11/10/2008 - 02h23
Fábio Assunção fala de ibope: "é complicado estar sentado para ver TV às seis da tarde"
Do PopTevê
O ator e protagonista de "Negócio da China" Fábio Assunção aceitou sem pestanejar o convite para estrelar a nova novela das seis. A amizade com o diretor-geral, Mauro Mendonça Filho, e com o diretor de núcleo Roberto Talma - com quem já trabalhou em "De Corpo e Alma", em1992 - foi fundamental. "Estou amarradão! Mesmo sem saber o que era, sem ler sinopse, falei para o Talma: "tô dentro"", relembra. A empolgação, no entanto, não tem tirado a visão prática de Fábio. Com quase 20 anos de carreira, o ator não ignora as dificuldades do horário, que vem patinando no Ibope há um bom tempo. "Eu moro em São Paulo e sei o quanto é complicado estar sentado em frente à tevê às seis da tarde. A gente sabe que não vai ter o mesmo público de novela das oito", reconhece.
Fábio Assunção fala sobre o "mimado" mocinho Heitor |
LULI E LÍVIA ENFRENTAM-SE PELA 1ª VEZ; VEJA A CENA |
Mas ele vê uma luz no fim do túnel da audiência. "A opção de trazer o Miguel Falabella para o horário é muito inteligente. Temos uma história interessante com comédia e ritmo acelerado", enumera.
Com a estréia de "Negócio da China" na última semana, Fábio Assunção retoma um papel bastante familiar a sua carreira: o de mocinho.
Mas não deixa de ser curioso que o devotado Heitor não seja exatamente o tipo exemplar que o ator experimenta desde seus primeiros trabalhos na tevê - que teve como exemplo mais bem-acabado o "paladino" Daniel, da recente "Paraíso Tropical". Mimado, acomodado, ele também é excessivamente apegado à mãe, Luli (Eliana Rocha). "Heitor é um homem sem ambições. Ele tem muito amor pela mulher e pelo filho, mas não se "coçou" para ter um apartamento para a família, por exemplo", explica o ator.
É justamente esse comportamento "relaxado" que leva ao fim o casamento do personagem com Lívia (Grazi Massafera). Apesar do amor que sente, a jovem não consegue suportar a falta de perspectiva ao lado do marido e pede a separação. A tarefa de transformar alguém com tantos defeitos em um protagonista por quem o público torça não é nada fácil, mas Fábio garante que sabe o que fazer. "O que o telespectador quer ver é conflito e verdade. Por isso, quero deixar o Heitor humano, respirando. Essa é minha busca", filosofa.
A relação próxima com a família, aliás, é uma característica que o ator - pai de João, um menino de 5 anos - garante ter em comum com o personagem. "Sempre que não estou gravando, corro para ficar com meu filho em São Paulo. Fico indo e vindo o tempo todo", garante.
Na ficção, porém, a intimidade doméstica ainda é um terreno a ser conquistado. Como as gravações da trama de Miguel Falabella começaram há pouco tempo, Fábio confessa que continua procurando o tom certo para transmitir naturalidade. "A gente está nesse projeto há menos de dois meses. Então, estou buscando com a Grazi essa proximidade de um casal que tem um filho de 11 anos", pondera. Por falar em Grazi, o protagonista é só elogios para a colega de elenco. Entre palavras de aprovação como "positiva", "estrela" e "verdadeira", Fábio argumenta que um julgamento negativo da imprensa não pode ser o foco da vida de quem está na mídia. "Quando eu comecei não existiam tantos veículos, mas fui criticado também. Só que acho que mais importante que o público goste do trabalho. Isso é maior que qualquer opinião de crítico", avalia.
Fábio não teve de enfrentar o olhar atravessado da imprensa só no início da carreira. Afinal, não foram poucos os comentários quando o ator dispensou um papel de destaque em "A Favorita": Dodi, vilão que acabou nas mãos de Murilo Benício. Minimizando a negativa, Fábio garante que não se sentia preparado para a responsabilidade na época do convite. "Quando se é ator, você tem de estar disponível para fazer. Não quero entrar em uma novela sem estar inteiro, sem um nível mínimo de qualidade", defende.
(Por Louise Araújo) Sphere: Related Content
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