Medidas desastrosas da presidente Cristina Kirchner aguçam crise econômica na Argentina Cristina Kirchner não surpreende ninguém: está fazendo um péssimo governo na Argentina. Desde que substituiu o marido, Néstor, na Casa Rosada em dezembro de 2007, ela cometeu uma série de erros que só serviram para agravar a credibilidade do país. Em meio à crise financeira internacional, Cristina deu outro passo insensato. Ela decidiu estatizar as administradoras de fundos de aposentadorias e pensões (AFJPs). Essas instituições têm 9,5 milhões de mutuários, movimentam US$ 300 milhões por mês e administram ativos de US$ 30 bilhões. A medida pegou de surpresa o ministro da Economia, Carlos Fernández, que creditou tudo a invenção dos jornais. Fernández estava mal-informado. O projeto de estatização é da lavra de Néstor Kirchner, que continua a mandar por trás dos panos. "A Argentina deve ser o único país no meio dessa crise que não tem um ministro da Economia", lamentou à ISTOÉ o economista Roberto Frenkel, do Centro de Estudios de Estado y Sociedad (Cedes). Autor de uma frase famosa - "É bom ter em mente que um país pode não dar certo" - , Frenkel está convencido de que o principal problema da Argentina é o ilustre casal poder. "O governo da família Kirchner é a fonte de toda a incerteza", acusa. Os fatos confirmam sua conclusão. Após a desastrada decisão de estatizar os fundos de pensão, o mercado financeiro de Buenos Aires entrou em parafuso. A Bolsa despencou 24,29% num único dia e o dólar disparou para 3,40 pesos. Desconfia-se que o governo pretende usar os ativos dos fundos de pensão para honrar compromissos externos em 2009 e 2010 no valor de US$ 40 bilhões. Agora, Cristina ameaça sobretaxar a importação de produtos brasileiros, em desrespeito à tarifa externa comum do Mercosul, e exige que os fundos de pensão repatriem US$ 550 milhões aplicados no Brasil. "Pode haver efeito no mercado brasileiro, mas isso é um problema deles, que não me corresponde avaliar", afirmou o gerentegeral da Superintendência das AFJPs, Sergio Chodos, num arroubo de deselegância. Desatinos é o que não falta à gestão de Cristina. Erros grosseiros como a manipulação dos índices de inflação e o aumento do imposto de exportação sobre produtos agropecuários deixaram marcas irreparáveis. A incerteza não pára de aumentar. Durante a ditadura militar, tornou-se hino da resistência o tango Balada para un loco, de Astor Piazzolla. Se o governo de Cristina Kirchner seguir assim, alguém poderá compor a Balada para una loca.
Octávio Costa
Cristina agora quer aumentar as tarifas sobre as importações do Brasil
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A dama da catástrofe
PASSO INSENSATO
Marcadores:
POLITICA
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