Autoridades confirmaram 20 casos da doença no país.
Casa Branca diz que não há motivos para pânico.
A secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jannet Napolitano, disse hoje que a saúde pública do país vive uma "situação de emergência" devido à propagação do vírus da gripe suína.
Napolitano fez esta declaração num encontro com jornalistas na Casa Branca, onde o diretor interino do Centro de Controle de Doenças (CDC, em inglês), Richard Besser. Vinte casos de gripe suína foram confirmados nos Estados Unidos neste domingo (26), depois que se confirmou a doença em estudantes de Nova York . Além disso, quatro casos foram confirmados no Canadá.
Richard Besser, diretor dos centros de controle de doenças e prevenção dos EUA, afirmou a jornalistas na Casa Branca que todos os casos no país são brandos. Autoridades norte-americanas disseram que o presidente dos EUA, Barack Obama, está sendo informado constantemente sobre a potencial expansão do surto, que já matou até 81 pessoas no México (20 mortes foram confirmadas).
"Neste momento, a prioridade é garantir que a comunicação seja intensa e que os esforços de vigilância médica estejam totalmente ativados", disse John Brennan, assistente do presidente na área de segurança doméstica.
Segundo Brennan, haverá rápida identificação e notificação de novos casos que possam ocorrer nos EUA e no México.
O governo dos Estados Unidos está acompanhando a evolução da gripe suína de perto e acredita, entretanto, que não há motivos para que norte-americanos entrem em pânico, disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
O vírus da gripe suína tem potencial para se espalhar pelo mundo, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) neste domingo (26).
O secretário-geral adjunto da OMS, Keiji Fukuda, disse que a organização está estudando se deve elevar o nível de alerta mundial do grau 3 para o grau 4, o que deverá ser decidido na terça-feira, a partir das informações coletadas.
"Se decidirmos passar para o nível 4 (da escala que vai até 6), será uma mudança muito significativa, pois mostrará que um vírus potencialmente pandêmico como é este terá provado que é capaz de ser transmitido de pessoa para pessoa" fora de pequenos grupos, como os dos familiares que cuidaram de seus doentes, acrescentou.
Nesse caso, disse Fukuda numa entrevista coletiva , os países terão que começar a tomar medidas muito drásticas.
O especialista não descarta a hipótese de o vírus da gripe suína evoluir e se tornar ainda mais perigoso.
"Quando temos um novo vírus como este, contra o qual a maioria das pessoas no mundo não está imunizada ou está muito pouco imunizada, ele pode ser transmitido facilmente", acrescentou.
Fukuda destacou que, neste momento, a OMS "não tem evidências" de que o vírus surgiu de um ataque bioterrorista destinado a matar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Porém, disse a organização "continua estudando" todas as possibilidades.
A declaração do especialista foi uma resposta a uma pergunta relacionada à recente viagem que Obama fez ao México. Na visita, o presidente americano se reuniu com um arqueólogo renomado que dois dias depois morreu com sintomas similares aos da gripe.
As medidas de precaução para identificar o mais rapidamente possível os possíveis portadores do novo vírus da gripe suína se multiplicam no mundo inteiro. Diversos países da América Latina, como o Brasil, mais próximos do epicentro onde a doença foi detectada, vêm anunciando desde sexta-feira medidas de precaução.
As autoridades de Saúde de Brasil, Peru, Chile e Costa Rica ativaram planos de vigilância sanitária. No Peru, a vigilância dos turistas provenientes do México e dos EUA foi intensificada, enquanto no Chile o pessoal da área de saúde e a opinião pública foram alertados.
No Equador, medidas de prevenção e controle foram adotadas nos portos e aeroportos. Na Colômbia, cinco passageiros provenientes do México foram colocados sob observação e as autoridades sanitárias foram convocadas sábado para adotar um plano de prevenção.
No norte do continente americano, a ministra canadense da Saúde, Leona Aglukkaq, pediu mais vigilância aos canadenses.
Na Europa, três espanhóis que voltavam do México foram colocados sob vigilância por suspeita de estarem com gripe suína. As autoridades recomendam aos espanhóis prudência antes de ir ao México e sugerem aos que pretendem ir ao México se informar do avanço da epidemia.
Na Rússia, o primeiro-ministro, Vladimir Putin, assinou domingo uma ordem, criando uma comissão de prevenção contra a propagação da gripe suína no território. Além disso, suspendeu a importação de carne e derivados do México e países vizinhos.
Na França, onde há duas suspeitas da doença, o ministério da Saúde acionou uma célula de crise, que deve principalmente orientar os franceses que vivem no México. O centro de crise do ministério dos Assuntos Estrangeiros adotou um método para informar o público.
Na Alemanha, os serviços do ministério alemão da Saúde estão prontos para enfrentar possíveis casos da gripe suína e vão informar a população da dimensão do risco.
O continente asiático, ainda traumatizado com a Sars de 2003, ativou um alerta este fim de semana e pediu cuidado aos turistas. Na China, as autoridades indicaram que estão estudando medidas de inspeção e de quarentena para se precaver diante do risco de pandemia. No Japão, as autoridades reforçaram os controles nos aeroportos com os passageiros procedentes do México. Elas distribuíram máscaras e medem a temperatura dos passageiros para identificar eventuais casos de febre.
Na Nova Zelândia, um grupo de 22 estudantes e 3 professores estão em quarentena depois de terem passado três semanas no México. As autoridades locais pedem às pessoas que apresentarem sintomas de gripe que consultem um médico. Sphere: Related Content
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