No domingo, tubulação de gás explodiu no quilômetro 41 da BR-470.
Rodovia permanece interditada no trecho.
Tubulação de gás explodiu no quilômetro 41 da BR-470, no domingo (Foto: Luciana Rossetto/G1)
O cheiro de gás na altura do quilômetro 41 da BR-470, entre Gaspar e Blumenau, em Santa Catarina, é forte. E é isso o que mais assusta Cleonice Miranda, de 25 anos, que passou a vida na casa ao lado do local onde explodiu uma tubulação de gás na madrugada de domingo (23). A explosão ocorreu em dois pontos da rodovia, distantes 200 metros entre si, e destruiu uma casa e fez com que a estrada desmoronasse.
Foto: Luciana Rossetto/G1
Cleonice Miranda, de 25 anos, mora ao lado do local da explosão (Foto: Luciana Rossetto/G1)
"Eu tenho medo até de cozinhar. Não sei se ainda pode explodir. É tanta tragédia que não sei mais onde é seguro porque ou temos enchentes, ou desmoronamentos ou explosões", diz a jovem, que vive com mais 11 pessoas da familia.
Cleonice conta que não foi procurada pela Defesa Civil, mas acha que pode continuar ali. "Afinal, se não fosse seguro, não haveria homens trabalhando aqui. Meu receio é depois, quando eles forem embora, porque então, quem garante que não vai explodir tudo de novo?", diz.
A jovem afirma que, por vontade própria, a família não pensa em sair no local, já que eles não têm para onde ir. A casa onde moram foi herança dos avós e a propriedade também tem animais. Eles só vão deixar o local se este for declarado área de risco.
Ainda segundo Cleonice, na casa ninguém consegue mais relaxar. "Qualquer barulho mais forte logo achamos que é uma explosão", diz.
Desespero
De acordo com a jovem, ela dormia quando acordou com o barulho da explosão, por volta das 3h da manhã de domingo. "Saimos correndo pela estrada com medo de voltar, sem entender o que aconteceu. Depois que os bombeiros controlaram o fogo, estávamos voltando quando, de repente, apareceram novas labaredas. Só quando amaneheceu eles controlaram as chamas", diz.
O despero também bateu em Zenilda Regina da Silva, de 42 anos, dona de uma lanchonete vizinha da obra. Ela também vive no local. "Quando instalaram o gasoduto, falaram que não tinha risco e que nunca iria explodir, então quando explodiu não sabíamos o que fazer, porque nunca foi falado. Entramos em desespero", afirma.
Zenilda conta que na hora da explosão pensou que fosse ter o restaurante e a casa destruídos. "Meu marido ficou para tentar salvar alguma coisa do fogo. Fui com meu pai e minha filha direto para o hispital porque ele começou a passar mal. Por sorte, não perdemos nada", conta Zenilda.
Com o bloqueio da BR-470, o movimento do restaurante praticamente acabou. "Naõ sei como vou pagar os funcionários, eu espero que eles entendam". Homens do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit) estão construindo um desvio na estrada para permitir o acesoo entre Gaspar e Blumenau. Não há previsão de quando esse desvio ficará pronto.
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