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domingo, 24 de janeiro de 2010

A meia do Roberto


dom, 24/01/10
por gmfiuza |

De onde menos se espera… Dali é que não vem nada mesmo. Em sua volta ao futebol brasileiro, o lateral Roberto Carlos ofereceu ao público mais um de seus shows de presunção explícita.

É um caso crônico, como se sabe. Dizer que o dinheiro subiu à cabeça desse jogador seria uma injustiça com o dinheiro. A empáfia de Roberto Carlos possivelmente nasceu antes dele próprio. É uma força da natureza.

Dizendo ter propostas do mundo inteiro, o imodesto veterano veio parar no Corinthians. Com sua sensibilidade a toda prova, chegou com ares de quem está fazendo um favor aos brasileiros. Mas o favor não sairá de graça. Primeiro ele precisa acertar umas continhas com o povo local.

Roberto Carlos se considera um injustiçado. Só porque estava ajeitando o meião na hora do gol de Henry, que tirou o Brasil da última Copa, pegaram no pé dele. E ele identificou o culpado pelo seu infortúnio, e seu conseqüente afastamento da seleção brasileira: o locutor da TV Globo Galvão Bueno.

O exotismo da declaração começa numa premissa chocante: o jogador se considera afastado da seleção. Depois de ir a uma Copa do Mundo passear, fazendo mais um favor a essa nação atrasada onde ele por acaso nasceu, abrindo uma brecha na sua agenda de rico e famoso internacionalmente para vestir entediado a camisa amarela, sem um pingo de futebol e de sangue para doar aos brasileiros, Roberto Carlos acha, no ocaso de sua carreira, que a seleção ainda é dele.

A culpa é do Galvão. Um locutor que passou pelo menos dez anos exaltando-o – um pouco além do merecido –, que tem considerável responsabilidade no seu sucesso perante o público, virou o agente do seu “sofrimento”.

Caro Roberto: quem sofreu foi essa nação brasileira que você despreza, ofendida pelo seu desinteresse, e de seus colegas Ronaldos, Adriano, Cafu e companhia, todos muito interessados em zelar por suas imagens publicitárias, seus recordes pessoais, suas ONGs e negócios particulares. Pesados e entediados, vocês ofenderam o Brasil em 2006 na Alemanha.

O problema não foi o seu meião. Você não jogou nada na Copa, assim como seus colegas, e isso não foi surpresa alguma. Vocês não estavam a fim de jogo, e isto foi escrito por este signatário bem antes de você se entreter com seu meião. A quem você quer enganar?

Suas conquistas na seleção e nos clubes onde jogou são louváveis. Mas não são um salvo conduto para o seu cinismo. Vocês quiseram privatizar a seleção brasileira, acharam que ela era sua passarela vitalícia. Se presunção fosse posto, e Nilton Santos tivesse metade da sua, seria titular do time de Dunga aos 85 anos.

Baixe a sua bola, reconheça seus erros, e pare com essa história de ficar mandando Galvão Bueno para a pqp em conversas com jornalistas. Com esse linguajar, vão acabar te confundindo com o presidente da República.




Sulamérica Trânsito












LAST






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