sul do país, além de ameaçar o apoio aos militantes na região.
Batizada de Moshtarak (que significa “juntos” no idioma local, pashtun), a operação está sendo liderada pela Marinha americana. A ofensiva inicial contou com mais de 4 mil soldados da Marinha americana, 1,5 mil soldados afegãos e 300 americanos em helicópteros.
Segundo a agência de notícias AFP, o ataque foi precedido de alertas luminosos.
Segundo o correspondente da BBC em Washington Adam Brookes, a ofensiva tem uma importância política, já que marca a primeira grande ação militar no Afeganistão desde que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o envio de mais 30 mil soldados americanos ao país.
A cidade de Marja é a maior do sul do país ainda sob o controle do Talebã.
Uma vez que a área esteja segura e sob controle das forças internacionais, a Otan pretende providenciar ajuda aos moradores e restabelecer os serviços públicos na região.
Planejamento
O planejamento da megaoperação começou há várias semanas, com helicópteros da Otan despejando folhetos sobre a região pedindo para que os moradores deixassem a área.
Funcionários do governo local dizem que cerca de 35 mil moradores de deixaram a cidade e teriam se deslocando para outras partes da província.
No final de semana, em preparação para a ofensiva, o general britânico, Nick Carter, um dos líderes da operação, disse que a ofensiva teria pela primeira vez as forças afegãs envolvidas no planejamento.
Segundo ele, isso foi possível graças à introdução nas forças afegãs de um grande número de homens treinados pela coalizão internacional.
No passado, segundo ele, operações do tipo contra o Talebã fracassaram por não haver um número de soldados locais suficientes para manter a segurança após a expulsão do Talebã.
O comandante da Otan no Afeganistão, general Stanley McChrystal, disse que a operação enviará “um sinal forte de que o governo afegão está expandindo seu controle da segurança”.
O especialista em segurança da BBC Frank Gardner, que esteve no quartel-general da ofensiva, em Kandahar, diz que os comandantes têm consciência da reputação muitas vezes dúbia das forças afegãs e estão se preparando para monitorar seu desempenho durante a operação.
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