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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ANA PAULA ARÓSIO : A bela sem medo de ficar feia

Ana Paula Arósio conta como foi se desglasmourizar para viver a lésbica de Como Esquecer
15 de outubro de 2010 | 0h 00












Luiz Carlos Merten - O Estado de S.Paulo

Quando foi entrevistada pelo repórter do Estado sobre Como Esquecer, no Festival do Rio, Ana Paula Arósio se preparava para iniciar, na semana passada, as gravações da nova novela de Gilberto Braga, Insensato Coração, em Florianópolis. Estava animada. "O Gilberto escreve superbem", comentou. Problemas de ordem pessoal, segundo sua assessoria, a impediram de viajar. "A Globo foi avisada e a Ana está tranquila", acrescenta a assessoria. A Globo busca agora uma substituta para ela em Insensato Coração. Vai conseguir, claro, mas será difícil alguém tão bela e talentosa.

Para o público da estrela, será uma surpresa. Ana Paula Arósio se masturba no banho, vai para a cama com outra mulher. Quer dizer, não Ana Paula - sua personagem, Júlia, em Como Esquecer. O longa de Malu de Martino estreia hoje depois de passar na Première Brasil, no Festival do Rio. Como Esquecer não recebeu nenhum prêmio do júri, mas é de se esperar que, pelo menos, o nome Ana Paula tenha estado em consideração para o Redentor de melhor atriz. Não se trata de desqualificar a vencedora, Karine Teles, de Riscado, mas de reconhecer o excelente trabalho de Ana Paula.

No encontro com ela, o repórter lembrou Walter Hugo Khouri, o mais paulista dos autores, que foi quem lançou Ana Paula Arósio, ainda garota. Khouri dizia que ela tinha temperamento e ainda seria uma grande atriz. Ana Paula emociona-se, mas com a discrição que lhe é habitual. Na tela, não é só a ousadia de cenas como a do sexo solitário que pode surpreender. Convenhamos que deixar Ana Paula Arósio feia é coisa difícil, senão impossível, mas a diretora Malu de Martino chegou perto. "Eu, não, foi a personagem", defende-se a cineasta.

Ana Paula, a bela - feia? Na trama adaptada do livro Como Esquecer - Anotações Quase Inglesas, de Myriam Campello, Júlia é uma professora de literatura que amarga a rejeição da namorada - no feminino. O filme trata de amores gays, mas não tem vocação para ficar no gueto. Malu de Martino trata da dor da perda de uma relação que foi visceral, mas terminou. Seu filme tem algum parentesco com Felizes Juntos, de Wong Kar-wai. O filme chinês tratava da relação terminal de um par homossexual. A dor e o vazio não eram muito diferentes de quando Kar-wai mostrou - depois - um casal heterossexual (em Amor à Flor da Pele).

Como Esquecer não acompanha o processo terminal. Como o próprio título indica, o filme começa depois que tudo acabou e Júlia encara o desafio de seguir em frente. "Não é fácil para ninguém levar um pé na bunda e isso não tem nada a ver com sexo nem com tipo de relação. A Júlia sofre muito, não é como o Hugo (NR - seu amigo gay, interpretado por Murilo Rosa). Ele tem outro temperamento, uma felicidade própria, que independe do sexo. O bacana do filme é que ele não trata só das opções sexuais que cada um pode ter. Mostra que existe uma outra opção, que é a da Júlia, de ficar ou não sozinha." Foi difícil criar a personagem? "Havia o livro, muito mais detalhado, e a direção de Malu foi muito segura. Ela sabia exatamente o que queria fazer. Muita gente se irrita com a Júlia. Eu compreendo. A Malu queria tudo, menos que ela fosse coitadinha, sofrendo por amor. Minha interpretação foi por aí."

COMO ESQUECER
Direção: Malu de Martino.
Gênero: Drama (Brasil/2010, 98 minutos). Censura: 16 anos.

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