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terça-feira, 1 de setembro de 2009



H1N1 deverá propagar-se durante mais dois ou três anos. Chegada do frio deverá infectar nas próximas semanas 11 por centos dos portugueses

Por: Cláudia Lima da Costa | 01-09-2009 11: 21

O responsável pela unidade de doenças infecciosas da OMS, David Mercer, afirmou esta terça-feira, que o número de casos de pessoas infectadas pelo vírus H1N1 conhecidos é apenas a ponta do icerberg . Já o director-geral de Saúde, Francisco George revelou que nas próximas semanas, com a chegada do tempo frio, 11 por cento dos portugueses deverá ser infectado. Neste momento, Portugal tem 2614 casos, sendo que três pessoas estão internadas nos cuidados intensivos.

«É a ponta do icerberg, porque a maior parte dos países só confirma uma pequena fracção do número total de infecções», adiantou na conferência sobre gripe A «Informar para agir», organizada em parceria pela TSF e Direcção-Geral de Saúde.

O responsável explicou que os números conhecidos não são os totais, uma vez que a maioria dos países apenas contabiliza os casos mais graves e a maioria das pessoas tem sintomas ligeiros, é tratada em casa e não entra nas estatísticas.

David Mercer divulgou ainda, na Gulbenkian, os últimos dados internacionais sobre a disseminação do H1N1. A gripe A já infectou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo e 2200 perderam a vida.

Propagação durante dois ou três anos

As primeiras vacinas chegam este mês, mas antes de Outubro ou Novembro, no entanto, a OMS lida com o facto de a vacina não chegar para todos, o que implica que a doença se propague durante dois ou três anos, antes de desaparecer.
«O vírus vem em ondas, o H1N1 vai continuar a ser o vírus da gripe predominante durante mais dois ou três anos, depois vai dissolver-se no da gripe sazonal», alerta.

Portugal com 2614 casos

Francisco George, director-geral de Saúde, deu conta dos últimos números da gripe A, em Portugal. Até ao momento foram infectadas 2614 pessoas. Na última semana, o número de casos confirmados em laboratório foi de 360. Destes, 10 pessoas estão hospitalizadas e três estão internadas nos cuidados intensivos.

A mulher de 30 anos internada nos cuidados intensivos, no hospital São João, há já várias semanas «apresenta melhorias», adiantou ao tvi24.pt. O director-geral de Saúde salientou que até ao final da 35 semana, ou seja, até dia 30 de Agosto não há nenhum óbito confirmado.

Nas próximas semanas, a taxa de incidência da gripe A na população portuguesa deverá chegar aos 11 por cento, uma vez que com a chegada da gripe sazonal se prevê um aumento de casos. Francisco George adiantou ainda que também nas próximas semanas, o H1N1 deverá afectar mais crianças e jovens.

No pico da Gripe A, Portugal poderá atingir um milhão de casos. «Há um por cento de casos que são graves e um por cento dos casos num milhão de doentes são dez mil casos graves. Portanto, estamos perante um fenómeno que pode ter pouca expressão em termos de taxas percentuais, mas que em números absolutos impõe um stress grande às unidades de saúde», explica Francisco George, o director-geral de Saúde.

Relativamente ao perfil dos doentes com gripe A, o director-geral da Saúde sublinhou que oitenta por cento de todos os casos de gripe são em crianças e jovens com menos de 30 anos mas, admite, nas próximas semanas os jovens dos 10 aos 19 anos e as crianças até aos nove anos podem ser os grupos principais atingidos pela doença.

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