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sábado, 5 de setembro de 2009

Acusação contra padre leva deputada a pedir depoimento do bispo Orani Tempesta na CPI da Pedofilia no Pará










Icoaraci


Publicada em 05/09/2009 às 12h15m
Portal ORM




BELÉM - Acusações de abuso sexual contra adolescentes, ocorridas em festas realizadas na casa paroquial da Paróquia de Fátima, em Icoaraci, no Pará, levaram a deputada Regina Barata a pedir à presidência da CPI da Pedofilia o depoimento do ex-Arcebispo Metropolitano de Belém dom Orani João Tempesta para esclarecer as denúncias. Desde abril, dom Orani Tempesta está à frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Nesta sexta-feira, em duas horas de audiência pública no plenário da Assembléia Legislativa do Pará, o padre George Genner Evangelista França, de 41 anos, responsável pela Paróquia de Fátima e acusado de cometer os abusos, lançou mão do direito constitucional de se manter em silêncio.

De acordo com apuração dos membros da CPI da Pedofilia, as festas do padre com adolescentes também ocorreriam em uma chácara no distrito de Outeiro e, ainda, perto de um balneário de Salinas, além da casa paroquial.

Segundo a deputada Regina Barata, o depoimento de dom Orani poderá ser tomado em horário, local e data a serem definidos pela autoridade religiosa. O presidente da CPI, deputado Adamor Aires, e os deputados Arnaldo Jordy, Carlos Bordallo e Ana Cunha posicionaram-se a favor de que a decisão sobre o pedido de depoimento do bispo seja tomada na reunião da CPI na próxima quarta-feira. Também deverão ser ouvidos pela CPI o secretário-geral da Arquidiocese de Belém, padre Ronaldo Menezes, e o monsenhor Marcelino Ferreira, que acompanhou a audiência desta sexta.

Com base no inquérito policial sobre o caso na Divisão de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data), presidido pela delegada Ana Cláudia Brito Feijó, e em informações colhidas pela CPI, as festas na Paróquia de Icoaraci cessaram quando o fato foi denunciado ao padre Ronaldo Menezes e ao monsenhor Marcelino, mas foram transferidas para a casa do padre George em Outeiro.

Dom Orani Tempesta chegou a relatar que tomou conhecimento dos fatos por meio de padre Ronaldo Menezes e do monsenhor Marcelino. O padre George foi, então, chamado a prestar esclarecimentos e negou os fatos. Não havendo provas, não teve como adotar providências.

O padre Ronaldo relatou que um coroinha adolescente ficou constrangido na presença do padre George, e que já ouviu comentários sobre fatos envolvendo o padre, mas não tem conhecimento de práticas sexuais. Monsenhor Marcelino apenas levou os fatos ao conhecimento de dom Orani. Nas festas, segundo as acusações, o padre se vestia de mulher.

A deputada Regina Barata requereu a acareação entre o padre George e Mateus Santos, acusado de ser o aliciador de adolescentes para o religioso, os dois adolescentes que testemunharam contra o padre e um cabeleireiro, Alberto Cordeiro Pinto.

A parlamentar pediu ainda a quebra do sigilo telefônico de três números de telefone do padre George França. A CPI quer ainda acesso ao inquérito policial aberto contra o padre, que não encontrou elementos suficientes para indiciar o acusado.

As orgias atribuídas ao padre teriam sido denunciadas por Helenita Souza, mãe de um coroinha. O padre, assessorado por advogados, negou aos deputados conhecer a mulher e o filho dela e disse ser inocente. Em seguida, invocou o direito de permanecer em silêncio, ressaltando que o inquérito policial concluiu pela falta de provas contra a pessoa dele.

Ao fim da audiência, após ouvir do deputado Carlos Bordallo, que requereu a instalação da CPI da Pedofilia por denúncias de exploração sexual infantil feitas pelo bispo do Marajó, dom Luís Azcona, hoje com 120 pessoas ouvidas, o padre acabou afirmando que tudo foi arquitetado contra ele, mas está com a consciência tranquila diante de 'bla, bla, blá e disse-me-disse' no plenário da Assembléia.

O padre recebeu manifestações de carinho de católicos. Ele foi aplaudido e recebido de pé pelos inúmeros coroinhas e católicos que lotaram o auditório da Assembléia. Dois ônibus e uma Van levaram os manifestantes até o local. O religioso ingressou ao local sob o som de canções católicas entoadas pelos presentes.

Na próxima semana, dias 10, 11 e 12, a comissão da Assembléia recebe a CPI nacional, do Senado, que irá visitar os municípios de Altamira, Curralhinho e Itaituba. Os trabalhos da CPI paraense encerram no dia 9 de outubro e o relatório deve ser entregue dois meses depois. Antes de encerrar os trabalhos, entretanto, os deputados irão visitar os municípios de Maracanã, Xinguara, Ponta de Pedras e Barcarena.



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