da Folha de S.Paulo, no Rio
O Farmanguinhos, Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz, entrou com um pedido de registro do primeiro anti-retroviral infantil brasileiro --e o primeiro no mundo em comprimido. O medicamento deve beneficiar cerca de 7.000 crianças de até 13 anos portadoras do vírus HIV no país e será exportado para a África.
Para Eduardo Costa, diretor do Farmanguinhos, o produto vem suprir uma carência mundial de formulações pediátricas para Aids. "Há dois anos, a OMS [Organização Mundial da Saúde] alertou para a necessidade de se desenvolver fórmulas infantis, e até agora não foi registrado nenhum medicamento em forma de comprimidos", disse.
Segundo ele, os produtos existentes são em forma de xarope ou pó para suspensão, o que dificulta o transporte e leva a problemas de estabilidade. No Brasil, o tratamento é feito com comprimidos para adultos, que são partidos de acordo com as necessidades dos pacientes. O método, porém, expõe as crianças a erros de dosagem, o que influencia a absorção pelo organismo.
O desenvolvimento da combinação pediátrica, composta por Lamivudina (30mg) e Zidovudina (60mg), começou em outubro de 2007. Segundo a Farmanguinhos, o medicamento foi aprovado nos testes e se mostrou compatível com a formulação original.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o tempo médio para a concessão de registro para novas drogas é de três meses, podendo ser maior em caso de necessidade de mais informações sobre o produto. Se o registro ocorrer no tempo previsto, a produção deve começar no primeiro trimestre de 2009.
O instituto já produz nove anti-retrovirais, todos para adultos. Há investimentos, porém, em outras duas formulações para crianças.
Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário