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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

“Mais mortes ainda serão confirmadas”

31 de agosto de 2009 | N° 8546Alerta

GRIPE A


Entrevista - Diretor da Vigilância Epidemiológica

O diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luis Antonio Silva, prevê que novas mortes em consequência da gripe A ainda serão confirmadas no Estado. Na sexta-feira, boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde elevou de 12 para 20 o número de óbitos pela doença. Atualmente 98 casos suspeitos de morte pelo vírus H1N1 são investigados e quase 3 mil exames de catarinenses ainda esperam por resultados na Fiocruz, laboratório que avalia as amostras de Santa Catarina. Luis Antonio, porém, diz que a gripe começa a perder força. Mas alerta: é preciso manter a vigilância e os cuidados básicos para impedir a proliferação do vírus, como higienização de mãos, ambientes arejados e evitar aglomerações.

Diário Catarinense – O último boletim com oito mortes é sinal de que a gripe A ficou ainda mais agressiva no Estado?

Luis Antonio Silva – Não. Os óbitos já eram dos procedimentos em investigação. Estamos dentro da expectativa, abaixo do percentual nacional. No momento, a circulação viral está reduzida e os óbitos recentes diminuíram. A perspectiva é de que se confirmem mais mortes por gripe A referentes ainda ao fim de julho e começo de agosto. No período em que o vírus circula no Sul do Brasil, a capacidade agressiva está bem maior. Por isso, nestas duas (próximas) semanas não se pode relaxar. A cada 100 casos, 0,5% evoluem para casos graves muito rapidamente, por isso a atenção. Estamos com menos internações clínicas, que chegaram a 600 diárias nas primeiras quinzenas de agosto, e menos leitos de UTI ocupados com suspeitos, que chegamos a ter 95 e, na última sexta-feira, eram 65. Mas o momento ainda não pode ser de acomodação.

DC – Os boletins sobre a doneça agora passarão a informar várias mortes de uma só vez?

Luis Antonio – Sempre divulgamos os óbitos assim que são confirmados. Desses oito, todos chegaram mesmo dia. Quanto aos boletins, continuaremos repassando nas terças e sextas-feiras.

DC – As 98 mortes investigadas por suposta relação com a gripe A são recentes? Por que o boletim divulgado sexta-feira apresentou mortes mais recentes?

Luis Antonio – A questão é do laboratório (Fiocruz, no Rio de Janeiro, no qual até o momento estão sendo levadas as amostras dos suspeitos em Santa Catarina). Nossa lista de prioridade é para os casos graves e óbitos de mais tempo, mas há uma certa dificuldade lá, na entrada dos exames no laboratório da Fiocruz. Eles estão com 25 mil amostras, 2,9 mil só de Santa Catarina. Quando começarmos a fazer os testes no Laboratório Central (Lacen) do Estado, nós vamos trazer as amostras e fazer o processamento aqui.

DC – É necessário rever decisões, como a de manter aulas?

Luis Antonio – Não. Até porque os alunos das escolas não estão no público-alvo. Não está havendo transmissão nas escolas. Os que ocorrem, são apenas os casos pontuais. Onde há vários alunos gripados, as aulas são suspensas em uma turma para quebrar a cadeia de transmissão. O que temos são adolescentes se expondo em festas, boates, shows e bailes.

DC – Existe estimativa de quantos exames de mortes suspeitas serão positivos?

Luis Antonio – Gostaria de continuar com o percentual que está aí, de 55%. Mas até 60% é o ideal para nós, porque a média no Brasil está chegando a 70%.

DC – Há uma estimativa de número de mortos pela gripe A neste inverno?

Luis Antonio – Não. Não arrisco estimativa. Nosso número ainda é pequeno. Temos somente 38 testes com resultados. Precisamos aguardar, temos mais 98 óbitos em investigação. Na próxima semana, a situação deverá estar mais tranquila, se as pessoas não relaxarem.

DC – Quando os testes começarem a ser feitos no Estado vai aumentar o número de mortos?

Luis Antonio – Os casos que estão em investigação não têm como mudar. Se, em duas semanas, as pessoas mantiverem a atenção e procurarem o serviço imediatamente, em caso de apresentarem sintomas, muitos casos graves e mortes serão evitadas.

DC – Qual deve ser a situação do vírus no verão? E o que esperar do próximo inverno?

Luis Antonio – A situação está acalmada, mas precisamos acompanhar o inverno no hemisfério norte. O verão aqui facilita o controle da doença. Pode ser que a mutação gere um esgotamento do vírus, com circulação de menor agressividade. Mas ainda não é possível dizer como será a segunda onda (forma como a saúde pública identifica a segunda vez que um vírus circula com maior intensidade em determinada região).









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