Publicada em 04/09/2009 às 20h26m
O Globo, CBN
SÃO PAULO - O estado de São Paulo tem o maior número de vítimas fatais da gripe suína no país - 261 -mas é o Paraná que tem a maior taxa de mortalidade entre todos os estados brasileiros, sendo superior inclusive à taxa média do Brasil. Com um total de 209 mortes, a taxa de mortalidade no Paraná chega a 1,9 por cem mil habitantes. No Brasil, que já contabiliza 657 óbitos, a taxa de mortalidade pela doença é de 0,34 por 100 mil habitantes.
Se fosse um país, o Paraná também lideraria o ranking da mortalidade. Só para se ter uma ideia, os Estados Unidos e a Argentina, que atrás do Brasil têm o maior número de mortes pela doença, apresentam taxas de mortalidade de 0,17 e 1,15, respectivamente, por cem mil habitantes.
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O secretário da Saúde do Paraná, Gilberto Martin avaliou, no site da própria secretaria, que do ponto de vista técnico não se pode afirmar que o Paraná é o estado mais crítico.
- A taxa de mortalidade divulgada pelo Ministério da Saúde é calculada pelo número de mortes sobre 100 mil habitantes, o que mostra apenas que temos mais óbitos confirmados que os demais estados, proporcionalmente. No entanto, o Laboratório Central processou mais exames do que os outros estados. Então, só poderemos ter o quadro real da doença quando todos os estados finalizarem a análise dos exames - explicou.
O número de mortes pela doença subiu no Paraná depois que o estado começou a processar no Laboratório Central os exames que comprovam a ocorrência da gripe suína.
Já estamos em entendimentos com o Ministério da Saúde no sentido de garantir para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná uma quantidade maior de vacinas
Ainda segundo a secretaria, a média de mortes semanal vem diminuindo. Nesta semana, foram dez óbitos. O Paraná chegou a registrar a morte de 20 pessoas por gripe suína em apenas dois dias. Até agora, foram confirmados 6.511 casos de gripe suína no estado, entre elas 337 mulheres grávidas. A região de Curitiba lidera o total de vítimas fatais.
Os estados do Sul - Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - concentram mais de 96% dos casos de mortes pela doença no país e, por isso, os secretários de Saúde se reuniram nesta sexta-feira para reivindicar um tratamento diferenciado por parte do Ministério da Saúde, quando acontecer a segunda onda da gripe suína (H1N1).
Segundo o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, ainda não se sabe quando virá a segunda onda da doença, mas o vírus H1N1 vai continuar circulando, mesmo com o recrudescimento da pandemia.
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- Não sabemos quando virá a segunda onda, mas ela certamente vai acontecer. Vamos manter a estrutura de atendimento já montada e esperamos reforço - diz Terra.
Ele lembrou que os postos de saúde atenderam em três turnos para distribuição do Tamiflu, usado no tratamento da doença, e houve um esforço na oferta de leitos de UTIs. Osmar Terra garantiu que nos meses de junho, julho e agosto não houve falta de Tamiflu.
Segundo ele, a expectativa é que os estados do Sul recebam pelo menos 10 milhões das 37 milhões de doses que o Ministério da Saúde pretende fornecer.
- Já estamos em entendimentos com o Ministério da Saúde no sentido de garantir para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná uma quantidade maior de vacinas - disse.
As secretarias de Saúde dos três estados também já estão definindo o perfil epidemiológico de quem deverá receber a vacina: jovens adultos entre 15 e 25 anos, pessoas obesas, portadoras de problemas renais ou cardíacos e mulheres em idade fértil.
As primeiras doses da vacina para a gripe suína deverão estar disponíveis para os governos dos países do mundo inteiro em setembro, confirmou nesta sexta-feira a diretora da Iniciativa para Pesquisa de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny.
- Nenhum país terá vacina suficiente para toda a população desde o primeiro dia em que ela estiver disponível. Por isso, os países terão que escolher o que priorizar - afirmou.
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