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sábado, 14 de junho de 2008

Acusados no caso da estudante Gabriela Prado são condenados


Crime aconteceu no dia 25 de março de 2003 e culminou num tiroteio.
As penas dos cincos homens variam de 19 a 36 anos de reclusão.
Do G1, no
Divulgação
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Gabriela (foto) foi morta do dia 25 de março de 2003 (Foto: Divulgação)

Os cinco homens que participaram do assalto a uma estação do metrô na Tijuca, Zona Norte do Rio, em 2003, que culminou num tiroteio em que morreu a estudante Gabriela Prado Maia Ribeiro, foram condenados pela juíza Andréa Fortuna Teixeira, da 35ª Vara Criminal do Rio a penas que variam de 19 a 36 anos de reclusão.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, os cinco foram condenados pelo assalto ao metrô. A morte de Gabriela não foi julgada neste processo. A juíza cumpriu acórdão do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual o crime da estudante não poderá ser processado e julgado nesta ação por questões jurídicas.

“A violência urbana chegou a níveis alarmantes, sendo comum o noticiário de pessoas mortas ou feridas pela ação de meliantes que transitam à vontade pelas ruas e atuam a qualquer hora do dia. O cidadão pacato e ordeiro não tem segurança para transitar pelas ruas, quer de dia ou à noite, estando inteiramente à mercê dos meliantes, que, de forma abusiva, afrontam toda a sociedade e desafiam a polícia”, afirmou a juíza.

Ainda segundo o TJ-RJ, na primeira sentença do caso, os acusados chegaram a ser condenados pela morte da jovem. As defesas recorreram e a sentença foi anulada por decisão da 5ª Câmara Criminal, que não caracterizou provas o suficiente que comprovassem que o tiro que matou a estudante partiu dos réus.

Para a mãe da estudante, Cleide Prado Maia, foi feita a justiça. Segundo ela, até hoje não se sabe de onde partiu o tiro que matou a filha, mas o fato dos envolvidos terem sido condenados pelo assalto já é um conforto. Ela acrescentou que a campanha “Gabriela Sou da Paz”, criada dias após o crime, já está dando resultados e que a luta pela condenação dos responsáveis pela morte da filha continua.

Veja as penas

- Luiz Augusto Castro de Souza, o “Lídio”, foi condenado a 24 anos de reclusão e 180 dias-multa (além da reclusão, ele pagará uma multa, como salários mínimos, por exemplo) por roubo com lesão corporal grave, três vezes (ou seja, ele teria cometido três delitos diferentes no dia);

- Luiz Carlos Ferreira da Silva, o “Quengão" ou "Globão”, a 36 anos de reclusão e 263 dias-multa, por roubo com lesão corporal grave e concurso de pessoas (ele colocou em risco as pessoas que estavam no local no dia do assalto), três vezes, e por roubo;

- Carlos Eduardo Soares Ramalho, o “Nego”, a 19 anos de reclusão e 150 dias-multa por roubo com lesão corporal grave, duas vezes;

- Rafael Gomes, o “Gago”, a 18 anos de reclusão e 140 dias-multa por roubo com lesão corporal grave, três vezes;

- e Paulo de Souza Magalhães da Silva, o “Paulinho”, a 34 anos de reclusão e 246 dias-multa, por roubo com lesão corporal grave.


O regime inicial para cumprimento de todas as penas será o fechado. Os réus não poderão apelar em liberdade, com exceção de Luiz Carlos Ferreira da Silva. Segundo a juíza, após obter a liberdade, ele não deixou de comparecer a nenhum ato do processo e manteve atualizado o endereço de sua residência nos autos, demonstrando que não pretende se furtar à aplicação da lei penal.


Crime aconteceu em 2003

No dia 25 de março de 2003, por volta de 15h30, o grupo roubou R$ 619 da bilheteria da estação do metrô na Rua São Francisco Xavier, na Tijuca, além de bilhetes de viagem e vales-transporte. Luiz Carlos e Carlos Eduardo, com armas de fogo, renderam dois bilheteiros e um segurança, fazendo-os entregar todo o dinheiro. Luiz Augusto e Paulo, também com armas de fogo, permaneceram próximos às bilheterias para garantir a execução da ação.


Em seguida, o grupo se deparou com um policial civil do que se encontrava no local para comprar um bilhete. Ao perceber que o policial tinha um volume embaixo da camisa e imaginando ser uma arma, Carlos Eduardo o rendeu, aplicando-lhe uma gravata. Luiz Carlos, então, efetuou vários disparos contra ele, causando-lhe lesões corporais graves. Percebendo que ele estava no chão em razão dos ferimentos, Carlos Eduardo pegou sua arma.


Quando estava em fuga, o grupo rendeu outro policial que descia as escadas. Houve troca de tiros, que feriram o policial e mataram a estudante Gabriela, que também descia as escadas no momento. Logo após, três dos criminosos roubaram um veículo e os demais fugiram pelos trilhos do metrô.

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