25 de julho de 2010 •
Bruno é suspeito pelo desaparecimento de Eliza Samudio
Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem (MG), classificou como "palco de horrores" o caso do desaparecimento da estudante Eliza Silva Samudio, mãe do suposto filho do goleiro Bruno Fernandes de Souza, afastado do Flamengo. Em seu despacho feito no dia 7 de julho, em que decretou as prisões temporárias de Bruno e mais sete pessoas, além da apreensão do menor J., a magistrada abordou o medo de testemunhas que chegaram a depor sobre o caso, mudaram de versão várias vezes e, em alguns casos, decidiram não falar mais.
"Nos bastidores, as testemunhas, temerosas pelo que lhes possam acontecer, calam-se, omitem-se e os envolvidos fazem o possível para apagar todas as pistas que lhes possam incriminar", diz a juíza. A grande polêmica do caso - o fato de o corpo da jovem Eliza não ter sido encontrado até agora - também é mencionada de maneira contundente. "Certamente acreditam que praticaram o crime perfeito. Ledo engano", afirma.
O despacho tomou como base o inquérito da Delegacia de Homicídios de Contagem, que reuniu em 30 dias 1,5 mil páginas de informações sobre o caso. Apontado como mandante do seqüestro e da execução de Eliza, Bruno está envolvido, direta ou indiretamente, em uma série de provas reunidas pela polícia.
No inquérito, a que O Dia teve acesso, há provas técnicas (obtidas através de rastreamento de carros e telefonemas), testemunhais (há seis depoimentos que indicam que Bruno e Eliza estiveram juntos no sítio nos dias que antecederam o crime) e materiais (o sangue da jovem encontrado nos vidros e no banco do utilitário esportivo Range Rover do goleiro).
Esta semana, quando o inquérito deverá ser concluído, a polícia pedirá as prisões preventivas dos envolvidos, incluindo a amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, pela participação no sequestro.
A investigação revela tudo desde o momento em que Bruno e seu braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, colocam em prática, segundo a polícia, o plano de atrair Eliza para a morte, ainda em abril. Com dinheiro e promessas de reconhecimento de paternidade, eles conseguem. E, de acordo com a polícia, sequestram, massacram a jovem, física e psicologicamente, mantendo-a várias vezes longe do filho como forma de garantir seu silêncio.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em depoimento, admitiu participação no crime. Segundo o delegado-geral do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, o menor apreendido relatou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, estrangulou Eliza até a morte e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Os três negam participação no desaparecimento. A versão do goleiro e da mulher é de que Eliza abandonou o filho. No dia 8, a avó materna obteve a guarda judicial da criança.
Após um mês, inquérito de caso Eliza tem 1,3 mil páginas
Delegado Edson Moreira deve pedir prorrogação de fim do inquérito.
Veja o que de mais importante está relatado na investigação da polícia.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O inquérito sobre o desaparecimento e possível homicídio de Eliza Samudio já chega a 1,3 mil páginas, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais. O prazo inicial para a conclusão do inquérito, aberto em 26 de junho, é de 30 dias, mas o delegado Edson Moreira, atual presidente da investigação, diz que pretende pedir a extensão do prazo para a entrega do parecer final. Moreira alega que ainda espera laudos periciais para encerrar a investigação. O G1 destacou alguns dos pontos mais importantes relatados no documento.
Durante o primeiro mês de investigações, foram ouvidas mais de 50 pessoas. Para a polícia, os principais depoimentos foram os de um menor detido na casa do goleiro Bruno de Souza, no Rio de Janeiro, e de um primo do jogador, Sérgio Rosa Sales. Na primeira vez em que foram ouvidos, os dois confirmaram que Eliza está morta. Nos relatos seguintes, eles entraram em contradição quanto aos detalhes do sequestro e do suposto assassinato. No total, oito pessoas estão presas suspeitas de envolvimento no caso. Todas negam participação no crime. O menor permanece provisoriamente em um centro de internação em Belo Horizonte.
A principal prova é o sangue encontrado em uma caminhonete de Bruno, apreendida no início de junho, antes das investigações sobre a morte de Eliza, por estar com a documentação irregular. O carro passou por perícia e exames indicaram a presença de sangue da jovem e de um homem. Os suspeitos presos não forneceram material genético para exame de DNA.
Denúncia anônima
Eliza Samudio, 25 anos, está desaparecida desde o início de junho e é considerada morta pela polícia. Ela teve um relacionamento com goleiro Bruno, no ano passado, e brigava, na Justiça, pelo reconhecimento da paternidade do filho, de 5 meses, que seria do jogador. À época, o goleiro estava separado de sua mulher, Dayanne Souza. Eliza e Bruno teriam se conhecido no Rio de Janeiro.
No dia 24 de junho, a polícia mineira recebeu uma denúncia anônima de que uma mulher teria sido agredida e morta no sítio do goleiro Bruno de Souza, em Esmeraldas (MG). Amigas disseram que Eliza iria se encontrar com Bruno no início do mês e desde então ela sumiu.
Eliza denuncia Bruno por agressão
Eliza já havia procurado a polícia, em outubro de 2009, para denunciar que teria sido agredida e ameaçada por Bruno. Ela afirmou que foi obrigada a tomar substâncias abortivas, após contar para o jogador sobre a gravidez.
Na ocasião, depois de registrar ocorrência na polícia do Rio de Janeiro, Eliza colheu urina para exame. O primeiro laudo, divulgado após o desaparecimento da jovem, indicou ingestão de substâncias abortivas, mas não foi conclusivo. A segunda verificação apontou o mesmo resultado.
A assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que ainda não tem uma resposta a respeito da demora na realização do exame de urina de Eliza Samudio, para verificar se ela teria tomado substância abortiva. O chefe da polícia, Allan Turnowski, determinou, no início de julho, abertura de inquérito para averiguar a demora na realização dos testes.
O que aconteceu, segundo a polícia
A polícia acredita que Eliza foi sequestrada na primeira semana de junho, no Rio de Janeiro, e levada para Minas Gerais, com o filho, de 5 meses. Ainda não se sabe quem cuidou da criança nesse período.
Em 6 de julho, um menor foi apreendido na casa de Bruno e disse à polícia do Rio que ele e Luiz Henrique Romão - o Macarrão levaram Eliza do Rio para Minas. O adolescente foi o primeiro a confirmar à polícia a morte de Eliza.
Elenilson Vitor da Silva, um dos suspeitos presos, disse que o bebê chegou ao sítio com Macarrão. Flávio Caetano, outro suspeito preso, disse que foi chamado por Dayanne de Souza, mulher de Bruno, para buscar uma criança na BR-040. Ele e outro amigo, Wemerson Marques, teriam levado o filho de Eliza para outra mulher.
Em depoimento à polícia, Dayanne disse que Bruno afirmou que Eliza abandonou o filho com ele. O atleta teria pedido ajuda para tomar conta da criança. Dayanne foi detida em 25 de junho. Depois de ser ouvida, ela foi liberada, mas autuada por subtração de incapaz. Na mesma data, o filho de Eliza foi encontrado na casa de desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG). O pai de Eliza, que mora em Foz do Iguaçu (PR), viajou até Minas para buscar a criança.
Semanas depois, a Justiça decidiu que a mãe da jovem, Sônia Fátima Moura, deve ficar com a criança. O bebê foi entregue à avó no dia 9 de julho. Hoje, a avó e a criança vivem em Mato Grosso do Sul.
Bruno foi afastado do Flamengo logo no começo das investigações, em 28 de junho, e treinava separado da equipe. Em entrevista em 1º de julho, ele disse que recebeu o filho de Eliza de Macarrão. E que não via Eliza há cerca de três meses.
Gerais (Foto: Reprodução/Globo News)
Prisões temporárias
Em 6 de julho, o adolescente que foi encontrado na casa de Bruno prestou depoimento à polícia do Rio. Ele revelou que teria participado do sequestro de Eliza e apontou outros envolvidos. Neste depoimento, o adolescente afirma que um homem identificado como Neném teria executado e ocultado o corpo de Eliza. Ele disse que a jovem foi asfixiada e uma de suas mãos foi jogada a cães.
No dia seguinte ao depoimento do menor, a polícia mineira decretou a prisão de sete suspeitos e a internação do menor. Dayanne e Sérgio Sales, primo de Bruno, foram presos em seguida. Também foram decretadas as prisões de Bruno, Macarrão, Flávio Caetano, Wemerson Marques e Elenilson Vitor da Silva.
Bruno e Macarrão se entregaram à Polinter, no Rio de Janeiro, no dia 7 de julho. No dia 8 de julho, os dois são transferidos do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. Depois de passarem por um exame de corpo de delito, são transferidos para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG).
Ainda em 7 de julho, a polícia foi até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos. O menor teria orientado a polícia para chegar ao local. Segundo o delegado Edson Moreira, Santos é conhecido pelos apelidos de Bola, Paulista e Neném e é suspeito de ter executado Eliza. Nas primeiras buscas feitas na casa dele, nada foi encontrado. Ele foi preso no dia 8 de julho e também transferido para a Penitenciária Nelson Hungria.
No dia 9 de julho, Wemerson Marques, Flávio Caetano e Elenilson Vitor da Silva foram presos juntos, em Igarapé (MG).
Buscas pelo corpo de Eliza e exames periciais
Além da casa de Bola, a polícia também fez buscas no sítio de Bruno, em Esmeraldas. Eles entraram no local pela primeira vez em 28 de junho. Os técnicos e delegados revistaram a casa, cisternas no terreno e poços. A polícia usou também um reagente químico para verificar a presença de sangue na casa. Foram recolhidas fraldas e roupas femininas.
A polícia chegou a fazer buscas perto de duas lagoas, em Ribeirão das Neves (MG), mas nada foi encontrado.
No dia 14 de julho, a polícia chegou a um sítio, também em Esmeraldas, onde o ex-policial Bola adestraria cães. Há informações de que na mesma propriedade eram realizados treinamentos de policiais de elite.
Em outra vistoria no sítio de Bruno, Sérgio Rosa Sales acompanhou a polícia e apontou lugares onde teria visto Eliza. Uma mancha de sangue em um colchão e fio de cabelos foram encontrados nos cômodos onde Eliza teria ficado. Segundo a polícia, a mancha de sangue é de mulher, mas não é compatível com o sangue de Eliza.
Contradições
Depois de ter dado detalhes sobre a morte de Eliza, ainda no Rio, o menor detido na casa de Bruno mudou sua versão sobre o crime. A principal divergência é a permanência de Bruno no sítio em Esmeraldas. Na primeira vez que falou à polícia, o adolescente havia dito que Bruno ficou poucas horas no sítio. Em outro depoimento, ele chegou a dizer que o goleiro participou de festas na propriedade. O menor também foi ouvido quando chegou a Belo Horizonte, em 13 de junho.
Segundo a delegada Ana Maria Santos, o menor confirmou que quem matou Eliza foi Marcos Aparecido dos Santos - o Bola.
Para advogado Eliezer Jonatas, que representa o adolescente, o primeiro depoimento do menor não foi válido. “O primeiro depoimento, se é que podemos tratar dessa maneira, foi coletado sem a presença de um tutor, curador ou responsável legal do menino. Pressionado, ele acabou inventando algumas coisas, tendo delírio em razão da pressão sofrida à ocasião”, disse Lima.
O primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, chegou a falar à polícia que Bruno acompanhou o grupo que levou Eliza ao local em que teria sido morta. De acordo com ele, o menor e Macarrão levaram Eliza para ser morta e, depois de retornarem ao sítio de Bruno, a mala da jovem foi incendiada.
Sales disse ainda que, antes de Eliza ser morta, foi impedido por Macarrão de entrar na casa do sítio de Bruno e viu que a jovem era mantida refém e que tinha ferimentos na cabeça.
Em novo depoimento, Sérgio disse que estava com Bruno no sítio, no momento do crime. Ele disse ainda que foi ameaçado por Macarrão: "Se você abrir o bico, você sabe o que vai acontecer. Você viu lá o que aconteceu com Eliza, né?”. O advogado do primo de Bruno, Marco Antônio Siqueira, disse que no primeiro depoimento seu cliente ficou nervoso e se confundiu com alguns detalhes.
depoimento espontaneamente em Minas
(Foto: Alex de Jesus/ O Tempo/ AE)
Mulheres
Durante as investigações, pelo menos três mulheres que tiveram envolvimento com Bruno falaram com a polícia.
Dayanne Souza, que casou com o jogador, está presa no Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte.
Fernanda Gomes de Castro, suposta amante do goleiro, é citada em pelo menos cinco depoimentos. Ela disse à polícia que viajou com Bruno do Rio de Janeiro para Minas Gerais, no começo de junho, mesma época em que Eliza teria desaparecido. Fernanda confirmou que cuidou de um bebê, a pedido de Macarrão, mas negou que tenha tido contato com Eliza.
Ingrid Oliveira, dentista no Rio de Janeiro, que teria sido noiva de Bruno, também foi chamada para prestar esclarecimentos no Rio de Janeiro, mas pediu adiamento do testemunho.
Provas
Apesar de não terem sido encontrados vestígios do corpo de Eliza, o delegado Edson Moreira afirmou, na sexta-feira (23), em entrevista coletiva no Departamento de Investigações em Belo Horizonte, que indiciará Bruno com mandante do assassinato de Eliza. Ele diz que a polícia já tem provas “fartas”.
“As autorias, a motivação, a incidência e as circunstâncias do crime estão no inquérito policial e serão encaminhadas à Justiça", disse Moreira. "Quem falar que Eliza está viva está com alucinação, porque Eliza está morta. A materialidade é indireta. Quem escondeu o corpo escondeu bem escondido. O corpo infelizmente não foi localizado, mas temos provas de que ela está morta."
Segundo o delegado, a suposta amante de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, também está sendo investigada e poderá ser indiciada pelo desaparecimento e morte de Eliza. "A versão dela só corroborou nossa investigação. Vamos analisar mais profundamente, mas possivelmente ela será indiciada. Ela encontrou a Eliza na casa do Bruno, quando o Macarrão [Luiz Henrique Ferreira Romão] a chamou para cuidar do bebê. Ela colocou uma camiseta na cara para não ser reconhecida pela Eliza", diz.
Moreira afirma que será feita uma acareação com os envolvidos assim que a Justiça autorizar.
Bruno, Luiz Henrique Romão – Macarrão, Marcos Aparecido dos Santos – Bola, Elenilson Vitor da Silva, Wemerson Marques e Flavio Caetano estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Ainda estão detidos por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio o primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales, no Centro de Remanejamento de Presos São Cristóvão; e a mulher de Bruno, Dayanne Souza, no Complexo Penitenciário Estevão Pinto, ambos em Belo Horizonte. O adolescente, que segundo o Ministério Público também está envolvido no caso, está internado no Centro de Internação Provisória no Horto, também na capital.
Cronologia do caso Eliza Samudio
Jovem desapareceu no início de junho e é considerada morta pela polícia.
Goleiro Bruno é suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza.
A jovem Eliza Samudio, 25 anos, está desaparecida desde o início de junho deste ano. Segundo depoimentos ouvidos pela polícia, ela foi sequestrada e está morta.
Nascida em Foz do Iguaçu (PR), Eliza se mudou para São Paulo e posteriormente para o Rio. Em 2009, teve um relacionamento com o goleiro Bruno, então jogador do Flamengo. Ela brigava, na Justiça, pelo reconhecimento da paternidade do filho de 4 meses, que seria do jogador.
Acompanhe os acontecimentos: | ||
---|---|---|
|
| Eliza Samudio, 25 anos, muda-se para o Rio de Janeiro. Nascida em Foz do Iguaçu (PR), ela morava em São Paulo desde os 20 anos. |
|
| O goleiro Bruno, então no Flamego, e Eliza se conhecem durante uma festa no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, ela descobre estar grávida. O filho, segundo a jovem, seria do atleta. |
| | Eliza teria dado a notícia da gravidez a Bruno. Ela entra com processo na Justiça do Rio de Janeiro para pedir alimentos gravídicos (ajuda durante a gravidez). Posteriormente, o processo evolui para reconhecimento de paternidade. |
|
| Eliza registra na polícia do Rio de Janeiro ocorrência contra Bruno por sequestro, agressão e ameaça. De acordo com ela, Bruno teria tentado obrigá-la a abortar. Eliza deixa o Rio de Janeiro e se muda para São Paulo. Ela vai morar na casa da mãe de uma amiga. |
|
| Nasce o filho de Eliza que, segundo ela, seria do jogador. |
| Eliza vai para o Rio de Janeiro. Uma amiga disse que a jovem iria se encontrar com Bruno. | |
|
| Eliza faz último contato com o pai e a madrasta, que moram em Foz do Iguaçu (PR), pela internet. |
|
| Nesse período, Eliza teria sido levada para Minas Gerais. Segundo investigações, Macarrão (amigo de Bruno) e um menor teriam ido buscar a jovem no Rio. Também nesse intervalo, Eliza teria feito o último contato com uma amiga de São Paulo. |
|
| Carro de Bruno é apreendido, em Minas Gerais, por problemas com a documentação. Após perícia, sangue humano é encontrado no veículo. |
|
| De acordo com depoimentos ouvidos pela polícia, Eliza foi levada do sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG), para uma casa em Vespasiano (MG), onde teria sido assassinada. |
| A polícia de Minas Gerais recebe denúncias anônimas de que Eliza teria sido agredida, morta, suas roupas queimadas e o corpo ocultado. | |
|
| Sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas (MG), começa a ser vigiado pela polícia. |
|
| Dayane Rodrigues, mulher de Bruno, é levada à delegacia e, segundo a polícia, autuada por subtração de incapaz. |
|
| O bebê de Eliza, de quatro meses, é encontrado na casa de desconhecidos. |
|
| Pai de Eliza pega a criança em Minas Gerais. |
|
| Polícia faz buscas no sítio do Bruno, em Esmeraldas (MG). Roupas de mulher e de criança são encontradas. |
|
| Segundo o advogado Jader Marques, o pai de Eliza oferece recompensa de R$ 5 mil para quem der informações sobre o paradeiro da jovem. |
|
| Polícia recebe denúncias de que corpo de Eliza estaria na Lagoa Suja, em Ribeirão das Neves (MG). Sem sucesso, são realizadas buscas na água e no entorno. |
| | Um menor que estava na casa de Bruno, no Rio de Janeiro, é levado a uma delegacia e ouvido pela polícia. Em depoimento, ele diz que Eliza foi sequestrada, agredida e morta. Sai contraprova de exame de urina de Eliza, colhida em outubro do ano passado. Foram encontradas duas substâncias que podem estar associadas a efeitos abortivos. Mas, segundo peritos, o laudo não foi conclusivo. |
| | Justiça de Minas expede sete mandados de prisão temporária e um de internação provisória do menor que prestou depoimento. No Rio, são emitidos mais dois mandados de prisão. Bruno e Macarrão são alvos nos dois estados. Eles se entregam, no Rio. Em Minas, exames comprovam que sangue encontrado no carro do Bruno - apreendido em uma blitz - é de Eliza. Orientados pelo menor que prestou depoimento no Rio, policiais e bombeiros chegam a casa em Vespasiano (MG), onde Eliza teria sido morta. Foram realizadas buscas, mas nada foi encontrado. |
| | Polícia afirma, com base em depoimentos, que Bruno estava na casa em que Eliza foi morta no momento da execução. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Paulista ou Bola, teria assassinado Eliza por asfixia mecânica e jogado a mão dela para cães da raça rottweiler. Ele é preso. São realizadas buscas, sem sucesso, em um sítio que seria usado por Santos para adestrar cães. Bruno e Macarrão são transferidos para Minas Gerais. |
|
| O filho de Eliza é entregue para a mãe da jovem, Sônia Fátima Moura, que conseguiu na Justiça a guarda provisória da criança. Mais três suspeitos de envolvimento são presos em Minas Gerais. São eles: Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques e Elenilson Vitor da Silva. Com isso, não há mais foragidos. |
|
| O goleiro Bruno recebe atendimento médico depois de um mal-estar na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG). De acordo com boletim médico, ele foi medicado e iniciou tratamento para gripe. Três suspeitos de participação no desaparecimento de Eliza Samudio são ouvidos pela polícia. Também chamado para prestar depoimento, Bola não responde a perguntas da polícia. Em depoimento à Promotoria da Infância e da Juventude do Rio, o menor que prestou depoimento em 6 de julho dá nova versão para o caso. Entre as novas afirmações. está a de que Bruno esteve no sítio com Eliza. |
| O menor suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza, que foi apreendido no Rio de Janeiro, na casa do goleiro Bruno, é transferido para Minas Gerais. Ministério Público apresenta representação contra o menor e a representação éi aceita pelo Juizado de Infância e Juventude. | |
| | A polícia faz novas buscas na casa de Bola, em Vespasiano (MG). Pontos indicados por cães farejadores são escavados. Além disso, um equipamento semelhante a um raio x mostra pontos ocos em paredes, que são vistoriados. Os policiais chegaram a citar que havia um cheiro forte perto de uma escada, mas, segundo a polícia, nada de significativo foi encontrado. A polícia também volta a fazer buscas no sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG). A delegada Alessandra Wilke afirma que foram encontrados vestígios de sangue humano em um colchão no local. |
|
| A Justiça mineira confirma que recebeu dois pedidos de liberdade para o goleiro Bruno. Um deles foi feito pelo advogado. O outro chegou por e-mail, assinado por um morador do Rio de Janeiro. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é levado novamente ao Departamento de Investigações. A Polícia Civil do Rio de Janeiro intimou as suspostas amante e noiva de Bruno para prestarem depoimento. Elas foram citadas em depoimentos de testemunhas. |
|
| Delegada Ana Maria dos Santos fala sobre o depoimento do menor detido no Rio. Segundo ela, o adolescente disse que mentiu sobre a cor da pele do executor de Eliza, porque estava com medo. |
|
| Divulgado vídeo gravado durante a transferência de Bruno do Rio para Minas Gerais, em 8 de julho. O jogador nega envolvimento no sumiço de Eliza Samudio e diz que ficou chocado com as atitudes de Macarrão. |
| | Macarrão e Bruno são levados para o Departamento de Investigações, em Belo Horizonte. O advogado Ércio Quaresma diz que Macarrão foi agredido por um delegado, durante depoimento. A Polícia Civil anuncia que as delegadas Ana Maria dos Santos e Alessandra Wilke foram afastadas do inquérito. Elas acompanhavam Bruno na viagem entre Rio e Minas Gerais. |
|
| A suposta amante do goleiro, Fernando Gomes Castro, se apresenta à polícia mineira. Ela confirma que viajou do Rio para Minas com Bruno, no início de junho, e que os dois pararam em um motel, mas nega contato com Eliza. As duas delegadas afastadas participam do depoimento. O advogado Ércio Quaresma afirma que retomou a defesa de Dayanne Souza, mulher de Bruno. |
|
| Bruno, Macarrão, Bola e Sérgio Sales vão ao Juizado da Infância e da Juventude de Contagem para participar da audiência de instrução do menor. Apenas Sales conversa com o juiz. Os outros permanecem calados. Na saída, o goleiro sorri para as câmeras. OAB-MG informa que produz relatório pedindo transparência e imparcialidade nas investigações. |
|
| Delegado Edson Moreira diz que Bruno vai ser indiciado como mandante da morte de Eliza. Segundo Moreira, Fernanda, a suposta amante do goleiro, também pode ser indiciada. Laudo aponta que sangue encontrado em colchão no sítio de Bruno é humano e de mulher, mas não pertence a Eliza. Ministério Público pede a internação do menor e indica que ele tem envolvimento nos atos infracionais de sequestro e homicídio com dolo eventual. |
Fonte: advogado Jader Marques, que representa a família de Eliza Samudio, e polícias de Minas Gerais e do Rio de Janeiro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário