LUISA BELCHIOR
colaboração para a Folha Online, no Rio
Policiais federais passaram seis horas e meia dentro do escritório da empresa MMX, do empresário Eike Batista, na praia do Flamengo (zona sul do Rio), nesta sexta-feira. Eles cumpriram três mandados de busca e apreensão. Mais cedo, os policiais foram também até a casa do empresário, no Jardim Botânico (zona sul do Rio).
Saiba mais sobre o empresário Eike Batista
As buscas fazem parte da Operação Toque de Midas, deflagrada na manhã desta sexta-feira para averiguar possíveis irregularidades em licitação envolvendo Eike Batista na concessão da estrada de ferro do Amapá.
Rafael Andrade/Folha Imagem |
Policiais federais deixam o prédio onde funciona a empresa MMX, na zona sul do Rio |
Em quatro carros, 20 policiais federais chegaram por volta das 9h no escritório da MMX na praia do Flamengo. Saíram de lá às 15h30 carregando um malote com documentos e HDs de computadores do escritório. A empresa ainda não se manifestou sobre os mandados.
Na casa de Eike, no bairro do Jardim Botânico, os policiais ficaram por cerca de duas horas para cumprir outro mandado de busca e apreensão. A Polícia Federal não informou o que foi levado da casa do empresário, onde os policiais chegaram por volta das 10h e saíram antes do meio-dia.
Vizinhos de Eike contaram à Folha Online não ter visto o empresário entrando ou saindo da casa nos últimos dias. Ninguém atendeu ao interfone da residência.
Investigações
O empresário Eike Batista, 50, é o controlador do grupo EBX. O conglomerado empresarial criado por ele inclui atividades como as de mineração, energia, imobilliário, fontes renováveis e entretenimento.
As duas empresas do grupo com maior destaque são a petrolífera OGX --que, mesmo sem ainda ter entrado em operação, teve uma das aberturas de capital mais bem-sucedidas do ano na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo)-- e a mineradora MMX, envolvida na operação da PF.
A operação Toque de Midas é resultado de investigação que aponta indícios de "direcionamento da licitação para que as empresas de um mesmo grupo vencessem o certame". A polícia suspeita de irregularidades na concessão da ferrovia Estrada de Ferro do Amapá, ocorrida em 2006.
A investigação também apura possível desvio de ouro lavrado nas minas do interior do Estado, com suspeitas de que o minério não esteja sendo totalmente declarado perante os órgãos arrecadadores de tributos, principalmente a Receita Federal.
A estrada liga os municípios de Serra do Navio e Santana e é responsável pelo transporte de minério do interior do estado para o Porto de Santana às margens do Rio Amazonas.
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