Publicada em 06/04/2010 às 21h53m
O Globo, GloboNews TV, TV Globo, com agênciasRIO - A chuva intermitente, que deu uma pequena trégua no início da tarde desta terça-feira e voltou a cair forte em vários pontos do Rio de Janeiro, deixou 96 mortos e 102 feridos em todo o estado ( saiba mais aqui ), sendo 35 mortes na capital ( veja balanço divulgado pelo prefeito Eduardo Paes ) e 49 em Niterói ( leia mais ). O temporal é um dos maiores da história do Rio. Em menos de 24 horas, foram 288 milímetros de precipitação. O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias pelos mortos na catástrofe. Em entrevista à Rádio CBN, ele disse considerar a possibilidade de decretar estado de calamidade e emergência no estado, onde mais de 150 pessoas já foram resgatadas. Em caso de emergência, a população deve ligar para a Defesa Civil no telefone 199, que funciona 24 horas.
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Além das mortes, são muitos os transtornos e os estragos. O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, informou que oito bombeiros ficaram gravemente feridos durante o resgate de vítimas em Niterói, cidade que deve ter estado de calamidade pública decretado na noite desta terça, a pedido do prefeito Jorge Roberto Silveira.
Em Maricá o prefeito Washington Quaquá decretou estado de emergência . O mesmo ocorre em Araruama, onde mais de cem pessoas estão desabrigadas. O prefeito André Mônica disse que foi preciso evacuar o Pronto Socorro Municipal e o PAM. O Hospital Regional, a Delegacia de Polícia e outras repartições públicas estão ilhadas.
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As autoridades estaduais e municipais apelam para que todos que estejam em áreas de risco deixem imediatamente suas casas e liguem para os Bombeiros (193). Paes recomenda ainda que aqueles que estão em locais seguros não saiam de casa, mesmo que a chuva dê alguma trégua.
O sistema Alerta Rio da prefeitura carioca põe a cidade em alerta vermelho , o penúltimo na escala de risco de temporais.
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Na capital diversos bairros sofrem com falta de luz: Tijuca, Botafogo, Laranjeiras, São Conrado, Santa Teresa, Rio Comprido, Jardim Botânico, Gávea, Jacarepaguá, Méier, São Cristovão, Santa Cruz e Campo Grande ( leia mais aqui ).
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O sistema de transportes ficou à beira do colapso . As estações de trem da SuperVia na Central do Brasil, Praça da Bandeira, São Cristóvão, Maracanã e Mangueira chegaram a fechar. A concessionária Metrô-Rio informou que todas as estações ficaram abertas e funcionando normalmente. Os intervalos, no entanto, estavam irregulares.
A ponte Rio-Niterói ficou totalmente interditada no sentido Rio até por volta de 9h10m, quando foi liberada. Uma barreira caiu na Avenida Niemeyer e interditou a via nos dois sentidos. No Leblon, uma árvore caiu dentro do canal da Avenida Visconde de Alburquerque, que transbordou. As pistas ficaram cheias de água, mas os carros conseguiam passar em marcha lenta.
A forte chuva foi causada pela passagem de uma frente fria, de acordo com o Climatempo. O temporal começou no fim da tarde de segunda-feira, prejudicando a volta do trabalho para casa. Muitos passaram a noite em algum meio de transporte. Impossibilitadas de deixar o Centro, muitas pessoas pernoitaram em hotéis da região. Até quarta-feira, o tempo não muda.