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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Dengue e mortes suspeitas são investigadas em SP

A saúde do Guarujá agora é caso de polícia. Surpreendido com o aumento de número de Boletins de Ocorrência (BO) de morte suspeita, o delegado titular do município, Cláudio Rossi, instaurou um inquérito coletivo para apurar as causas de mais de 85 mortes ocorridas em fevereiro.

"É normal o registro de BO de morte suspeita, mas em fevereiro, esse número mais que dobrou. Somado a isso, há o fator dengue, com muitas reclamações de pessoas que tiveram alguns familiares mortos", disse o delegado.

De acordo com o delegado, os BOs de morte suspeita são registrados sempre que os médicos não fornecem atestados de óbito, seja porque não tiveram tempo ou porque o paciente passou mal em casa e chegou ao Pronto Socorro morto.

"Algumas pessoas já relataram quando estavam registrando o BO que seus familiares foram mal atendidos, ou que foram dispensados e depois morreram", diz o delegado, afirmando, entretanto, que no momento da dor da perda, é comum os familiares se revoltarem contra o sistema de saúde sem que esse seja necessariamente culpado.

No entanto, em mais de 30 anos na Polícia, Rossi nunca viu tantos casos de morte suspeita em um único mês e por isso optou pelo inquérito. "Nós vamos apurar para ver se houve imperícia médica, omissão de socorro ou falta de vaga nos hospitais da região", afirmando que embora falta de vaga não seja crime, o Ministério Público precisa saber se tal informação confere para tomar as providências cabíveis.

Entre os casos apurados, há mortes na rede pública e na rede privada. O delegado vai ouvir depoimentos de familiares das vítimas, médicos e responsáveis pelas unidades de saúde onde elas foram atendidas. Além disso, a Polícia Civil vai avaliar as fichas médicas e os laudos técnicos sobre o estado de saúde de cada paciente que veio a óbito.

Epidemia em Ribeirão Preto

Os 1.791 casos de dengue deste ano ultrapassaram os 1.694 registrados em todo o ano de 2009, em Ribeirão Preto. Esse número indica que a cidade entra no quadro de classificação de epidemia, pois tem 318 casos por 100 mil habitantes.

As autoridades da saúde consideram que há epidemia quando a incidência da doença atinge 300 casos por 100 mil habitantes. A Secretaria Municipal de Saúde, no entanto, já considerava a situação como de epidemia, pois teme que ocorra explosão de casos entre março e abril - existem ainda 2.632 casos suspeitos.

Vários casos de confirmações de 2009 ainda foram computados nos últimos dias, pois os resultados de exames laboratoriais ficaram prontos recentemente.






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