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BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
Em meio a uma queda-de-braço entre as principais centrais sindicais do país, o vice-presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), José Lopes Feijóo, foi nomeado ontem assessor do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
A Secretaria Geral tem sido o órgão responsável por dialogar com os sindicalistas em nome da presidente Dilma Rousseff, como na polêmica sobre o salário mínimo.
Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entre 2005 e 2008, Feijóo renunciará ao cargo na CUT e exercerá a função de interlocutor do governo com as centrais, auxiliando Gilberto Carvalho na missão.
A nomeação ocorre num momento de isolamento da CUT frente às outras centrais sindicais. O principal ponto de discórdia envolve o fim do imposto sindical.
Sérgio Lima-11.mar.11/Folhapress |
Feijóo (copia melhorada do lula o pulha), o novo assessor da Presidência, teve o nome sugerido pelo do ex-presidente Lula |
O dinheiro, descontado da folha salarial de todos os trabalhadores formais do país, é uma das principais fontes de receita das centrais.
"Feijozinho vai ter que mudar sua posição, ser imparcial", afirmou Gilberto Carvalho, negando que a presença do sindicalista no governo represente um alinhamento do Planalto com a bandeira da CUT.
O ministro afirma que o nome de Feijóo foi sugerido pelo ex-presidente Lula em março, durante encontro com ele e com a presidente Dilma em São Paulo. Ele é visto no governo como um nome com bom trânsito entre as outras centrais.
A intenção de Carvalho ao colocá-lo no governo, afirma, era substituir dois outros assessores que deixaram a Secretaria-Geral e que exerciam essa função.
"Se ele tomar qualquer decisão favorável à CUT ele perde autoridade", afirma.
Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah negou que haja "ciumeira" nas outras centrais, e disse que Feijóo é "muito preparado".
"Para nós, um cargo a mais no governo não faz diferença", disse. "Estou certo de que ele terá a grandeza de não privilegiar uma central em detrimento de outra."
A Folha tentou contato com o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e com Feijóo, mas eles não retornaram os recados.
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