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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Cientistas mexicanos usam tequila para produzir diamantes

da Efe, no México

Pesquisadores da Unam (Universidad Nacional Autónoma de México) conseguiram produzir diamantes a partir de acetona, etanol, metanol e tequila, segundo informou nesta quinta-feira o doutor em física Luis Miguel Apátiga, líder do projeto.

Fernando Donasci/Folha Imagem
"Um dia passei em uma loja perto do campus da universidade e comprei uma garrafa de tequila", disse o líder do projeto
"Um dia passei em uma loja perto do campus da universidade e comprei uma garrafa de tequila", disse o líder do projeto

Segundo ele, a "curiosidade científica" o levou a produzir diamantes microscópicos a partir da tequila. A história da descoberta remete a 1995, quando esses cientistas investigavam uma maneira de obter diamantes a partir de gases de hidrocarbonetos comuns como o metano, acetileno e o butano.

No final do século passado, conseguiram passar esses gases por uma fonte de energia, romper as moléculas do gás em fragmentos menores e obter átomos de carbono, que foram depositados em um substrato sobre o qual formaram estruturas de diamantes em escala nanométrica.

A primeira aplicação que encontraram para o experimento foi utilizar os diamantes como detectores de radiação, já que são muito sensíveis à luz ultravioleta.

"Detectamos vários tipos de radiação de partículas alfa, beta e ultravioleta. Também fizemos algumas publicações em revistas como 'Journal of Material Science' e 'Materials Letters'", disse Apátiga.

Tequila

Em 2007, Apátiga se mudou para um campus da Unam na cidade de Querétaro, no centro do México, onde retomou as pesquisas. Em vez de utilizar gases, empregou líquidos como a acetona, etanol e metanol, acrescentando também água e introduzindo em equipamentos desenvolvidos na Lituânia para produção de cerâmica.

O mecanismo aquece o líquido a 280ºC e o evapora, depois o leva a uma câmara com uma temperatura de 800ºC, onde as moléculas do vapor se rompem em fragmentos menores, nos quais há átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio pela água.

Como às vezes utilizava 40% de etanol e 60% de água na mistura, proporção similar a encontrada na tequila, Apátiga tentou usar a bebida alcoólica.

"Um dia passei em uma loja perto do campus da universidade e comprei uma garrafa de tequila, fizemos o experimento e na primeira tentativa correu tudo bem", lembrou.

Agora os cientistas mexicanos estudam a razão pela qual os diamantes obtidos com a tequila têm uma forma menos circular que os demais produzidos com compostos puros.

"Estamos vendo se os compostos da tequila podem ter algum papel na síntese do diamante", disse.



Erramos: Cientistas mexicanos usam tequila para produzir diamantes



da Folha Online

Diferentemente do publicado na reportagem Cientistas mexicanos usam tequila para produzir diamantes, --matéria da agência Efe, reproduzida pela Folha Online (Ciência - 16/10/2008 - 18h10)-- as estruturas de diamantes em escala nanométrica foram obtidas a partir de átomos de carbono, e não carvão. O texto já foi corrigido

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