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segunda-feira, 11 de julho de 2011

COVARDIA : Hospital Psiquiátrico de Sorocaba (SP) denunciam mortes por frio



Funcionários do Hospital Psiquiátrico de Sorocaba (SP) denunciam mortes por frio


Clínica psiquiátrica que cobra R$ 600 por mês amarrava pacientes

SÃO PAULO - Uma das clínicas de Franco da Rocha que confina doentes mentais é a Associação Maria Nazaré. Segundo o Ministério Público, em uma ação de fiscalização foram flagrados doentes com mãos e pés amarrados. Vinte pessoas estavam no local.

A Associação Maria de Nazaré atua no município há 15 anos. Inicialmente, como casa de repouso para idosos. Há sete anos, abriga também doentes mentais. Ela é uma das sete instituições que busca regularização e continua operando na cidade. O estabelecimento já foi multado pela Vigilância Sanitária. O GLOBO esteve no local, mas não teve permissão para visitar os pacientes.

O proprietário Amauri Quirino de Lima concedeu entrevista por telefone, um dia depois da visita.

Segundo ele, os pacientes são levados por parentes ou Prefeituras e a mensalidade cobrada de cada um gira em torno de R$ 600. Ele reclama da inadimplência de parentes que deixam seus doentes e desaparecem sem pagar. Segundo Lima, as despesas mensais são de R$ 20 mil. Ou seja, com 10 pacientes, o lucro seria de R$ 40 mil por mês.

- Minha mulher, que é auxiliar de enfermagem, trabalhou em hospital psiquiátrico durante muitos anos. Ela saiu por problemas de saúde e resolveu abrir a sua própria instituição. Eu deixei a Febem (hoje Fundação Casa) para ajudá-la - conta Lima, acrescentando que pretende se adequar à legislação para continuar operando.

Lima explica ainda o motivo de amarrar alguns doentes, o que foi flagrado numa vistoria.

- A maioria dos funcionários é mulher. Então, na hora do almoço, precisávamos amarrar três doentes porque eles avançavam sobre a comida. Depois, que todos almoçavam, eles eram desamarrados - diz.

Depois da denúncia da promotoria, os três pacientes foram devolvidos às famílias ou levados a um hospital em Ribeirão Preto, no norte do estado.

Lima diz que a entidade tem alojamento masculino e feminino e leva todos os pacientes para acompanhamento médico no Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (Caism) da cidade, a cada 60 ou 90 dias.

- Tínhamos 46 pacientes. E depois que eles estiveram aqui, devolvi 26 e hoje estou com 20. Não posso mais receber paciente enquanto não conseguir o alvará - declara Amauri.

Em uma outra entidade, denominada Irmã Eva, a fiscalização flagrou baldes usados como vaso sanitário. A instituição enfrenta processo na Justiça desde 2008, mas ainda abriga 30 pacientes sem destino. O MP pediu a interdição.




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